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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

LULA LIVRE!

Por apenas um voto - cinco ministros se acovardaram - "prevaleceu no STF o que está inequivocamente escrito na Constituição, e a execução da pena de prisão passa a se dar depois do trânsito em julgado. É o que está, como norma abstrata, no inciso LVII do artigo 5º, que é cláusula pétrea. É o que define o artigo 283 do Código de Processo Penal, cuja constitucionalidade era julgada pelo tribunal", escreve Reynaldo Azevedo.
E Lula será libertado...
Será uma data histórica o dia 8 de novembro como foi o 8 de outubro, que simboliza o MR-8.
E que homenageia outro grande líder revolucionário: Che Guevara.

sábado, 5 de outubro de 2019

RECEITA PRA FICAR SÓ

Junte umas brigas banais,
Uma intriga, outra mais
E alguma desilusão.
Bate bem meia-dúzia de queixumes,
Em seguida, acrescente o ciúme
E uma medida de incompreensão.
Misture bem o volume
E, só então, adicione o tempero:
Lance mão dessa falta mensal de dinheiro,
Leve ao forno da paixão
E o aqueça no calor da emoção.

Pra acompanhar esse prato,
Tudo o que for insensato...
Chore, mas chore de fato,
Jamais dê razão à razão
Presa de um vinho barato,
A tua sobremesa será solidão.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

UMA SELEÇÃO BRASILEIRA

Toda e qualquer partida do Brasileirão tem um jogador que foi do Fluminense em campo ou no banco.
Vejam alguns que escolhi para uma boa seleção brasileira.
Cavalieri (Botafogo)
Bruno (Grêmio), Gum (Chapecoense), Henrique (Corinthians) e Carlinhos (CSA)
Jean (Palmeiras), Gerson (Flamengo) e Gustavo Scarpa (Palmeiras)
Richarlison (Everton), Henrique Dourado (Palmeiras) e Everaldo (Corinthians).
São todos ex-tricolores.
Com esta seleção o Fluminense não perderia de 3x0 para o Goiás.
Agora, vejam os reservas mais jovens desta seleção: Júlio César (Grêmio), Ibañez (Atalanta), Wendel (Sporting), Ayrton Lucas (Spartak), Sornoza (Corinthians), Douglas (PAOK), Kenedy (Chelsea), Marlon (Sassuolo), Fabinho (Liverpool), Maicon (Athletico Mineiro), Rafael (Lyon), Fábio (Nantes), Fernando Henrique (CRB), Luciano (Grêmio), Richard (Vasco), Welington Silva (Internacional).
Também são todos ex-tricolores. E este último ainda é o maior artilheiro tricolor em 2019.
Existem outros ex-tricolores mais velhos e os que não me vêm à lembrança.
É por essas e outras que eu agora sou Flamengo.


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

HOSPITAL BADIM

Se como dizem os fundamentalistas Deus estivesse no controle de tudo, o Hospital Badim não pegava fogo nem morreriam tantos pacientes.
Foi lá que eu fiquei cinco dias internado e contei aqui em janeiro de 2018.
Consternado republico a minha história com o hospital.
Imagem relacionada
Paguei caro pelo meu ingresso neste ano novo. O ano da febre amarela que será deprimente se a Copa do Mundo não salvá-lo da tristeza de ser brasileiro.
Fui levado por familiares para o Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca.  
Passei por uma extensa bateria de exames, fui diagnosticado com pneumonia e foi decretada a minha internação, pois pneumonia após 80 anos mata se não for bem tratada.
Mas, não havia vagas e o próprio hospital me encaminhou de ambulância para o Hospital Badim, no Maracanã. Nunca tinha ouvido falar nele, e isso lá é nome de hospital... 
Contudo, meu livre arbítrio tinha sido cassado e lá cheguei com todos os resultados clínicos obtidos no São Vicente de Paulo.
Pra minha surpresa, cheguei à conclusão que médico não confia em médicos, pois fui logo submetido a todos os exames novamente, perfurado sem dó nem piedade. 
Encaminhado a um quarto particular com acompanhante, passei a ser muito bem tratado por um bando de mulheres bonitas, simpáticas e sorridentes, que não me deixavam dormir com tanto remédio que me davam até de madrugada. 
Nem me deixavam sentir fome. Às seis, café da manhã; às nove, suco e biscoitos; ao meio-dia, almoço; às três, café da tarde; às seis, jantar; e, às nove, merenda.
Logo no primeiro dia, duas delas vieram me dar banho às seis da manhã. Colocaram-me nu em uma cadeira de rodas sem fundo e levaram-me para o chuveiro.
Ouvi quando uma disse pra  outra: “pequeno, não é!”
Entrei no papo e esclareci: “era bem maior, mas usei demais e... gastou”.
O hospital foi ótimo, quatro dias e noites de atendimento perfeito. Deixou-me pronto para encarar a febre amarela e nada me cobraram.
Só não sei o que o Saúde-Caixa fará com o salário da minha mulher no mês que vem. Depois, eu conto.

