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terça-feira, 29 de abril de 2014

QUE LUGAR É ESTE?

Em que o povo sofrido e honesto sobrevive em semi-escravidão. Em que as crianças passam fome, não têm escola nem merenda escolar. E a miséria do povo doente eleva a mortalidade infantil a índices assustadores.
Em que o Estado é cruel e os governos corruptos. Não fazem nada, absolutamente nada pelo contribuinte. Falta gestão e sobra incompetência.
Onde os políticos são todos corruptos e só pensam em enriquecer, enquanto a violência e a bandidagem dominam as cidades. Lá não dá mais pra sair de casa. Lá não existem leis, não há ordem e muito menos progresso. Onde tudo conspira contra o pobre trabalhador explorado e sacrificado. Não existe justiça social.
Onde a inflação absurda é indomável e a corrupção impera. De dia falta água e de noite falta luz. Lá onde o transporte é uma calamidade. Falta educação, falta saúde, falta segurança. Falta respeito pelo povo.
O lugar não se desenvolve social e economicamente. Não há emprego e tudo só tende a piorar. Após muitos anos de atraso, o lugar ainda não ficou pronto e entrou em decadência. O parco salário é uma vergonha. Ninguém agüenta mais.
Que lugar é este? É o inferno?
Não! Não é. Ou lá não haveria Copa do Mundo nem Olimpíadas. Não haveria salvadores da pátria. Não haveria eleição nem campanha política. Nem militantes em busca de uma sinecura.
Que lugar é este? Será Mangaratiba? Será o meu país?
Ou será uma latrina virtual – a cloaca da net - onde convivem os negativistas que não enxergam nada de bom adiante do nariz? Onde aqueles frustrados consigo próprios fazem a apologia da negação sistemática? Onde chafurdam os espíritos de porco e predomina o negativismo e o ódio aos governantes? Onde são todos do contra ou têm carga negativa?
Modeus, que lugar é este? Só posso afirmar que não é o lugar aonde eu vivo.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

OS FATOS IMPORTAM?

É muito fácil fazer um blog sem utilizar a cabeça e empregando apenas as teclas Ctrl-C e Ctrl-V, reproduzindo o que vomita a imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta ou as fofocas de botequim. É como escrever no feissibuque como faz aquele público inocente útil sempre contra o PT.
Prefiro formar uma opinião própria antes de publicar seja lá o que for. Hoje, porém, revoltado com a pequena evolução intelectual de quem é manipulado pela mídia e joga lama no adversário, sou obrigado a reproduzir o artigo que segue.

“Não houve qualquer pagamento para o Labogen do doleiro Youssef na gestão Padilha. Nem no governo Lula, nem no governo Dilma. Foi só no governo FHC. Esses são os fatos."
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/138056/Os-fatos-importam.htm

"Que importa o fato de não ter havido convênio ou contrato entre o ministério da Saúde e o laboratório Labogen – a não ser em tempos mais remotos, lá nos idos do segundo mandato de FHC, quando o ministro era José Serra, pré-candidato oficial à presidência?
Mas ouvindo os telejornais, ou lendo os jornalões impressos, a mensagem captável é bem diferente. A mídia quer fazer crer que o PT teria escancarado o governo à influência do doleiro. E os fatos, importam?
O ex-ministro foi citado em conversa de terceiros? É um indício, algo que merece ser investigado, para verificar se houve, ou não, alguma ilicitude nos procedimentos do ministério.
Mas a conversa entre terceiros não é apresentada como indício. É tratada como prova irrefutável, destruidora da candidatura ao governo de São Paulo. A reputação do ex-ministro é arremessada às favas de forma implacável, como fosse sacola de entulho.
Todos os dias a onipotente máquina midiática, do alto de sua soberba indignação seletiva -  inquieta com tantos anos de governo petista - jorra manchetes acusatórias orquestradas, em plena jornada eleitoreira. Manchetes que, por sinal, depois poderão ser usadas como material de campanha eleitoral.
O fundamento da acusação é a mera suposição, de alguém dentro da Polícia Federal, de que um funcionário do laboratório teria sido indicado pelo ex-ministro Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo. A partir da suposição, foi dada largada à guerra suja em alta escala na pré-campanha eleitoral paulista.
"Se, como diz a PF, envolvidos se preocupavam com autoridades fiscalizadoras, só poderiam se referir aos mecanismos de controle criados por mim no Ministério da Saúde. A prova maior disso é que nunca existiu contrato com a Labogen e nunca houve desembolso por parte do Ministério da Saúde", disse Alexandre Padilha em postagem nas redes sociais.
No blog Tijolaço, o jornalista Fernando Brito lança holofotes relevantes para a compreensão dos fatos. "Esta história não fecha", diz Brito. Acontece que o executivo que o ex-ministro Padilha teria indicado, segundo os jornais publicam irresponsavelmente, ocupou apenas um cargo de quinto escalão no Ministério da Saúde, e por pouquíssimo tempo.
Marcus Cesar Moura foi nomeado assessor de eventos (salário de R$ 4 mil) em 17 de maio de 2011, e exonerado em 1º de agosto também de 2011. Ficou no inexpressivo cargo por dois meses e meio, nem esquentou a cadeira.
Por que os imparciais jornais tampouco contam que a data da suposta indicação, segundo o documento vazado através da PF, foi 28 de novembro de 2013, mais de dois anos depois da exoneração?
Por que os jornais não contam esta história como ela é? Será que não sabem? Ou será, por acaso, que se julgam imbuídos do dever cívico-partidário, do poder quase divino de caluniar petistas até o último suspiro de resistência?

