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sábado, 31 de agosto de 2013

AVIÃO NEGREIRO IV

O cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, uma das maiores autoridades médicas no país e que preside uma comissão que auxiliou o governo Dilma na formulação do projeto para a mudança do ensino médico, defende o programa Mais Médicos e afirma:“O ensino médico está formando candidatos à residência médica. Isso estimula a especialização precoce. Precisamos formar um médico capaz de atender a população sem usar a alta tecnologia. O médico precisa se transformar num especialista de gente. Municípios pequenos deveriam integrar um consórcio para uso de alta tecnologia. Precisam, porém de um médico polivalente, que atenda do parto a uma emergência.”
De que vale, então, a opinião de cães hidrófobos amestrados pelos donos dos jornais que têm seus motivos para serem contra o Mais Médicos? Entre os cães, uma cadela hidrófoba -= Eliane Catanhede, da Folha - foi quem deu o título a essas minhas quatro postagens quando intitulou o avião que trouxe os médicos cubanos de “avião negreiro”.
De que vale, então, a opinião dos hipócritas de Hipócrates que estão com medo de perder a sua reserva de mercado no interior quando as capitais não mais suportarem a superlotação médica?
Na Globo News, Jorge Pontual dá a sua opinião sobre o tema e tenta mostrar por que os médicos brasileiros combatem a importação dos médicos cubanos. Para ele, o motivo é o modelo de medicina cubana que visa a prevenção das doenças.
De fato, se eles vêm para evitar as doenças, é claro que o médico metropolitano vai receber menos doentes ricos e remediados do interior para consultas nas capitais. Além disto, vai acabar causando um grande prejuízo aos laboratorios clínicos e farmacêuticos que subvencionam as suas viagens para congressos nacionais e internacionais.
Será pelo mesmo motivo que a máfia de branco não é contra a importação de médicos portugueses, espanhóis, argentinos, italianos? Seriam estes diferentes dos cubanos e iguais aos brasileiros?
“Existe um número muito maior de pessoas saudáveis do que de pessoas doentes no mundo e é importante, para a indústria farmacêutica, fazer com que as pessoas que são totalmente saudáveis pensem que são doentes. Existem muitas maneiras de se fazer isso. Uma delas é mudar o padrão do que se caracteriza como doença. Outra é criar novas doenças” – afirma a médica e professora Adriane Fugh-Berman baseada em anos de pesquisa a respeito das práticas da indústria farmacêutica e da facilidade com que ela manipula os médicos, usados não apenas para vender remédios, mas também para promover doenças.
Formada pela escola de medicina da Universidade de Georgetown com especialização em medicina familiar, a Dra. Adriane militou em uma organização voltada à saúde da mulher e ouviu muitos desaforos de médicos, há duas décadas, quando reclamava que não existiam estudos comprovando a necessidade de tratamentos hormonais para mulheres na menopausa. Mais tarde ficou comprovado que existia risco, sim. O tratamento hormonal aumentou em muito os casos de câncer de mama e a prática mudou.
Adriane tem um blog Pharmedout onde fala em inglês sobre suas pesquisas. Uma entrevista sua em português pode ser lida (AQUI) onde ela fala das doenças inexistentes, inventadas por laboratórios, para as quais os médicos receitam os mais diversos medicamentos.
O hipócrita presidente do CRM de Minas Gerais – João Batista Gomes Soares – diz que “Nossa preocupação é com a qualidade desses médicos, que são bons apenas em medicina preventiva, não sabem tirar tomografia. Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos”.
E quem socorre os pacientes vítimas de tantos erros médicos brasileiros? Erros certamente muito mais importantes do que os que poderiam cometer os cubanos.
Para terminar esta série de aviões, lembro do que falei (AQUI) sobre o sistema de saúde americano que obriga o cidadão a comprar um seguro-saúde ou, então, sofrer uma punição por não fazê-lo.
Lá, noutro dia, o sem-teto Dean Alsip, de 50 anos, foi preso após roubar um dólar de uma agência bancária em Portland (Oregon). Ele disse ter decidido cometer o crime para poder ser preso e ter acesso a tratamento de saúde gratuito na cadeia.
"Isto é um assalto. Me dá um dólar", dizia o bilhete entregue pelo assaltante ao caixa. Após o assalto, Dean continuou na agência, esperando a chegada da polícia.

A CBS noticiou que ele foi preso e saiu comemorando.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

