O Gabeira que conheci como repórter na fase áurea do JB de Mário Alencar - irmão do Marcello - é outra história.
O Gabeira que participou da luta armada contra a ditadura militar é outra história. O Gabeira militante do MR-8 é outra história. O Gabeira companheiro de luta da Dilma Rousseff é outra história. O Gabeira que sequestrou o embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, é outra história. O Gabeira que ajudou a redigir a carta manifesto exigindo a libertação de presos políticos torturados é outra história. O Gabeira que foi escalado para matar o embaixador se a ditadura não cumprisse as exigências é outra história. O Gabeira que escreveu o livro "O que é isso, companheiro?" - que virou filme - narrando todo o sequestro é outra história.
O Gabeira que resistiu à prisão e levou um tiro nas costas que perfurou rim, estômago e fígado, é outra história. O Gabeira que foi preso e torturado pelos militares é outra história. O Gabeira que foi trocado pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben - que também foi sequestrado logo depois - é outra história. O Gabeira exilado que foi condutor de metrô, em Estocolmo, na Suécia, é outra história. O Gabeira que voltou do exílio e se exibiu com uma minúscula sunga de crochê em Ipanema é outra história.
O Gabeira, em quem votei e foi o deputado federal mais votado, em 2006, é outra história. O Gabeira que abandonou o PT por ter que esperar durante uma hora para ser atendido pelo então Ministro-Chefe da Casa Civil José Dirceu - ainda conto esse caso que tem a ver com o "mensalão" - é outra história.
O Gabeira que escreveu o livro "O crepúsculo do Macho" sobre si próprio - título bem sugestivo - é outra história.
O Gabeira que usou sua cota parlamentar de passagens aéreas para que terceiros viajassem utilizando o dinheiro público é o começo de uma outra história. A história do ex-Gabeira, que confessou o escândalo e admitiu abandonar a carreira política. Mas, mudou de ideia e se candidata agora a governador do Rio de Janeiro.
O ex-Gabeira - que renegou o seu passado, foi lamber os coturnos de seus torturadores e, hoje, é apoiado por eles - é apenas um clone do José Serra. Hipocondríaco, só fala em saúde e, paradoxalmente, defende a liberação das drogas.
Esse ex-Gabeira - proibido de entrar nos Estados Unidos, traidor da Marina e, pior, traidor de si próprio - não poderia ter escolhido um slogan mais adequado para a sua campanha:
Gabeira é outra história.
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10 comentários:
Acho que você me inspirou a fazer "Dilma hoje é outra história".
Quanto ao Gabeira, talvez ele não seja coerente. Afinal, coerência é uma característica de quem mesmo?
Já disse que você me traz boas manhãs.... nem sempre.
Agora, com bastante sinceridade, o Gabeira é aquilo que sempre foi, mesmo que se tenha a impressão de traição a si mesmo ou a sua história.
Vou te confessar que a única coisa que me irrita no Gabeira, é ele estar com o apoio do Serra, mas também me irrita muito mais, ver o presidente Lula, pedir votos para o Crivela e para o Lindberg e apoiar o Picianni. Isto, só como exemplo, pois se eu estivesse com mais tempo, iria até postar umas pérolas desta campanha do "renego e te engano".
Quem trai mais?
Dilma, Lula ou Gabeira?
Pô! Leila, que eficiência, heim? Você nem deixa eu acabar de revisar o texto e já comentou.
Não tem nada a ver com coerência. Trata-se de renegar a sua própria história de vida.
Trata-se de uma história de traição a si próprio, a sua existência.
A ex-Dilma não existe e quem diz que Gabeira é outra história é ele próprio.
Quem mais trai, claro, é o Gabeira.
O Lula pede votos somente para o Crivela e para o Lindberg. O Picciani é outra história.
Lacerda Gostei dedeste texto do Tentardini, diz tudo. Porque Gabeira e Dilma são outras histórias.
Por que Gabeira é Gabeira? E Dilma é Estela, Luiza ou Vanda?
Um dia Fernando Gabeira esteve ao mesmo lado de Dilma Rousseff. Lutaram pela instauração da Ditadura Comunista. Faziam parte do que havia de pior na luta contra a ditadura militar. Para eles ditadura de direita não podia, mas de esquerda era a coisa mais linda do mundo.
Gabeira mudou. Há anos Fernando Gabeira se diz arrependido de tudo o que fez no passado. Ontem, no debate da tv bandeirantes, provocado pelo candidato do PSOL respondeu:
"Sou ex-Gabeira e cada vez sou mais "ex". Compreendi o fracasso que foi o socialismo, o desastre que é Cuba e a Coreia do Norte. Eles destruíram o meio ambiente. Viajei pela ex-Tchecoslováquia e a Alemanha Oriental. O século XX já acabou pra mim."