LUIZ CLAUDIO PINHEIRO - Jornalista

sábado, 26 de abril de 2014

MANIPULAÇÃO

Cerca de metade das “doenças” cura-se sem precisar de médicos ou de remédios. São as “doenças” que afetam os doentios. A somatização é a principal delas.  Os médicos reconhecem facilmente aquele conjunto de sintomas físicos que a medicina não consegue explicar a origem e nem constitui um quadro clinico específico, pois são de origem emocional.
Esses doentios, também, são facilmente identificados nos consultórios. O médico nunca diz que o paciente não tem nada, prescreve um ansiolítico ou o encaminha com uma receita incompreensível para a farmácia de manipulação que lhe paga uma comissão. Lá, geralmene, o paciente pagará caro para receber placebo.
Não duvido que existam boas farmácias de manipulação que consigam até manipular um ou meio miligrama de qualquer susbstância e que não paguem comissão a ninguém, mas, esta semana conheci uma jovem que já trabalhou num desses estabelecimentos. Quando faltou um princípio ativo qualquer, ela reclamou a falta com o proprietário que lhe disse para substituí-lo por placebo.  Uma forma farmacêutica sem qualquer atividade, cujo aspecto é idêntico ao de qualquer outra substância farmacologicamente ativa. 
O placebo é sempre empregado como comparação em estudos clínicos com o medicamento que está sendo avaliado. O placebo promove algum resultado benéfico de natureza psicológica em cerca de 30 a 40% dos pacientes avaliados. Sejam eles doentios ou não.
A maioria dos afetados pela somatização, porém, não é doentia, não liga para os sintomas e jamais procura o médico. Prefere encher a cara com os amigos e se divertir para esquecer seus problemas, suas angústias.
Já cerca de 30% das outras “doenças” ficam curadas apesar dos médicos e dos remédios. Quem já trabalhou ou trabalha em laboratório farmacêutico sabe disso. Sabem ainda melhor os proprietários de farmácias de manipulação. Sabem também que pagarão por isso no dia do juízo final como dizia um companheiro de trabalho na indústria farmacêutica.
Restam apenas 20% de doentes que necessitam de médicos e/ou de medicamentos. Estes não vão para as farmácias de manipulação, mas quase sempre são manipulados nas outras. O que eu considero, aí sim, um crime.
Em Muriqui, por exemplo, não é sempre fácil encontrar um medicamento original de um grande laboratório que foi receitado pelo médico, mas sempre se encontrará uma cópia de origem desconhecida nem sempre com as quantidades corretas de princípios ativos.
Os balconistas sempre oferecem uma marca diferente daquela receitada. Oferecem a chamada guelta dizendo ser igual, que faz o mesmo efeito e é mais barata.
Guelta é uma gíria utilizada pelos balconistas e vendedores/propagandistas da indústria farmacêutica para designar determinados medicamentos fabricados em fundo de quintal que oferecem elevados descontos – e grandes bonificações como dúzias de quinze - quando são vendidos às farmácias. Estes medicamentos são empurrados pelos balconistas que recebem comissão pela “empurroterapia”.
Neste artigo AQUI veja como é a indústria da venda de doenças – manipulando e convencendo as pessoas de que elas estão doentes e precisam de tratamento médico. Verá que este é um dos motivos pelo qual jamais teremos um serviço de saúde de qualidade.
Manipulação, como se vê, não é privilégio da nossa grande mídia.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O GURI E A GURIA

O guri é inglês, a guria brasileira.
O primeiro, com 13 anos, estuprou a irmã diversas vezes desde quando ela completou nove anos. Foi preso e condenado a dez anos de cadeia. Estava sendo julgado como adulto e poderia pegar 20 anos de prisão.
O juiz, porém, foi indulgente, e o guri acabou recebendo a metade da pena. Afinal, era a irmã dele que foi estuprada. Não estuprou a irmã dos outros. Ficou tudo em família. Família que jamais percebeu o estupro contínuo através dos anos.
A guria brasileira de apenas 13 aninhos tentou matar a mãe com chumbinho. Colocou o veneno na água da mãe porque foi proibida de ir a um baile funk.
Como o chumbinho atual não é mais aquele de antigamente, a mãe suspeitou do cheiro e do gosto da água que estava no cantil que levava para suas caminhadas.
A
guria e sua comparsa de 14 aninhos foram parar na delegacia (veja o vídeo).
Lá, confessou o crime e disse, sorrindo, que não se arrependia da tentativa de assassinato da mãe. Disse mais: que as duas já tinham tentado antes envenenar a mulher, mas sem sucesso.
As duas foram liberadas. Afinal, ficou tudo em família, pois a guria apenas tentou matar a sua própria mãe. Não a mãe dos outros. Certamente, voltarão a fazer das suas.
Os dois casos são revoltantes para aqueles que defendem a redução da maioridade penal.
Os dois netinhos candidatos discordam sobre o tema. O espantado manifestou-se a favor de projeto que abre brechas para a redução da maioridade penal em casos específicos. Já o Dudu Traíra afirmou ser contra dizendo que: "As pessoas imaginam que se diminuir a idade penal vai resolver o problema da criminalidade e não vai. Isso na verdade é um mito".
A verdade é que ninguém pensa assim. O que se quer é punição para todos os criminosos e que ninguém fique impune à margem da lei cometendo seus crimes.
Partindo da premissa do Dudu Traíra, é um mito impor limites ou punições aos filhos menores de idade para educá-los. 
Porém, a atitude da guria brasileira é a prova cabal disto e lhe dá toda a razão.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

