Total de visualizações de página

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

UMA SELEÇÃO BRASILEIRA

Toda e qualquer partida do Brasileirão tem um jogador que foi do Fluminense em campo ou no banco.
Vejam alguns que escolhi para uma boa seleção brasileira.
Cavalieri (Botafogo)
Bruno (Grêmio), Gum (Chapecoense), Henrique (Corinthians) e Carlinhos (CSA)
Jean (Palmeiras), Gerson (Flamengo) e Gustavo Scarpa (Palmeiras)
Richarlison (Everton), Henrique Dourado (Palmeiras) e Everaldo (Corinthians).
São todos ex-tricolores.
Com esta seleção o Fluminense não perderia de 3x0 para o Goiás.
Agora, vejam os reservas mais jovens desta seleção: Júlio César (Grêmio), Ibañez (Atalanta), Wendel (Sporting), Ayrton Lucas (Spartak), Sornoza (Corinthians), Douglas (PAOK), Kenedy (Chelsea), Marlon (Sassuolo), Fabinho (Liverpool), Maicon (Athletico Mineiro), Rafael (Lyon), Fábio (Nantes), Fernando Henrique (CRB), Luciano (Grêmio), Richard (Vasco), Welington Silva (Internacional).
Também são todos ex-tricolores. E este último ainda é o maior artilheiro tricolor em 2019.
Existem outros ex-tricolores mais velhos e os que não me vêm à lembrança.
É por essas e outras que eu agora sou Flamengo.


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

HOSPITAL BADIM

Se como dizem os fundamentalistas Deus estivesse no controle de tudo, o Hospital Badim não pegava fogo nem morreriam tantos pacientes.
Foi lá que eu fiquei cinco dias internado e contei aqui em janeiro de 2018.
Consternado republico a minha história com o hospital.
Imagem relacionada
Paguei caro pelo meu ingresso neste ano novo. O ano da febre amarela que será deprimente se a Copa do Mundo não salvá-lo da tristeza de ser brasileiro.
Fui levado por familiares para o Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca.  
Passei por uma extensa bateria de exames, fui diagnosticado com pneumonia e foi decretada a minha internação, pois pneumonia após 80 anos mata se não for bem tratada.
Mas, não havia vagas e o próprio hospital me encaminhou de ambulância para o Hospital Badim, no Maracanã. Nunca tinha ouvido falar nele, e isso lá é nome de hospital... 
Contudo, meu livre arbítrio tinha sido cassado e lá cheguei com todos os resultados clínicos obtidos no São Vicente de Paulo.
Pra minha surpresa, cheguei à conclusão que médico não confia em médicos, pois fui logo submetido a todos os exames novamente, perfurado sem dó nem piedade. 
Encaminhado a um quarto particular com acompanhante, passei a ser muito bem tratado por um bando de mulheres bonitas, simpáticas e sorridentes, que não me deixavam dormir com tanto remédio que me davam até de madrugada. 
Nem me deixavam sentir fome. Às seis, café da manhã; às nove, suco e biscoitos; ao meio-dia, almoço; às três, café da tarde; às seis, jantar; e, às nove, merenda.
Logo no primeiro dia, duas delas vieram me dar banho às seis da manhã. Colocaram-me nu em uma cadeira de rodas sem fundo e levaram-me para o chuveiro.
Ouvi quando uma disse pra  outra: “pequeno, não é!”
Entrei no papo e esclareci: “era bem maior, mas usei demais e... gastou”.
O hospital foi ótimo, quatro dias e noites de atendimento perfeito. Deixou-me pronto para encarar a febre amarela e nada me cobraram.
Só não sei o que o Saúde-Caixa fará com o salário da minha mulher no mês que vem. Depois, eu conto.

N.L.: A Caixa nos cobrou apenas uma merreca.

sábado, 7 de setembro de 2019

APOSENTADORIA


Quase todos nós sonhamos com a aposentadoria.
Mesmo aqueles que nunca pegaram no pesado, nem contribuíram com qualquer merreca para a previdência social, sonham com o dia em que farão jus a um salário mensal sem ter que fazer nada em troca.
Entre esses, muitos tentam aplicar um golpe no INSS para realizar o seu sonho. Alguns até conseguem.
Em compensação, meu pai contribuiu a vida inteira, faleceu antes de se aposentar e não pôde nem deixar pensão para ninguém. Assim como milhões de mulheres que contribuíram durante mais de dez anos e sonhavam apenas com o casamento. Casaram, largaram o emprego e a previdência ficou com a grana. Grana que milhares roubaram e, agora, dizem que não têm como pagar aqueles que contribuíram.
Há, porém, alguns que não sonham com a aposentadoria. Pensam que se pararem de trabalhar vão perecer na inutilidade.
Não sabem como é bom ser inútil. Não saber que horas são nem que dia é hoje. Ler, computar, escrever, comer, beber, dormir, sem ter que dar satisfação a ninguém.
É o autêntico livre-arbítrio, afinal. Fazer o que quiser, é como estar no mundo a passeio. E todo mês aquele troco na conta-corrente. E ainda ter direito ao décimo-terceiro.
Eu contribuí, durante muito tempo, sobre 20 salários. Depois, a lei baixou a contribuição máxima e passei a pagar sobre dez. Quando via aquele desconto no meu salário, todos os meses, durante 30 anos, sonhava com o dia em que receberia tudo de volta.
Hoje, 33 anos depois de aposentado, ao contrário de meu pai, vejo que já recebi triplicado tudo que me descontaram. E, dentro da lei, sou mais prejudicial ao INSS do que a grande maioria dos fraudadores.
O meu sonho de aposentadoria se realizou. Sou um inútil e orgulhoso vagabundo. Sou pago para não fazer nada. A não ser trocar lâmpadas, ir ao mercado, cuidar da minha mulher, pegar coisas onde ela não alcança e outras coisinhas sem importância. Quando ela me pede algo mais complicado, deixo para fazer somente nos feriados.
Sábados e domingos, eu tiro para descansar. E continuo vivo.
Como castigo, porém, tenho outros sonhos de aposentadoria. São, na verdade, pesadelos terríveis.
Quase todas as noites, sonho que estou trabalhando. Dou um duro danado a madrugada inteira e nada dá certo no que faço. Às vezes, carrego um carrinho de mão cheio de pedras pra lugar nenhum e nunca chego lá.
Acordo revoltado, cansado e nada nem ninguém consegue me desviar da mais completa inutilidade.