AVIÃO NEGREIRO III

Aquele médico negro da foto na postagem anterior é Juan Delgado, 49 anos. Ele comentou a manifestação das idiotas de jaleco branco: Me impressionou a manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho. Vim ao Brasil por vontade própria. Isso não é certo, não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário. Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”.
O médico José Maria Fontes – presidente do sindicato cearense – foi o organizador da vaia e se justificou: “Os médicos cubanos vão ser utilizados para trabalho escravo. Não foi no sentido pejorativo que foram chamados de negros. O que ficou colocado é que a gente estava dizendo para eles que eles iam exercer trabalho escravo, no sentido de eles não terem direito a férias, ao 13º salário, a hora-extra e não terem direito a casar nem a namorar no Brasil porque se tiverem filho com brasileira vão adquirir cidadania. Nossa orientação no sindicato foi nesse sentido, que os manifestantes chamassem a atenção para a questão do trabalho escravo”.
O cearense tem um discurso único – a escravidão – enquanto outros presidentes de sindicatos – de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul – apelam também para a incapacidade dos médicos cubanos.
Nenhum escravo jamais gostou de ser escravo e sempre desejou fugir da escravidão, como foi o caso de Ganga-Zumba, Zumbi e os Palmares. Então, meu Deus, por que se mostram tão satisfeitos de virem para o Brasil? E dizem que estão retribuindo ao Estado cubano que lhes deu a formação médica gratuita, assistência médica, educação, moradia, alimentação e, também, as suas famílias?
O médico cubano Alejandro Santiago Benítez Marín, 51 anos, está radicado no Brasil desde 2000. Veio para Santa Catarina em um acordo da prefeitura de Irati com o governo de Cuba e, dois anos depois, resolveu ficar no Brasil, onde vive com a mulher e quatro filhos.
“Em dois meses, eu já entendia perfeitamente tudo. Fazer medicina é igual em todo o lugar, só muda o endereço. Os médicos cubanos são muito bons, nossa medicina é a melhor do mundo. Há médicos cubanos fazendo um excelente trabalho no Norte e Nordeste. O Conselho Federal de Medicina tem nos ofendido sem necessidade desde o início, chamando-nos de escravos, curandeiros, feiticeiros. Eu sou incapaz de ofender um médico brasileiro, mesmo conhecendo médicos brasileiros que cometem erros, a imprensa publica sempre. Tem médico ruim e bom tanto no Brasil quanto em Cuba. Não temos culpa do que está acontecendo no Brasil e que os médicos de fora têm que vir”.
Entre os médicos brasileiros, nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça.
Nelson Rodrigues, médico cubano, 45 anos, desembarcou em Recife afirmando que “Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor". Com ele veio Milagros Cardenas Lopes, 61 anos, que assegurou "Nossa motivação é a solidariedade”.
O fundamento básico na formação do médico cubano é a solidariedade e o humanismo. Olham o paciente como um ser humano e aprendem a tratá-lo holisticamente (pode ir ao dicionário que eu espero) para traçar um diagnóstico. O médico cubano é treinado para conhecer a natureza humana muito mais do que aqueles que por aqui fazem o mapeamento tecnológico do corpo humano, separam-no em partes e não olham nem tocam e pouco falam com seus pacientes. E tome dipirona para qualquer suposta “virose”.
Aqui, porém, o comportamento lastimável de dirigentes soberbos dos sindicatos médicos está na contramão dos anseios da população por mais médicos. Seu corporativismo egoísta e evidente não pode prevalecer quando contrariam interesses e direitos de uma cidade como Gurupá, no Pará, que registra o menor número de médicos por habitantes no país - apenas um para 29.000 habitantes - segundo o DATASUS. Enquanto Niterói é a cidade com maior número de médicos, um para cada 176 habitantes.
Estes quase criminosos sem escrúpulos, porém, sabem, com certeza, que a medicina cubana é reconhecida mundialmente pela excelência, ao contrário da brasileira; que o Brasil está apenas copiando uma boa prática de outros países altamente desenvolvidos que importam médicos quando eles são necessários para a saúde pública.
Cerca de 40% dos quase 235 mil médicos registrados no Reino Unido são estrangeiros. A Índia é o principal fornecedor para os ingleses, com 25 mil profissionais. Os Estados Unidos também são grandes importadores. A cota de profissionais estrangeiros entre os americanos ultrapassa de 25%. A Noruega tem um programa de importação de médicos que é considerado um exemplo.
Cuba é um tradicional exportador de médicos. Há ou já houve médicos cubanos em 108 países.
A medicina cubana tem relevância internacional também na área de medicamentos. Nos anos 90, Cuba se tornou o primeiro país a desenvolver e comercializar a vacina contra a meningite B. Depois, Cuba criou vacinas contra a hepatite B, atualmente fornecidas para 30 países, entre eles China, Índia e Rússia.
Pacientes do mundo inteiro vão para Cuba em busca de tratamento para o vitiligo.
Quanto ao Revalida, durante sua visita a Cuba, o presidente uruguaio, Pepe Mujica – tão elogiado por aqui - afirmou com certa amargura que “o Uruguai já reconhece a maioria dos títulos. A resistência só é mantida em algumas especialidades, as que dão mais dinheiro para os médicos e que custam mais caro aos pacientes”.
O Revalida tinha que ser obrigatório para todos os médicos recém-formados, inclusive para os brasileiros que saem das medíocres faculdades  particulares que temos no país diagnosticando “viroses” e receitando dipirona. Seria como se faz com os formados em direito que somente é considerado advogado e pode exercer a profissão se for aprovado pelo exame da OAB.