FOGO NELES

Primeiro, eles se matam. Depois, revoltados, clamam por justiça tocando fogo em ônibus e automóveis. É a liberdade de expressão dos guris e suas famílias que promovem a insegurança nas cidades para aparecer na mídia. Ou, quem sabe, cumprindo ordens.
Se a polícia mata um bandido na troca de tiros, se um vizinho mata o outro, se a mulher leva uma surra do companheiro, se um ladrão é preso, vamos atear fogo nos ônibus. Para protestar contra uma vizinha fofoqueira é só queimar um ônibus. Se o time perdeu...
Na desocupação do terreno da Oi, foram 17 veículos queimados impunemente.
Em 2014, na cidade de São Paulo, já sobe para 65 o número de ônibus queimados. Fato que se iguala às ocorrências de todo o ano de 2013.
A moda agora é queimar ônibus. Nesta semana, queimaram 34 ônibus de uma só vez em uma garagem paulistana a mando do irmão de um bandido que foi morto.
Estão queimando ônibus também para protestar contra a falta d’água, contra o aumento no preço da condução, contra o atraso nos trens, contra a superlotação no metrô, contra o governo ou por aumento de salário. Se alguém é atropelado por uma bicicleta: queima-se um ônibus. Até contra a falta de segurança que eles próprios promovem estão queimando ônibus.
No Rio, já se queimaram ônibus com passageiros que viraram churrasco. Em todo o estado, 14 ônibus foram incendiados nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, o que representa aumento de 133% em relação ao total de ocorrências semelhantes registradas em 2012 e 2013.
Enquanto a polícia observa, até suas viaturas são também queimadas. Os vândalos incendiários se aproveitam enquanto os governos estaduais receiam dar a ordem para combater o vandalismo.
A imprensa vibra com o noticiário que aumenta a audiência e vende jornais. Enquanto, repercute no mundo a sanha destruidora dos guris e suas famílias às vésperas da Copa do Mundo.
A solução? Fogo neles.
N.L.: Como vimos em Copacabana, o protesto é principalmente contra as UPPs, por ordem dos traficantes que aparecem no vídeo.

terça-feira, 22 de abril de 2014

VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE

Começa hoje em todo o país. E mais uma vez não vou me vacinar, embora pertença ao público alvo da campanha promocional do Ministério da Saúde.
Segundo dizem, a vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no inverno do ano passado — H1N1 (gripe A), H3N2 e influenza B —, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A recomendação da OMS nada significa. Em 2009, governos de todo o mundo seguiram as recomendações da OMS e compraram mais de US$ 3 bilhões em cápsulas do Tamiflu contra a gripe A, produzido pela Roche. Só o Brasil gastou mais de R$ 405 milhões para comprar 75 milhões de unidades do produto.
Agora, o estudo publicado pela Fundação Cochrane e pelo British Medical Journal revela que o gasto pode ter sido totalmente desnecessário. Somente o Reino Unido gastou mais de 600 milhões no remédio. Nos EUA, a conta chegou a US$ 1,2 bilhão. As vendas do Tamiflu aumentaram em mais de 1.000%, e as ações da Roche registraram importantes ganhos.
Segundo o secretário municipal de saúde do Rio de Janaeiro, a vacina contra a gripe deve estar associada a hábitos de higiene como lavar as mãos frequentemente, o que vai ajudar a manter a população saudável. Grande novidade. Naturalmente, é para evitar contrair a gripe.
Em caso de síndrome gripal, a orientação da secretaria, mesmo para as pessoas já vacinadas, é procurar rapidamente uma unidade de saúde.
Que vacina é essa que, após tomá-la, a criatura tem que seguir tais orientações? Que vacina é essa que a secretaria de saúde reconhece que o indivíduo vacinado pode contrair uma gripe?