Já a candidata do presidente Lula, Dilma nunca lutou pela democracia. Carregou armas, assaltou bancos, seqüestrou pessoas e assassinou outras. Nem ela própria sabe o seu nome. Já se chamou Estela, mas também Luisa e Vanda. Dilma já fraudou até diploma de mestrado.
O que mais impressiona na candidata do PT é a incapacidade de admitir os erros. Ela se diz orgulhosa do seu passado. Ao contrário de Gabeira que virou um democrata, arrependido de todas as maldades e erros que cometeu, e que luta por uma sociedade mais justa; Dilma ameaça as instituições democráticas.
Esquerdopatia é doença séria. E alguns fanáticos pelo PT não percebem que Dilma não é Lula. Porque por mais que eu divirja do governo de Lula não posso desmerecer a sua história e popularidade, nem tão pouco compará-lo a Dilma. Perto de Dilma, Lula é orador, professor e até democrata. Por isso, Lula é Lula. Gabeira é Gabeira. E Dilma é Estela, Luiza, Vanda...HUSSEIN.
Postado por Lauro Tentardini
Zaralho/agosto de 10
Quem diz que Gabeira é outra história é o próprio ex-Gabeira.
Quem diz quem é a Dilma é o Lula que vocês tanto exaltam. A Dilma é a Dilma, não existe ex-Dilma. Tal como o Gabeira e tantos outros que lutaram contra a tortura e a ditadura militar, ela também teve vários codinomes.
Vocês passam recibo na burrice do ex-Gabeira quando fala do fracasso que foi o socialismo em Cuba e na Coréia do Norte. Foi o comunismo que fracassou lá e,também, na URSS. O socialismo é sucesso na Suécia, na Espanha, na França, na Itália, na Rússia, na Alemanha e tantos outros.
Não confundam o cu com as calças.
Quem exalta o Lula é você. Nós reconhecemos sua capacidade pessoal e os avanços que seu governo pomoveu nas políticas sociais. Diferente de exaltar é reconhecer sem partidarismos e ufanismos.
Quando os erros, enganos ou somente ignorância acontecem com os adversários, temos a tendência de taxar de burrice.
Sendo assim, colocando na balança dos "atos falhos", teremos Dilma falando abobrinhas que mais parece o Rolando Lero, teremos o Lula com suas gafes e erros absurdos e que pesam muito quando a medida é a controvérsia.
Quanto ao Gabeira ser outra história, fico satisfeita, pois também sou outra história, você deve até ser outra história, porque sei que não és medíocre.
Dilma é a mesma história se tivermos como base a capacidade do oportunista de se promover.
Portanto, verdades não são absolutas. Einstein já provou isto! Depende do referencial em que nos baseamos e assim, teremos resultados diferentes, porém plausíveis.
Laceda, no meu referencial, Dilma é uma fraude tão grande como Serra.
É claro que eu exalto o Lula como a grande maioria do povo brasileiro. Tal como a Osmarina o exalta.
E até o Serra o exalta colocando-o em sua propaganda na TV.
Leila, a verdade é apenas um ponto de vista e todos nós corremos o risco de um acesso momentâneo de mediocridade.
História é uma só e dela é impossível se dissociar. Se o Gabeira é outra história, ele é o ex-Gabeira.
"Quem diz quem é a Dilma é o Lula que vocês tanto exaltam." - A frase é sua!
Não vou filosofar, mas a história também pode ser dissociada sim!
Você não é ingênuo e é perspicaz, portanto sabe muito bem entender o significado do "Gabeira é outra história".
Está dando uma de Chacrinha?
"Eu vim para confundir, não para explicar."
Please!
Diga-me: como a história pode ser dissociada? Como se pode ter duas histórias?
O seu candidato a senador diz que com ele são outros quinhentos. Tudo bem, beleza, não pode haver outra percepção do que ele quer dizer.
Agora, é o ex-Gabeira quem afirma que o Gabeira é outra história e eu, conhecendo a história do Gabeira, sei perfeitamente que o atual só pode ser um ex-Gabeira como ele próprio se confessou no debate da Band.
Vou completar aquela frase que escrevi e que você reproduziu no início do seu comentário:
"Quem me diz quem é a Dilma é o Lula que eu, a maioria dos brasileiros e o mundo tanto exaltam."
Como duvidar e não votar nela?
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