N.L.: CONTINUA DEPOIS DE AMANHÃ

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

AVIÃO NEGREIRO II

Cerca de 50 médicos fizeram um corredor polonês para xingar e vaiar 79 médicos cubanos que saiam de um curso da Escola de Saúde Pública do Ceará.
"É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos que vêm ao Brasil trabalhar aonde médicos brasileiros formados aqui não querem ir”, disse Dilma Rousseff lamentando a postura de médicos brasileiros vaiando os cubanos, em Fortaleza.
"Foram atitudes truculentas, incitaram o preconceito e a xenofobia. Eles fizeram um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis fazer atendimento", disse o Ministro da Saúde e futuro governador de São Paulo Alexandre Padilha.
 “Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!”
(Castro Alves, em Navio Negreiro)
É verdade, sim. Tanto horror não é somente loucura, é mais uma pequena mostra da louca estupidez humana a demonstrar que o grande acontecimento do século – como disse Nelson Rodrigues - foi a ascensão espantosa e fulminante dos idiotas. Brancos azedos e preconceituosos formados em faculdades particulares medíocres, inocentes úteis demonstrando insanidade e vomitando xenofobia contra um médico negro formado em Cuba. Lá onde estudam e se formam com distinção médicos de todo o mundo, inclusive brasileiros.
Os dois filhos do presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio Grande do Sul (Simers) - Paulo de Argollo Mendes, no poder há 15 anos e reeleito para mais um mandato (2013-2015) – por exemplo, cursaram medicina no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, em Cuba, entre 1997 e 2004. Naquela época, ele só tinha elogios para Cuba e a medicina cubana. Hoje, o “banner” no luxuoso prédio do sindicato, em Porto Alegre, mostra a sua posição atual.
Falando pelo Simers, diz que “Somos frontalmente contrários à vinda de médicos estrangeiros, é enganação, pura demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente... São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda, porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.
Trata-se, portanto, de um preconceituoso, xenófobo e hipócrita como todos aqueles que vaiaram o médico negro em Fortaleza. Enquanto o hipócrita esbraveja expelindo seus dejetos mentais, cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai enfrentam a falta de profissionais de saúde contratando médicos do país vizinho sem diploma revalidado. Municípios e hospitais ganharam na Justiça o direito de contar com médicos uruguaios e dependem deles para formar equipes mínimas.
Mas, serão de segunda classe os médicos que estão vindo para o Brasil? Serão seus pacientes no interior do país brasileiros de segunda classe?
Centenas de profissionais de saúde cubanos trabalham em 40 centros em todo o Haiti desde o terremoto de 1998, onde cuidaram de mais de 30 mil casos de cólera nos últimos 10 meses. É o maior contingente estrangeiro tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera.
Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM). Outros 400 estão sendo treinados na escola que oferece ensino gratuito.
John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa e avalia equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.
Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto; em seguida, em 1963, foi enviada uma equipe de 50 médicos para a Argélia. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução Cubana.
O programa mais conhecido é a Operação Milagre”, que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanas em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhão de pessoas em 35 países, incluindo a de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.
Aliás, será por influência dele – o grande herói cubano, um médico formado na Argentina - que tantos cubanos se formaram médicos ou se dedicam à medicina sem o interesse financeiro dos mercenários médicos brasileiros?
A taxa de mortalidade infantil em Cuba, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos – comparável com a da Grã-Bretanha e menor do que a dos EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, enquanto a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina. É o que mostram os números da Organização Mundial de Saúde.
Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na ELAM.
O governo cubano espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres, pelo menos por cinco anos, como sanitarista e objetivando a prevenção de doenças.
Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey/EUA, é um dos 171 estudantes norte-americanos na ELAM; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que a ELAM é parte da máquina de propaganda cubana. E se fosse, qual seria o problema?
“É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo” – diz o estudante americano.
Outros 49.000 alunos estão matriculados no “Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos”, a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeram em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.
O professor Kirk discorda: “A abordagem "high-tech" para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria muito feliz quando chegasse algum.”
Há milhões de brasileiros que certamente concordam com o professor canadense.

N.L.: CONTINUA AMANHÃ

terça-feira, 27 de agosto de 2013

AVIÃO NEGREIRO

Os guerrilheiros e agentes cubanos que nos invadiriam disfarçados com jaleco branco para implantar uma ditadura comunista no Brasil agora são tachados de escravos que aqui chegaram num avião negreiro. E que o Ministro da Saúde - Alexandre Padilha, futuro governador de São Paulo - seria uma espécie de traficante de escravos como um joaquim josé de souza breves qualquer.
O que me deixa indignado não são aqueles que sabem por que lutam contra a vinda dos médicos cubanos e são capazes de injuriar um programa que visa a saúde do povo mais carente. Não! O que me deixa indignado é a santa e absoluta estupidez dos que vivem repetindo em blogs e no feissibuque o que vomitam aquelas bocas fétidas nas páginas da Veja, O Globo e outras funestas publicações.
Jesus diria: “Perdoai-os Senhor, eles não sabem o que fazem”.
Mas, como não tenho a indulgência do Cristo e vivemos na era da informação, vou tentar abrir a mente dos infelizes e medíocres inocentes úteis que não sabem o que fazem. Nem procuram se informar.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que dezenas de países já assinaram convênios semelhantes para a importação de médicos com o governo cubano. Assim como o governo americano exporta soldados para matar ou morrer em diversos países, Cuba exporta médicos para cuidar da saúde das populações mais carentes de 58 nações. Isto porque Cuba possui médicos de sobra, um para cada duzentos habitantes, enquanto o Brasil possui, em média, um para cada mil e oitocentos habitantes; em certas cidades possui apenas um e até meio médico para doze mil habitantes. É pra lá, aonde o povo mais precisa, que vão os médicos cubanos.
Quem é contra dirá que de nada adianta se não há recursos nem estrutura para o atendimento dos pacientes. Ora, para tratar de diarréia, prisão de ventre, helmintíase, joelho ralado, resfriado, doenças tropicais e aplicar vacinas, pra que estrutura? Basta aquela maletinha preta que os médicos levavam e que ainda se vê em novelas e filmes antigos. Pacientes com enfermidades graves são encaminhados para a capital ou cidades com melhores recursos.
O médico cubano Rodolfo Garcia, formado há 26 anos, é um dos que chegaram agora e já atuou na África e - tchan, tchan, tchan – no Brasil na década de 90. Disse ele que Conheço a realidade brasileira. Já estive no Pará, no Amapá, em Tocantins. Viemos para ajudar os médicos brasileiros, não para concorrer”.
Naquela década, em pleno governo Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, 140 médicos cubanos foram contratados para trabalhar no Tocantins, conforme estimativa do CFM que já então lutava contra a vinda dos estrangeiros.
Leiam acima (clique para ampliar) o que escrevia a Veja, em 20 de outubro de 1999, sobre os hospitais fechados em Tocantins por absoluta falta de médicos que quisessem se aventurar por aquele fim de mundo. Diz ainda que “o milagre veio de Cuba” e os hospitais passaram a funcionar. Ironicamente, Veja pedia explicação a Edson Oliveira Andrade – então presidente do CFM – que denunciou a contratação dos cubanos ao MP afirmando que não havia motivos para trazê-los de fora e tirar o emprego dos médicos daqui: “O doutor Andrade e seu douto Conselho deveriam explicar então por que faltavam médicos brasileiros nas cidades miseráveis que agora estão sendo atendidas pelos cubanos”.
Hoje, porém, os canalhas que formam a tropa de choque da estupidez da Veja e de O Globo, que têm suas nefastas opiniões muitas vezes copiadas pelos inocentes úteis, pensam – pensam? – diferente.