Ora, vacina, vacina mesmo, é para imunizar a criatura. Como a vacina contra a varíola, contra o sarampo, contra a poliomielite, contra a tuberculose. Como a vacina tríplice bacteriana que imuniza a criança contra a difteria, tétano e coqueluche. Ou como a vacina tríplice viral que imuniza contra sarampo, rubéola e caxumba. E não precisa lavar as mãos frequentemente, nem mesmo tomar banho.
Quando a empresa em que eu trabalhava comprou um laboratório belga que fabricava uma vacina contra a gripe (o Nasoflu), um de nossos diretores foi à Brasília e empurrou a tal vacina no início da década de 80. A ditadura foi na onda e realizou a primeira campanha de vacinação contra a gripe. Eles precisavam de promoção junto ao povo.
Logo depois, a matriz americana da empresa ordenou a retirada do Nasoflu do mercado porque a vacina não tinha qualquer eficácia. Outros laboratórios, porém, continuaram vendendo a vacina e o governo comprando para realizar as campanhas promocionais de vacinação.
A verdade é que não existe vacina contra a gripe. O virus da gripe se modifica a cada ano, nunca é o mesmo. Se não acredita em mim, veja o que diz o  Dr. Drauzio Varella : quando usamos vacinas importadas, devemos lembrar que elas foram preparadas com os vírus que representavam ameaça alguns meses antes (dezembro a março) e que, em junho, outros vírus podem estar circulando para os quais a vacina não oferece proteção”.
A composição da vacina é reformulada a cada ano, assim como os vírus voltam sempre modificados após a reformulação da vacina. A fórmula deste ano previne contra os subtipos H1N1 (gripe A), H3N2 e B do vírus influenza que atuaram nos meses de dezembro a março no hemisfério norte. Os vírus que vão nos atacar no inverno serão diferentes deles, não serão aqueles que a vacina pretende prevenir.
Um estudo publicado esta semana, revela que o Tamiflu, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a gripe A ou H1N1, não teria qualquer chance de interromper a crise e não funcionaria melhor do que qualquer paracetamol.
Creio que há muito mais de dez anos não sei o que é gripe. E somente quando for criada uma vacina de fato contra a gripe – seja ela A, B ou C – e se eu estiver vivo, entrarei na fila pra me vacinar.

domingo, 20 de abril de 2014

O PROGRAMA ELEITORAL DA OPOSIÇÃO

Álvaro Dias é um falso arauto da moralidade que ocupou o lugar deixado por Demóstenes Torres. Com aquela cara cheia de botox, Álvaro Dias está sempre dando declarações nos noticiários televisivos e nas páginas dos jornais quando surge qualquer denúncia vazia contra o governo.
Seja qual for a denúncia, lá está ele afirmando que vai fazer e acontecer. E nada acontece.
Verdadeiro detrito da política paranaense, foi um locutor medíocre e duro como um coco que deu o golpe do baú e fez carreira política com a grana do sogro. Atualmente, é um fazendeiro milionário que se presta a participar de qualquer manipulação da imprensa.
Na vida real, este fariseu orgulhoso de seu estilo formal e perfumado foi condenado pelo não pagamento de pensão a uma filha – ainda menor de idade – fruto de seu relacionamento extraconjugal com uma funcionária pública.
Ele responde a processos por abandono afetivo e corre o risco de ter o seu patrimônio bloqueado. Em um dos processos, sua filha pediu a anulação da venda de cinco casas dele, no valor de R$ 16 milhões, em Brasília.
Na campanha eleitoral de 2010, quando, por pouco tempo, foi candidato a vice-presidente, cheio de amor pra dar, prometeu dobrar o valor do Bolsa Família.
Entretanto, depois da eleição, no programa Roda Viva, declarou o seguinte: “O bolsa-família não tira ninguém da miséria. Mantém na miséria, porque estimula a preguiça, inclusive… há gente que não quer trabalhar porque não quer ter carteira assinada para não perder o bolsa-família”.
Esta semana, o grã-fino e requintado mosqueteiro da ética, abriu o jogo no blog do Noblat, em O Globo, respondendo às perguntas que lhe fizeram (AQUI).
- A presidente Dilma continua na frente nas pesquisas de intenção de votos. Caiu um pouco, passando de 40%, em março, para 37%, segundo o Ibope. Isso é desanimador para a oposição?
Álvaro Dias: Há forte tendência de queda de Dilma, verificada a cada pesquisa. Essa tendência vai se avolumar com o noticiário negativo. São as más notícias que desgastam e derrubam o governo. Temos um tempo de maturação para que esse noticiário reflita nas intenções de voto.
- Mas a oposição não tem conseguido usar essa insatisfação a seu favor. O que fazer?
Álvaro Dias: A oposição tem que ter clareza no discurso e ser mais afirmativa. Tem que se apresentar como alternativa real de mudança e convencer o eleitorado. Ao mesmo tempo, precisamos desconstruir a imagem do governo, alimentando o noticiário negativo com ação afirmativa. A instalação da CPI da Petrobras vai ajudar nessa desconstrução.
Este é o programa eleitoral da oposição. Talvez, por isso mesmo, os adversários não saem do buraco.
Até outubro, surgirão muitas outras bolinhas de papel.

sábado, 19 de abril de 2014

DE QUEM É A CULPA?

Dizem que a culpa é sempre do governo e dos políticos corruptos e/ou incompetentes.
Vejam o caso do guri de 14 aninhos que, lá na Maré, matou o primo de quatro anos e o escondeu na máquina de lavar roupa.
O desgraçado reside com a família em Mangaratiba. E qualquer dia estará de volta circulando por aqui.
Então, a culpa é do Capixaba ou de qual vereador?
Esta semana, andei assistindo aos programas mundo-cão da TV com os datenas e seus covers. Vi tanta desgraça, tantos assassinatos. Alguns poucos cometidos por bandidos, mas a grande maioria cometidos por guris de boas famílias. Afinal, de onde surgiram todos eles? Não vieram de Marte.
Para os datenas, a culpa de tanta violência é sempre dos governos e dos políticos. As famílias, se atingidas ou não, acreditam. Nunca se consideram culpadas de coisa alguma. E clamam por segurança.
Diariamente, nas escolas deste país, nossos guris – e, também, gurias - se espancam uns aos outros, às vezes, até causando a morte. São tantos casos trágicos que se tornou banal a violência entre adolescentes. Ninguém liga mais. É natural. São futuros assaltantes e criminosos que vão estrelar os programas mundo-cão.
A culpa é dos políticos ou é da família?
É claro que todos temos a nossa parcela de culpa. Governos, juízes, políticos, imprensa e família têm que fazer o “mea culpa”.
É preciso mais e melhor educação? Sim. Mas somos todos responsáveis pela educação de nossos guris. Sejam eles assassinos, assaltantes ou não.
E não podemos exigir escolas melhores para nossos filhos, se não mandamos filhos melhores para a escola.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

