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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

PRESS RELEASES

No meu tempo, era difícil plantar uma "notícia" nos jornais.
Enviávamos “press releases” quase que diariamente para todos e quase que implorávamos para, em raras ocasiões, conseguir uma publicação com pouquíssimas palavras nas colunas sociais.
Apesar de bons anunciantes, tínhamos que nos contentar com publicações em jornais de bairros ou do interior.  
E olha que naquele tempo tínhamos, além de O Globo, A Noite, Correio da ManhãDiário de Notícias, Diário Carioca, O Jornal, Diário da Noite, Última Hora, Jornal do Brasil, Folha Carioca, A Notícia, O Dia, Luta Democrática, Tribuna da Imprensa, Gazeta de Notícias, e outros que nem lembro mais.
Com tantos periódicos, matutinos ou vespertinos, disputando os leitores, a imprensa tinha muito mais seriedade e credibilidade do que atualmente.
O jornalismo respeitava os leitores e não costumava publicar as falsas notícias. Só mesmo os políticos, que nomeavam jornalistas em seus gabinetes, conseguiam furar a barreira contra o que era irrelevante.
Hoje, eu vejo como é fácil a publicação de “releases” preparados pelas assessorias de imprensa de artistas, de jogadores de futebol, de lutadores do UFC e de políticos.
Eles se tornam destaques diários nas páginas online e nos jornais impressos. E os leitores os consomem como se notícias fossem.
Extra e O Dia são especialistas na publicação de “releases”, geralmente notícias absolutamente irrelevantes, a maioria sobre ilustres desconhecidos. 

É interminável a relação de “releases” publicados como se interessassem a alguém medianamente racional.
Até O Globo, com todo o seu aparato jornalístico, utiliza esse artifício para preencher suas páginas. Além de se vender para os grandes empresários, publica notícias absolutamente irrelevantes também publicadas em outras folhas.
Afinal, preencher toda noite aquelas folhas em branco é como cumprir a maldição imposta a Sísifo.