N.L.: CONTINUA AMANHÃ.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O EX-QUERIDINHO DA MÍDIA

Em janeiro, eu disse (AQUIque o Joaquim Barbosa seria um queridinho da mídia por muito pouco tempo. As últimas publicações comprovam a minha previsão e é o próprio quem tem se incumbido de demonstrar seu verdadeiro caráter.
- Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é? Que poderes acredita dispor só por estar sentado na cadeira de presidente do Supremo Tribunal Federal?

- Joaquim faz questão de exercê-la na fronteira do autoritarismo.

- NÃO É UMA questão de maus modos. Ou da educação que o berço lhe negou - longe disso.

- Para entender melhor Joaquim acrescente-se a cor - sua cor.

- Há negros que padecem do complexo de inferioridade. Outros assumem uma postura radicalmente oposta para reagir à discriminação.

- JOAQUIM É ASSIM se lhe parece. Sua promoção a ministro do STF em nada serviu para suavizar-lhe a soberba. Pelo contrário.

- Joaquim foi descoberto por um caça talentos de Lula incumbido de caçar um jurista talentoso e... negro.

- FALTA A JOAQUIM "grande conhecimento de assuntos de Direito", atesta a opinião quase unânime de juristas de primeira linha que preferem não se identificar.

- Mas ele é negro. Havia poucos negros que atendessem às exigências requeridas para vestir a toga de maior prestígio.

- Joaquim era o que tinha o melhor currículo. Não entrou no STF enganado. E não se incomodou por ter entrado como entrou.

- QUANDO LULA bateu o martelo em torno do nome dele, falou meio de brincadeira, meio a sério: " Não vá sair por aí dizendo que deve sua promoção aos seus vastos conhecimentos. Você deve à sua cor".

- Joaquim não se sentiu ofendido. Orgulha-se de sua cor. E sentia- se apto a cumprir a nova função.

- QUE NÃO PERCA a vida por excesso de elegância (Esse perigo ele não corre).

- Mas que também não ponha a perder tudo o que conseguiu até aqui.

Estas declarações foram colhidas no Blog do Noblat, em O Globo, escritas pelo próprio Ricardo Noblat. Ele baixou o sarrafo no negão (AQUI), criticou sua soberba, sua falta de compostura e atribuiu sua nomeação à cor da pele.
Nem eu fui capaz de ir tão fundo em minhas críticas ao truculento negão.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

PELOS... MELHOR NÃO TÊ-LOS

Parodiando o primeiro verso do Poema Enjoadinho de Vinícius: pelos, somente os cabelos. E as sobrancelhas.
Pubianos... é muito melhor não tê-los. Por apenas três motivos: sexo, sexo e sexo. Uma pesquisa realizada nos “esteites” com 2.451 entrevistas, pela Universidade de Indiana e pelo Instituto Kinsey para Estudos sobre Sexo, Gênero e Reprodução, mostrou que as peladas relataram índices de satisfação sexual significativamente maior do que as cabeludas.
A mudança no padrão estético genital, que nos Estados Unidos aconteceu de uma década para cá, motivou a produção de vários estudos científicos.
Foram imigrantes brasileiras trabalhando como esteticistas que levaram pra lá a moda da depilação pubiana, generalizada por aqui desde o advento do biquíni cavadão.
Eu a conheci bem antes. No final da década de cinquenta, lá no nordeste, já se usava o xibiu pelado que ajudei a implantar por aqui.
Mas não é sobre isso que quero falar, apesar de estar em pauta devido à Nanda Costa na Playboy. Quero falar apenas sobre as sobrancelhas.
Sou tarado por sobrancelhas, este ornamento sensual no rosto das mais lindas mulheres. Será normal, hein? É a primeira coisa que vejo no rosto delas, seja feia ou bonita, nova ou velha, magra ou gorda.
É algo poético aquelas asas negras emoldurando olhos também negros, castanhos, verdes ou azuis.
Por exemplo, a Patrícia não seria tão Poeta, nem tão bonita sem aquelas imponentes sobrancelhas. Somente elas é que fazem assistir ao Jornal Nacional.
E a Marilyn Monroe? Creio que foi ela quem começou a trabalhar a forma definitiva das sobrancelhas mais bem cultuadas.
Atualmente, as mulheres mais bonitas são as que têm as mais belas sobrancelhas.
Entretanto, algo que pode ser tão belo, se não for bem cuidado, vai tornar a mulher ainda mais feia.

domingo, 18 de agosto de 2013

PRESENTES DE ANIVERSÁRIO

Ontem recebi meus filhos e netos para um churrasco e somente hoje abri meus e-mails (Pô! Tô parecendo feissibuque. O que isso pode interessar a alguém?).
Os presentes, porém, vão interessar e vou compartilhar (mais feissi?).
Além dos parabéns convencionais, recebi três vídeos de presente dos amigos que sabem do que eu gosto, além de mulher: música, futebol e mágica.
O primeiro vídeo é com a pianista Nicole Pesce tocando "Parabéns a você" como se fosse Bethoven, Chopin, Brahms, Bach e Mozart. Muito bom. Vale a pena ouvir.
O outro mostra o gênio driblador de Ronaldo. Fico pensando: será que ele foi melhor que Pelé? Melhor que Neymar, que Messi, que Garrincha, que Maradona, é claro que foi. É sensacional, vale a pena ver.