DILMA 40% x DILMA 37%

Sem olhar para a câmera – nem pra mim – e sempre com aquela cara de espanto, o candidato fez ontem uma retrospectiva da vida do avô Tancredo Neves.
Depois disto, como poderia o Jornal Nacional mostrar a pesquisa de intenção de voto do Ibope em que o espantado teria apenas 14% e perderia a eleição no primeiro turno?
Não, não poderia. E não mostrou. Preferiu se vangloriar com o resultado da campanha que tem feito contra a Dilma e seu governo. Mostrou uma queda - mas dentro da margem de erro – no prestígio da presidenta.
Se foi somente aquilo que conseguiram com o tsunami de acusações, não tem jeito: Dilma está reeleita.
Os netinhos não conseguem sair do lugar. O traíra, nem com a ajuda da Osmarina e sua ecologia de ostentação. Nem o datafalha consegue retirá-los do buraco como tentou fazer com o Serra em 2010.
A Globo - que se diz neutra, isenta e imparcial - enfatiza as notícias que interessam e esconde aquelas que não interessam. E priva o povo da informação principal, deixando o resultado da pesquisa Ibope sobre a intenção de voto para o Jornal da Globo quando o trabalhador já está dormindo.
As outras emissoras, porém, informaram o resultado: Dilma 37%, o espantado 14% e o traíra apenas 6%.
Considerando apenas os votos declarados nos três candidatos, Dilma tem quase o dobro. Dilma ganha no primeiro turno com 65%, contra 25% do espantado e 10% do traíra.
Na semana passada, pesquisa Vox Populi – o instituto que acertou sempre em 2010 - mostrou Dilma estável com 40% das intenções de voto. Esta pesquisa somente a Carta Capital informou. O espantado ficou com 16% e o traíra com 8%. 
Considerando apenas os votos declarados nos três candidatos: Dilma teria 63%, o espantado 25% e o traíra 12%.
Com a propaganda eleitoral na televisão – e, quem sabe, com o Brasil hexacampeão - Dilma vai disparar e levar mesmo no primeiro turno.
O que não é vantagem nenhuma, pois ela não tem adversário.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O GOLPE

Meu celular deu sinal de vida. Depois que caiu no chão, chamou pela primeira vez esta semana. Corri para atender e ver que ainda funcionava.
Animadamente, atendi.
- Alô!
Uma voz feminina respondeu:
- Pai, fui seqüestrada. Estou com medo.
- Helena! É você? Onde você está?
Tomaram-lhe o aparelho e uma voz de bandido falou:
- É a Helena, sim. Ela está comigo.
Ao fundo, ouvia-se um choro feminino.
- Por favor, não lhe faça mal. Diga o que você quer.
- Eu quero grana ou vou mandar pra você uma orelha dela.
- Diga quanto você quer.
- Quero vinte mil.
- Não tenho esse dinheiro. Somos pobres.
- Dez mil, então.
- É muito ainda.
- Cinco mil tá bom?
- Nem mil eu tenho, cara. Tô mais duro que um coco.
- Pô! Cara... Assim não dá, preciso ganhar a vida. Quanto você pode dar pela sua filha?
- Houve um tempo em que daria tudo por uma filha, mas só tive filhos.
- Seu FDP, tomando meu tempo, pô!
- Valeu, cara! Tava testando meu celular.
- Vai pra PQP...
- É onde você está agora?
- ...
Desligou.

N.L: Foi exatamente assim o diálogo com o "sequestrador" da filha que não tive.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A LEI DE ANISTIA É CLARA

Quantas vezes já ouvimos e lemos que a anistia concedida pela ditadura foi recíproca para vítimas e algozes? Que vale tanto para torturadores quanto para torturados?
Isto apesar de todas as cortes internacionais de direitos humanos condenarem e não reconhecerem leis de anistia autoconcedidas por ditadores. E também porque a tortura é considerada crime contra a humanidade e ser imprescritível, além de não ser passível de perdão.
Mesmo assim, eu quase cheguei a ser manipulado pelos que são contra a revisão da lei de anistia.
Fiquei em dúvida se concordava ou não com a revisão da lei. Se devíamos seguir o exemplo da Argentina e do Chile punindo os torturadores ainda vivos.
Se houve anistia recíproca, a anistia valia para todos. Culpados ou inocentes. Por que então reeditar aqui o tribunal de Nuremberg?
Agora, somente agora, eu sei por quê. Somente o conhecimento é que nos permite formar uma opinião. Fui encontrar a justificativa para ser a favor da revisão da lei no artigo primeiro da própria Lei da Anistia (Lei nº 6683, de 28/08/1979).
Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares.
Parodiando aquele comentarista de arbitragem: a lei é clara.
Portanto, os que não foram punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares têm que ser punidos agora com a revisão da lei.
Dizer que foram todos anistiados é interpretar a Lei de forma ambígua e hipócrita, pois nem todos foram contemplados por ela. Os canalhas torturadores nunca foram punidos com fundamento em atos institucionais e complementares.
Terão que ser punidos agora que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, aprovou um projeto de lei que vai  tornar nulo o perdão a militares, policiais e civis envolvidos em atos como tortura, morte e desaparecimento de guerrilheiros.
Que o plenário da Câmara e o do Senado aprovem o projeto e que a Dilma sancione a Lei. E que finalmente os canalhas sejam julgados, punidos e, quem sabe, anistiados.

domingo, 13 de abril de 2014

O MEU GURI

Vi na TV uma bem nutrida jovem revoltada por ter sido expulsa do terreno da Oi, e não poder voltar pra lá, dizer ao repórter: “Minha mãe está lá dentro com sete filhos”.
No RJ-TV, vi um guri tentar arrancar, em frente à câmera, um cordão de ouro de uma senhora que estava sendo entrevistada perto da Central do Brasil.
Na encenação do Grupo Nós do Morro, em que Elza Soares interpreta a composição de Chico, as mães se desesperam como na TV quando veem seus guris mortos pela polícia. Os guris se voltam para elas e gritam: “A culpa é tua mãe desnaturada”. Clique no link abaixo.

Em 1980, em plena ditadura militar, Chico Buarque cantava uma advertência às mães que nada entenderam do recado. E, hoje, 34 anos depois e após o pleno emprego e as políticas sociais, mas com o apoio dos datenas, culpam apenas os governos por suas mazelas.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

MEU SUSPENSE

Quando eu largo do sufoco, nem pensar,
Vou correndo feito louco pra encontrar
O seu olhar de louca a me fitar,
Aquela voz mais rouca a enfeitiçar.
Nosso tempo é muito pouco pra se amar,
Seu sabor em minha boca é meu jantar...
Parei na sua: ela é tão linda que dá pena,
É morena e até vestida de freira fica nua.
É minha bandeira, meu amor e meu país...
Me morde e me beija, me afaga, apedreja,
Me diz o que pensa e nem pensa o que diz
Sorrindo, pedindo bis:
“Vem, me usa, me abusa,
Me arranca esta blusa me faz o que quer.
Que eu não nasci em vão,
Contigo eu me sinto mulher
E sou movida a paixão.”
Ela é doce e faz tão bem,
Sente o amor que finge ter,
Tudo o que diz é prazer...
A seu lado eu perco o sono
Me abandono a cavalgar.
Depois que me encanta me esquece.
Ah! se ela me desse a esperança, um talvez.
Sem qualquer segurança,
Trocaria alianças com esta mulher;
E seria sempre o da vez.
Quero ser seu emprego,
Quero perder o sossego...
Mesmo sem nada, alegria,
Na tristeza muita risada,
Gravitando ao seu redor...
Melhor assim meu suspense.
Ela dona de mim,
Meu bem que não me pertence
E nunca será de ninguém.

N.L.: “Nosso amor é tão bonito/ Ela finge que me ama/ E eu finjo que acredito.” (Nelson Sargento)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PUBLICIDADE ENGANOSA

Pelo que vejo nos anúncios, o creme dental Colgate é um produto milagroso que substitui o dentista e que o torna um elemento plenamente dispensável. Tenho dois filhos dentistas e, por isso, recuso-me a usá-lo e não o aceito nem de graça. Qualquer creme dental é igual. Não existe melhor nem pior. A diferença está apenas no sabor.
É uma publicidade enganosa como é, também, a da Friboi.
Roberto Carlos – um vegetariano convicto – não engana ninguém com aquele sorriso prognático e aquela quase cara de boneco assassino que demonstra uma certa repugnância ao prato de carne. Quem vai acreditar naquilo? Quem é bastante idiota para chegar ao açougue ou ao restaurante e perguntar se a carne é Friboi? Carne é carne. Só é diferente se é de primeira ou de segunda.
Roberto Carlos tem carisma no palco emocionando a platéia com suas canções. Na publicidade, seu carisma é zero e não convence a ninguém.
Outro que não convence, não possui nenhum carisma, é sem talento e sem credibilidade, além de narigudo e feio, é o Luciano Hulk que anda infestando a TV com anúncios da TIM e do Banco Itaú.
Nunca quis nada com a TIM, mas o Itaú é o meu banco desde que comprou o Banerj. Sua propaganda enganosa me faz pensar em trocar de banco. Mas qual? Pelo Bradesco que faz propaganda pra crianças? Só me resta o Banco do Brasil com sua propaganda bem feita e convincente.
E ainda temos a publicidade da Schin porque sim com a Ivete Sangalo. Duvido que ela beba Schin. A quem os publicitários atuais pensam que a cantora vai convencer a bebê-la? Nem os baianos vão cair nessa.
Agora, imaginem quanto receberam os três artistas para servirem de exemplo nos anúncios: milhões.
As agências recebem 20% de todos os investimentos na produção e veiculação de seus anúncios. Merecem meu respeito por terem convencido os responsáveis pelas empresas a pagar por algo que não leva a lugar nenhum.
Certamente, estes levaram 10% do que pagaram às agências. Seria a única justificativa para aprovar tais campanhas enganosas.