O terceiro vídeo é de um mágico espetacular. Não dá pra imaginar como Jérôme Murat faz aquela estátua. Só vendo pra crer.
Ao final da apresentação, links para outros mágicos sensacionais que se apresentam no Les Plus Grand Cabaret du Monde, em Paris.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OUTRO 16 DE AGOSTO

Mais um ano de uso, nem tão bem usado quanto antes é lógico. Sei que é também, menos um ano da minha sedentária existência. Mas, com o orgulho de ser um dos responsáveis pelo elevado IDH de Mangaratiba.
Principalmente no quesito longevidade.
Nunca pensei em atingir os 76 com tudo funcionando corretamente sem precisar de qualquer estímulo químico.
Sei que não posso mais nadar até a praia da Batata. Os músculos não permitem. Subir a pé a serra do Piloto, nem pensar. O cérebro, porém, continua em perfeito estado. Estado da arte. Parece que tem apenas metade da idade cronológica.
Atualmente, o exercício que pratico é apenas intelectual. Acordo cedo e durmo tarde pra ficar mais tempo sem fazer nada. Sou um mandrião convicto, vagabundo e preguiçoso como um macunaíma branco, mas com algum caráter.
Tornei-me um gozador irreverente, sarcástico e, às vezes, mal compreendido. Uma agradável mulher, certa vez, disse que eu a inspiro e irrito e, há pouco, afirmou que admira o ser humano desagradável que sou. Eu diria quase humano. Talvez o seja porque não suporto a mediocridade, a hipocrisia e o bom-mocismo dos caipiras que têm a mente mais vazia que o seu currículo e que não gostam de mim. Sigo de bem com a vida, como sempre, amado por elas e odiado por eles.
Há muito que ultrapassei o prazo de validade de um brasileiro comum. Continuo fumando, bebendo e comendo de tudo. Até doces, eu como todo dia. Apesar da diabetes.
E não quero saber de médico nem de vacinas. Na última vez que me consultei – há mais de dez anos – o terrorista me disse que meu pâncreas estava falido e quis mudar meus hábitos. Proibiu-me refrigerantes, a cachaça e o consumo de embutidos (lingüiça, mortadela, presunto,etc). Açúcar nunca mais. Queria que eu fizesse exercícios. Preferi correr pra bem longe dos médicos.
Sei que se voltar lá e contar-lhe o meu modo de viver, ele vai me dar menos de um ano de vida. Não sabe ele que é justamente o que quero só para ver a Copa do Mundo e ser bisavô no ano que vem.
O Todo-Poderoso – Que Se amarra em mim – há de permitir que eu veja também a Olimpíada em 2016.
E - quem sabe? – vai me permitir votar no Lula em 2018.
Depois... Bem, depois a galinha pôs.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

VANDALISMO É O CACETE!

Assim falou Ricardo Boechat, âncora do Jornal da Band, no vídeo abaixo.
Um cara que está na TV e no rádio todos os dias deveria ter mais responsabilidade em suas declarações neste momento que vivemos. O infeliz estimula o quebra-quebra por essa gente infame que protesta contra o nada e a favor de porra nenhuma que não vai chegar a lugar algum.
Parece inspirar-se em texto de Adolph Hitler do livro “Minha Luta”:
“Não é com orações que você muda um país. Milhões de pessoas já estão convencidas de que o único jeito de criar um país novo é extirpar esse sistema corrupto pela raiz. E nunca, nunca houve um momento mais propício para isso.
Nossos governantes não respeitam nossos direitos – e continuam roubando a gente até o último centavo. Políticos assim esperam o quê? Só podem esperar revolta mesmo. Essa revolta precisava de uma válvula de escape. E acabou de encontrar”.
Volto ao tema devido ao protesto, na câmara municipal carioca, que tem um objetivo legítimo, mas é promovido por dementes e arruaceiros de uma forma deplorável como quer o Boechat.
A Câmara foi tomada pelos fascistas que manobram a massa ingênua. Deixaram um rastro de destruição e onze deles continuam lá após tantos dias e noites.
Jorge Felippe, o presidente, parece estar impotente diante dos delinquentes que, até, acertaram Luiz Carlos Ramos na cabeça com uma pedrada.
“Fui cercado por uns vinte mascarados que me xingavam. Tive que sair correndo para a Rua Senador Dantas. Aí, eles começaram a jogar pedra" – contou Luiz, um cara muito manso e educado.
Jorge Felippe ainda se reuniu com manifestantes sem chegar a um acordo: “Não tenho poder para anular algo em que foram respeitados todos os procedimentos legais e regimentais” – disse ele.
Ontem, os manifestantes trancaram os portões da Câmara com cadeados, impedindo que vereadores deixassem o local. O clima ficou tenso e só no início da noite conseguiram deixar o Palácio Pedro Ernesto com a ajuda da tropa de choque da PM.
Os dois são de Bangu. Sinto muito por eles que são meus amigos de longa data e que nada podem fazer. A única possibilidade de recomposição da CPI, que eu também defendo, é a renúncia de seus componentes. Neste caso, um terceiro amigo de Bangu – Renato Moura – que infelizmente faz parte da CPI, pode dar o exemplo renunciando ao cargo.
De qualquer forma, recompondo ou não a CPI, bem que poderiam meter o cacete nos vândalos.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