sábado, 5 de abril de 2014

A GRANDE CRUZADA DOS MILAGRES

Será no Iate Clube de Muriqui, numa terça-feira forte, anuncia um cartaz exposto na sucursal da Universal localizada na RJ 14, em Muriqui.
Se o evento for realizado mesmo, será o primeiro grande milagre obtido.
O clube está interditado para shows por motivo de segurança, desde fevereiro de 2013, pelo Corpo de Bombeiros de Angra. Por isso, diversos eventos programados foram cancelados.
A grande cruzada dos milagres não deixa de ser um show. Certamente, contará com música, cantorias e um público superior a qualquer outro evento anterior.
Um público fanático, neurótico, sofrido e sem esperança que ficará alucinado com o show de exorcismos, supostas curas e milagres imaginários.
O perigo do arrebatamento de alguns tem que ser considerado pelo Corpo de Bombeiros. Bastará a faísca de um possuído pelo demônio em transe histérico para motivar um tumulto e por a todos em risco.
O Iate não pode programar um baile romântico e tranqüilo com gente pacífica e ordeira que quer apenas divertir-se. Mas, pode receber um público aflito, excitado e exaltado que poderá chegar às raias da loucura?
Se o Corpo de Bombeiros prefere assim, quem sabe não seria melhor o Iate transformar-se num templo para arrecadar recursos e cumprir o que lhe é exigido há mais de um ano. Como se sabe: templo é dinheiro. E como clube, o Iate vem perdendo associados. Muitos deixando de pagar a mensalidade sempre acrescida de uma taxa para obras.
Imaginem se o espírito santo resolver comparecer aos eventos. As doações serão incrementadas e poderão atingir valor individual de até dez mil como foi o caso de uma fiel que depositou este valor numa conta da Igreja Universal, acreditando que seus problemas seriam todos milagrosamente resolvidos.
Não foram. Ela, então, apelou para a justiça que obrigou a igreja a devolver-lhe os seus dez mil e outros dez mil como indenização moral, mais juros e correção monetária por não entregar a mercadoria milagrosa conforme prometido.
A fiel continuou com seus problemas, porém, agora. tem um dinheirinho a mais. Um verdadeiro milagre financeiro quase improvável.
Se querem milagres, sugiro que façam como eu - e seu Madruga no vídeo abaixo - para esquecer seus problemas, suas dívidas, suas angústias. Amém!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O ABRAÇO DOS AFOGADOS

São dois netinhos sem discurso, sem talento, sem carisma, poucos votos, que resolveram se abraçar durante a pré-campanha eleitoral.
Um é de Minas, outro de Pernambuco. Um é cover do outro.
Um neto leva o nome de quem fez o jogo da ditadura ajudando a implantar o parlamentarismo e convencendo Jango a aceitá-lo. Por isso, sempre foi um queridinho dos gorilas, assumiu como primeiro ministro e até se elegeu presidente.
O outro neto não tem o nome do avô que lutou contra a ditadura, que foi destituído, cassado, preso, exilado e condenado à revelia pelo crime de subversão a 23 anos de prisão. Talvez, por isso, os pais tivessem tido medo de marcá-lo com o seu sobrenome.
Os dois netinhos, que fazem a fracassada pré-campanha conjunta no combate à Dilma e ao PT, resolveram discutir a relação.
1º netinho – Parece que o eleitor não entendeu bem a nossa união e continuamos sem sair do lugar.
2º netinho – É, a coisa tá feia. Pelo jeito, nenhum de nós vai para o segundo turno.
1º netinho – Separados não iremos a lugar nenhum. Precisamos lançar uma chapa única e somar nossas forças.
2º netinho – Não vai dar. O que eu faço com a outra?
1º netinho – O que ela fez por você? Transferiu algum voto? Os votos que ela tem  são votos dela própria. O eleitor vota nela ou anula o voto. Esse negócio de filhos da esperança não vai colar. Essa hipocrisia de nova política... quem acredita?
2º netinho – Mas...
1º netinho – Não tem mais nem meio mais. Ela não tem partido e o seu PSB, o histórico PSB de Arraes, está servindo como barriga de aluguel.  A política dela é a ecologia de ostentação. Ela é egocêntrica e se considera a salvadora da pátria. O resto, inclusive você, é o resto. Por isso, ela complica seus acordos regionais. Os interesses dela divergem dos seus.
2º netinho – Há um acordo entre nós e não posso traí-la.
1º netinho – Ora, meu amigo. Você traiu a Dilma e o Lula depois de mamar dez anos nas tetas do governo deles. Até sua mãe, a seu pedido,  foi nomeada ministra do  TCU pela Dilma.
2º netinho – (calado)
1º netinho – A política ama a traição, mas odeia, menospreza e abomina o traidor. Por isso, você não sai dos 7% de intenção de votos. Sendo o  meu candidato a vice ninguém vai te acusar de traidor. Eleitor não liga para o vice.
2º netinho – (continua calado)
1º netinho – Você bem sabe que seu contubérnio com ela não poderia dar certo. Ela é muito superior politicamente. O eleitor dela não vai entender nem aceitar você como candidato a presidente. Ou você é vice dela ou é meu. Mas, comigo, você terá muito maior apoio e estrutura política e financeira para concorrer. Sem mim, você vai conseguir apenas migalhas do empresariado.
2º netinho – Nós temos o Banco Itaú e a Natura.
1º netinho – Engana-se. Ela é quem tem.
2º netinho – Vou pensar. Voltaremos a discutir em junho, antes da convenção. Por enquanto, acho que nossa chapa será como um abraço de afogados.
1º netinho – Tá legal. Mas, pense bem. Separados, é inevitável, será morte certa. Vamos nos afogar em milhões de votos da Dilma.