FESTIVAL DA CACHAÇA

 
Depois de amanhã começa o “31° Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty”. Vai de 15 a 18 de agosto o evento que está mudando seu perfil para privilegiar a cultura regional, a qual tem tudo a ver com a história da cachaça em Paraty.
A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil e a terceira mais consumida no mundo. A cachaça contribui consideravelmente para a economia do Paraty, que hoje tem no turismo sua principal fonte de recursos.
Aliás, o turismo em Paraty é levado muito a sério. A cidade, por si só, já suscita grande atração em todo o país, mas os eventos não param de acontecer, atraindo gente até do exterior.
Logo após o Festival da Cachaça, Paraty promove, de 21 a 25 de agosto, o “5º Encontro Internacional de Aquarelistas” com exposições, palestras e oficinas. O evento ocorre simultaneamente com o “Festival de Música Instrumental”, o MIMO, de 23 a 25. Este festival acontecerá também nas cidades históricas de Ouro Preto e Olinda. O festival é gratuito e terá shows em palcos montados em toda a cidade. Além dos shows, haverá exibição de filmes e atividades educativas como palestras e workshops ministradas pelos artistas que se apresentarão no evento.
A seguir, de 6 a 8 de setembro, Paraty terá o “1º Festival Aves de Paraty”, uma iniciativa entre a Associação Cairuçu e o Museu Forte Defensor Perpétuo de Paraty que lançará o primeiro “Guia das Aves de Paraty” com fotos de Edson Endrigo, reconhecido como um dos melhores fotógrafos de aves da América do Sul.
Após dez dias em que a atração será somente a própria cidade histórica, começa a 9ª. edição do “Paraty em Foco”, em 18 de setembro, um evento que valoriza e enobrece a arte fotográfica. Oferecerá cursos e workshops práticos e teóricos para fotógrafos profissionais e amadores e, também, ao público interessado em produção cultural e editorial voltada à fotografia.
Ainda em setembro, de 26 a 28, a cidade promove o “Paraty EcoFashion – Moda para o Mundo com um Novo Olhar”. Integrando o evento, será promovido o “Concurso de Bordados Máscaras de Paraty”.
A Cidade do FLIP vive, respira turismo o ano inteiro. É uma cidade com um IDH bem inferior ao de Mangaratiba. Paraty está em 63º lugar entre os municípios fluminenses e Mangaratiba tem o nono maior Índice de Desenvolvimento Humano. Com uma população pouco maior que a de Mangaratiba, Paraty tem apenas nove vereadores.
Mas o site da Câmara Municipal é quase uma atração turística. É completo, apresenta tudo que interessa ao cidadão até as atas das sessões. E acreditem, uma parceria com a Rádio Nova FM permite a transmissão das sessões ordinárias da Câmara. As gravações ficam arquivadas no site e qualquer um pode ouvi-las quando quiser. Veja AQUI.
Um exemplo para os nossos onze vereadores que até hoje ainda não conseguiram construir um site adequado para informar o cidadão sobre suas atividades.
Outra coisa, um aviso aos funkeiros: vocês não são bem-vindos a Paraty. A Prefeitura informa que a reprodução sonora por particulares está proibida e os órgãos de segurança agirão com rigor. O buraco lá é mais embaixo.
É mais um exemplo a ser seguido por qualquer cidade que se propõe a ser turística.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

É DILMA DE NOVO

A Folha quer Lula candidato a presidente em 2014. Ou não daria tanta projeção ao resultado da pesquisa Datafolha que se vê abaixo, afirmando que Lula tem melhor desempenho que o de Dilma no segundo turno em todos os cenários. A mosca azul da Folha não vai picar o Lula.

 (clique para ampliar)
Eles querem o Lula candidato a presidente para não deixá-lo à solta fazendo campanha para seu candidato ao governo de São Paulo.
Lula já ganhou a prefeitura com Fernando Haddad e, agora, lançou Raimundo Padilha – o Ministro da Saúde – para governar São Paulo.
Como já sabe que Dilma será reeleita, a oposição fará de tudo para evitar perder o governo do Estado de São Paulo, até apoiar Lula para presidente.
Mas, Lula é Dilma. E Dilma é Lula.

domingo, 11 de agosto de 2013

DIA DOS PAIS

“Filhos, melhor não tê-los... Mas se não os temos, como sabê-los?
Noites de insônia, cãs prematuras, prantos convulsos, meu Deus, salvai-o! Filhos são o demo, melhor não tê-los... mas se não os temos, como sabê-los?

Como saber que macieza em seus cabelos, que cheiro morno em sua carne, que gosto doce em sua boca!
Chupam gilete, bebem xampu, ateiam fogo no quarteirão. Porém, que coisa, que coisa louca, que coisa linda que os filhos são!”
Vinícius, que teve nove mulheres e cinco filhos, descreveu em seu Poema Enjoadinho o sentimento muitas vezes contraditório dos pais. Nasceu em 19 de outubro, o mesmo dia em que nasceu um filho que há um ano me presenteou com um neto. E que, apesar das noites insones, das cãs prematuras, do medo dos choros convulsos, do cocô mole e do cocô duro, dos pequenos atritos familiares, afirma nunca ter sido tão feliz quanto agora.
Filhos? É melhor tê-los. Como ser avô sem tê-los? Que coisinha fofa meu netinho é! Que emocionante é seu sorriso, sua mão macia no meu rosto.
E o outro? Filho do meu filho mais velho. O cara colou grau em direito na quinta-feira e já tem a carteira da OAB. Imaginem, mal saiu da UNIRIO e já possui a habilitação para advogar. Não são todos os advogados que a têm e dizem que quem não a tem não é. Além disso, ficou em oitavo lugar no concurso para o Ministério Público Estadual. Será Promotor Público e diz que vai ser juiz. Não duvido. Vai colocar mais dignidade no Poder Judiciário.
Filhos? Melhor tê-los. Como ser avô sem tê-los? Que coisa linda meu netão é!
E o que ainda é melhor, minha neta vai casar em dezembro. Ano que vem, devo ser bisavô. Bisavô, eu. Imaginem. Não é pra qualquer um.
Filhos? Muito melhor é tê-los. Como ser bisavô se não os temos?
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boys.
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boys.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

LULINHA, O MULTIMILIARDÁRIO

Com inveja do negão que comprou um apartamentinho em Miami, Lulinha não quis ficar por baixo e comprou uma casa branquinha em Washington.
Ele, que já tinha comprado uma fazenda que nunca foi vendida, que pagou 50 milhões de dólares por um Gulfstream GIII - um dos mais modernos aviões executivos do mundo para curtir a vida - e que se tornou proprietário da Friboi, está em negociações para comprar uma casa rosadinha em Buenos Aires. A casinha é atração turística como se pode ver na foto.
Está duvidando? Mas, você acreditou nas outras aquisições.
Ou não?