N.L.: Contubérnio... Adoro esta palavra que ouvi pela primeira vez da boca do Brizola que a usava em vez de concubibato, amancebamento, amigação, ajuntamento.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A CRUELDADE DA DITADURA

Ninguém sabia disto, ninguém. Eu soube ontem pelo jornal do SBT.
Um crime cruel contra a humanidade, o genocídio de milhares de índios do povo waimiri atroari, no Amazonas, dos krenak, em Minas e outros em quinze estados.
Exterminados, dizimados, torturados, assassinados, crucificados, massacrados, martirizados, brutalizados, chacinados, qualquer adjetivo serve para qualificar o que a ditadura sanguinária fez com milhares de índios. Por quê?
Para tomar-lhes as terras? Pelo prazer da tortura?
Cometeram inacreditáveis atrocidades. Filhos foram obrigados a espancar as próprias mães. Inocularam o vírus da varíola nos indígenas. Forneciam açúcar misturado com veneno. Até bombas foram jogadas de avião sobre as aldeias.
O extermínio de índios está documentado no relatório escrito pelo procurador da república Jader de Figueiredo Correia, em 1968, e foi descoberto agora pela Comissão da Verdade no porão do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
Hoje, com imensa amargura – veja no vídeo - a índia krenak Dejanir de Souza pergunta: “Por que que eles faz isso pra nós? Por que será?”
Sim. Qual a razão lógica de tanta crueldade?
Os canalhas que ainda restam vivos não podem mais se justificar afirmando que participaram de uma guerra em que reagiram aos ataques dos heróis que lutaram pela volta da democracia em nosso país.
Ou seriam os índios comunistas? A Comissão da Verdade tem que ir fundo neste caso.

terça-feira, 1 de abril de 2014

1º DE ABRIL

Em cadeia nacional de rádio e TV, a presidenta Dilma fala hoje à Nação comemorando o cinqüentenário do golpe militar que implantou uma ditadura de 21 anos no país.
Abaixo a íntegra do discurso que será proferido pela presidenta.



"Brasileiros e brasileiras

Dirijo-me esta noite à nação, como presidente da República e comandante-em-chefe das Forças Armadas, para falar de um momento trágico de nossa história. Refiro-me ao golpe militar de 1964, que chega hoje a seu cinquentenário.

Oficiais de então, aliados a setores antidemocráticos do parlamento e da sociedade civil, levaram os três ramos de nossas estruturas militares a romper com a Constituição e suas melhores tradições republicanas, impondo um regime de terror e arbítrio que durou 21 anos.

O presidente João Goulart, governante legal e legítimo, foi derrubado porque a política de reformas que implementaria, a favor da distribuição de renda e riqueza, em defesa da independência nacional e do nosso desenvolvimento, contrariava interesses poderosos, aos quais se alinharam os generais que assaltaram o poder.

Os protagonistas dessa sedição cometeram crime de Estado. Governaram através do terror, pisotearam a democracia, censuraram a imprensa e reprimiram as organizações populares. São responsáveis por delitos de lesa-humanidade.

Cabe a mim, pelas funções institucionais que exerço, pedir desculpas à nação, em nome das Forças Armadas, por estes fatos que mancham nossa história.

Quero comunicar que ordenei, através do Ministério da Defesa, a leitura de ordem do dia, em todos os quartéis, condenando os crimes da ditadura, proibindo qualquer forma de apologia ao regime militar e assumindo o compromisso que jamais o Exército, a Marinha e a Aeronáutica brasileiras voltarão a pisar em nossa Constituição. Nunca mais as armas da pátria serão usadas contra o povo e a democraci.a

Também desejo lembrar todos os que dedicaram sua vida à resistência democrática. Centenas foram assassinados ou estão desaparecidos. Milhares se defrontaram com a prisão e a tortura. Muitos acabaram banidos ou obrigados ao exílio. O Estado brasileiro considera esses homens e mulheres heróis nacionais, a quem muito devemos a reconquista da liberdade.

A Comissão da Verdade, instituída por meu governo, logo chegará a relatório conclusivo sobre este período histórico, depois de longa investigação. Estaremos prontos, então, para novo salto civilizatório, como determinam pactos internacionais dos quais é signatário o Brasil. Nossas instituições terão que decidir se é aceitável que crimes dessa natureza continuem impunes, com seus autores protegidos por uma lei imposta pela própria ditadura.

Boa noite. E obrigada pela atenção."


Infelizmente, como eu disse no título, é primeiro de abril. O texto é uma sugestão de Breno Altman, jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi.
A presidenta ainda não tem poder para proferi-lo. Talvez, após a reeleição que é inevitável, quem sabe...