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

UM BLOG ESTÚPIDO

É um dos mais acessados do país e faz a cabeça de muita gente que prima pela ingenuidade. Inclusive a cabeça de um ricúpero invertido de Mangaratiba que reside em Campo Grande. É o blog do Reinaldo Azevedo hospedado na, com licença da má palavra, Veja Online.
Como eu gosto de ler o que diz o outro lado, topei com a seguinte asneira que o imbecil escreveu.
“O resultado burro colhido pelo Ibope Inteligência. Ou: A tolice sobre a reforma política e o financiamento público, com a chancela da OAB!”
Ele começa menosprezando o MCCE, o movimento que conseguiu aprovar a Lei da Ficha Limpa, que encomendou a pesquisa cujo resultado mostra que 92% dos brasileiros são favoráveis à reforma política e 78% aprovam o financiamento público das campanhas eleitorais.
“Santo Deus! A pesquisa foi encomendada por um tal MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), do qual faz parte a OAB. O MCCE é autor da proposta de inciativa popular que recebe o apelido de “eleições limpas”! Eles querem o fim da doação de empresas a campanhas políticas, o que teria o apoio de 78% dos que responderam à pesquisa; a contribuição privada ficaria limitada aos indivíduos.
O resultado da pesquisa do Ibope Inteligência é burro. Não porque eu discorde dele, mas porque o instituto, a pedido do tal movimento, foi às ruas colher as flores do óbvio. Ora, num momento de inédito descrédito da política, o que vocês acham que diriam os entrevistados quando indagados se são favoráveis a que isso mude? Se o Ibope Inteligência indagar se as pessoas são contra ou a favor a Lei da Gravidade, estou certo de que o resultado será inferior a 92%.”

O imbecil chama o povo de burro ao falar da lei da gravidade. Pensa que o povo não sabe o que é isso e esquece que a reforma política foi uma bandeira levantada pela Dilma e que não foi enaltecida nas manifestações.
“O mesmo se diga da pergunta — não sei como foi formulada — sobre a doação de empresas privadas. Os que responderam sabem que, sem as empresas privadas:
a: o dinheiro que vai financiar as eleições sairá dos cofres públicos — leia-se: do bolso delas?
b: sem haver mecanismos para coibir as doações ilegais — e não há —, vai aumentar o caixa dois de campanha. É preciso ser muito energúmeno para não constatar o óbvio.
Esse é o pior aspecto desses momentos de transe, em que a gritaria e o alarido superam qualquer manifestação de racionalidade.”
Comecemos a analisar pelo final do texto: quando as pesquisas apontaram queda significativa no prestígio da Presidenta, ele aplaudiu com estusiasmo e saudou calorosamente o resultado. Não se tratava da gritaria e alarido de momentos de transe que superam qualquer manifestação de racionalidade.
Contudo, a maior estupidez do energúmego é afirmar que sem a doação de empresas privadas o dinheiro que vai financiar as campanhas eleitorais sairá do bolso do povo.
Ele não pode estar falando sério. O que ele quer é manipular o leitor. Então, ele acha que o dinheiro doado pelas empresas privadas não vai voltar em dobro ou triplicado para os doadores nas negociatas com os políticos eleitos? Claro que não, ele sabe como a coisa funciona.
Quanto ao caixa dois, como ele pode afirmar que não haverá mecanismos para coibir as doações ilegais.
O que ele não quer é mudança. Para ele, arauto dos corruptores, tudo tem que permanecer como está.

N.L.: o texto em itálico vermelho é ipsis literis do energúmeno.

domingo, 4 de agosto de 2013

RICÚPEROS PELO AVESSO

"Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde."
Esta afirmação é de Rubens Ricúpero, Ministro da Fazenda no governo do Presidente Itamar Franco, durante a implantação do Plano Real. Foi dita durante conversa informal com Carlos Monforte, em 1/09/1994, quando se preparavam para uma entrevista ao vivo no Jornal da Globo sobre o Plano Real.
Eles não sabiam que o sinal do link via satélite que transmitiria a entrevista já estava aberto e aqueles que tinham suas antenas parabólicas sintonizadas no canal privativo de satélite da Rede Globo captaram a conversa informal do ministro com seu cunhado.
Para Itamar Franco, O ministro Ricúpero foi o sacerdote do Plano Real. Mais até do que o FHC”.
Foi ministro durante apenas cinco meses, mas encaminhou ao presidente Itamar, em 30 de junho de 1994, a exposição de motivos que criou o Plano Real. Um plano de estabilização econômica idealizado por uma equipe de economistas da qual faziam parte Pérsio Arida, André Lara Rezende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis Carvalho, Winston Fritsch, e outros.
Deixou a lição que foi mal compreendida pela oposição em Mangartiba que a emprega de modo invertido, principalmente no feissibuque: eu não tenho escrúpulo, o que é ruim a gente fatura, o que é bom a gente esconde.
Foi o que ocorreu agora no caso do IDH. Mangaratiba se apresenta como um município de alto desenvolvimento humano com índices superiores à média verificada no país. Entre os municípios fluminenses, Mangaratiba saiu de um 52º lugar em 1991, para o 11º em 2000 e para o 9º lugar em 2010.
O IDH de Mangaratiba, além de ser superior à média brasileira, é também superior ao de todas as cidades vizinhas e cresceu muito mais significativamente como eu demonstrei em postagem anterior.
Isto é notícia importante que mereceria primeira página.
Entretanto, somente eu falei do IDH, mais ninguém. Nem a prefeitura. Talvez porque nada tenha a ver com o atual prefeito. Nenhum blog tocou no assunto, nem aqueles mais sérios que vivem apenas da notícia. Dos que sobrevivem da notícia ruim, quase sempre desmentida, eu não esperava nada mesmo.
Se eu fosse fazer uma campanha pra promover Mangaratiba, diria que é a cidade onde se vive mais e melhor na Costa Verde. Traria gente decente pra cá.
Entretanto, os ricúperos pelo avesso preferem falar sobre uma suposta infestação de bandidos que vivem aqui à solta. Um verdadeiro convite para eles, os bandidos.

sábado, 3 de agosto de 2013

APÓS O IDH, O ÍNDICE GINI

Em 1991, eram 4774 (85,8%) os municípios brasileiros que se apresentavam com IDH muito baixo; em 2000 este número foi reduzido para 3895 (70%); e, em 2010, após oito anos do governo Lula, apenas 32 (0,57%) municípios se apresentaram com IDH muito baixo.

Diferente do IDH, o Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini e anunciado ontem, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Assim como o IDH, o Gini varia de zero a um.
O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.
No Relatório de Desenvolvimento Humano  de 2004, elaborado pelo PNUD – o mesmo que calcula o IDH - o Brasil apareceu com Índice de 0,591, no 120º lugar da lista de 127 países, acima apenas da África do Sul e da Namíbia (AQUI).
Agora, porém, o Índice Gini se apresenta melhor que nos anos 60 anteriores ao holocausto militar.
“O gráfico abaixo "desenha" (pra quem está a fim de enxergar) que os 20 anos do "milagre" da ditadura jogou no lixo a luta contra a desigualdade.
Escancara também aos cínicos, que falam em "pibinho", que não basta ter "pibão". Não basta fazer o bolo crescer, é preciso permitir que todos dele se deliciem.
O gráfico também demonstra que os 20 anos pós-ditadura, os anos do neoliberalismo, não foram suficientes para retomar os índices dos anos 60. A desigualdade diminuía, mas em um ritmo muito lento.
E aí se concretiza a marca dos governos trabalhistas do PT. São 10 anos de queda abrupta da desigualdade, retomando os níveis anteriores à
ditadura. E a queda continua cada vez mais acelerada, com perspectivas de brevemente atingir níveis de países avançados.
Lembrar ainda que o Brasil atingiu de 2011 para 2012 sua maior queda do índice de Gini em um só ano. E num cenário mundial em que 2/3 dos países tiveram seu índice aumentado.
É ou não motivo pra ter orgulho desse governo? Dá pra correr o risco de deixar voltar o neoliberalismo tucano ou similar à direção do país?”


N.L.: o texto em itálico azul foi lambido da publicação de Fábio Ribeiro Corrêa, meu filho.

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

BRASIL DEMOCRÁTICO, AME-O OU DEIXE-O

Os e-mails funestos que falsificam e deturpam a história mais recente do país e infestam a internet são preparados pela máfia infame que alimenta de ódio os inocentes úteis. Às vezes, alguns aterissam em minha caixa de mensagens.
Muitos tentam provar que o holocausto da ditadura militar foi lindo e maravilhoso e que, agora, vivemos uma era tenebrosa e perversa. Todos têm o objetivo claro de manipular a opinião de uma juventude ingênua e crédula para retomar o poder político, social e econômico.
São originários de uma burguesia nefasta e fascista formada por torturadores canalhas saudosos da ditadura que criaram filhos tão desprezíveis quanto eles próprios.
Conheço um destes indivíduos que, atualmente, andam muito assanhados com os protestos contra o nada e a favor de porra nenhuma que não levam a lugar algum. Ou serão contra a democracia e a favor da ditadura que também não levarão a lugar algum?
Esse cara, um civil, foi um dedo-duro nos anos de chumbo, sabujo de generais e até foi condecorado pelo exército por sinistros serviços prestados. Ele hoje faz parte da máfia infame que repassa e-mails cujo alvo principal é o Lula.
Mas, também, estimulam o preconceito racial, a vergonha de sermos brasileiros, o ódio político e religioso, o preconceito contra as minorias, contra o Bolsa Família e enaltecem todo tipo de pensamento que seja mesquinho, egoísta, conservador e reacionário.
Dele, recebi esta semana o texto medíocre de um general da reserva do exército Paulo Chagas que considera o Brasil atual - que é a sétima economia do mundo com IDH considerado de alto desenvolvimento humano - o próprio Inferno de Dante. Seu texto é semelhante ao que alguns descrevem para Mangaratiba e o infeliz ainda tem a coragem de falar em liberdade.
A massa de manobra, os inocentes úteis, são motivados por textos nefastos como este a seguir. 


“A NOSSA LIBERDADE
Por Paulo Chagas – general de brigada reformado

Liberdade para quê?
Liberdade para quem?
Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?
Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!
Fala-se muito em liberdade!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!
Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.
Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.
Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.
Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e sequestros.

Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.
Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói!
Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos.
É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!
Vivemos no país da censura velada, do “micro-ondas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor e com o homem da lei.
País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de anos, irrecuperáveis!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a auto estima e a própria dignidade?
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?”

O general é uma criatura decrépita e desmemoriada que precisa se convencer de que o Brasil democrático é irreversível.
Digo a ele e ao seu sabujo o mesmo que me diziam durante o inferno militar: ame-o ou deixe-o.