N.L.: A Caixa nos cobrou apenas uma merreca.

sábado, 7 de setembro de 2019

APOSENTADORIA


Quase todos nós sonhamos com a aposentadoria.
Mesmo aqueles que nunca pegaram no pesado, nem contribuíram com qualquer merreca para a previdência social, sonham com o dia em que farão jus a um salário mensal sem ter que fazer nada em troca.
Entre esses, muitos tentam aplicar um golpe no INSS para realizar o seu sonho. Alguns até conseguem.
Em compensação, meu pai contribuiu a vida inteira, faleceu antes de se aposentar e não pôde nem deixar pensão para ninguém. Assim como milhões de mulheres que contribuíram durante mais de dez anos e sonhavam apenas com o casamento. Casaram, largaram o emprego e a previdência ficou com a grana. Grana que milhares roubaram e, agora, dizem que não têm como pagar aqueles que contribuíram.
Há, porém, alguns que não sonham com a aposentadoria. Pensam que se pararem de trabalhar vão perecer na inutilidade.
Não sabem como é bom ser inútil. Não saber que horas são nem que dia é hoje. Ler, computar, escrever, comer, beber, dormir, sem ter que dar satisfação a ninguém.
É o autêntico livre-arbítrio, afinal. Fazer o que quiser, é como estar no mundo a passeio. E todo mês aquele troco na conta-corrente. E ainda ter direito ao décimo-terceiro.
Eu contribuí, durante muito tempo, sobre 20 salários. Depois, a lei baixou a contribuição máxima e passei a pagar sobre dez. Quando via aquele desconto no meu salário, todos os meses, durante 30 anos, sonhava com o dia em que receberia tudo de volta.
Hoje, 33 anos depois de aposentado, ao contrário de meu pai, vejo que já recebi triplicado tudo que me descontaram. E, dentro da lei, sou mais prejudicial ao INSS do que a grande maioria dos fraudadores.
O meu sonho de aposentadoria se realizou. Sou um inútil e orgulhoso vagabundo. Sou pago para não fazer nada. A não ser trocar lâmpadas, ir ao mercado, cuidar da minha mulher, pegar coisas onde ela não alcança e outras coisinhas sem importância. Quando ela me pede algo mais complicado, deixo para fazer somente nos feriados.
Sábados e domingos, eu tiro para descansar. E continuo vivo.
Como castigo, porém, tenho outros sonhos de aposentadoria. São, na verdade, pesadelos terríveis.
Quase todas as noites, sonho que estou trabalhando. Dou um duro danado a madrugada inteira e nada dá certo no que faço. Às vezes, carrego um carrinho de mão cheio de pedras pra lugar nenhum e nunca chego lá.
Acordo revoltado, cansado e nada nem ninguém consegue me desviar da mais completa inutilidade.

domingo, 25 de agosto de 2019

16 DE AGOSTO DE 2019

Oitenta e dois anos...
Já vou chegando ao fim do meu destino...
É o fim de festa que abomino.
Como fera, ferido como gente,
Qual pantera, sigo em frente.
Nada supera a vida, felizmente,
Que eu vivi à vera, além da medida,
Vindo de outra era, um sonhador,
Refém do amor e da paixão.
Nem me diga que, hoje, eu vivo, em vão,
Ou que, por desalento, vou fugir da briga.
Ainda tento viver assim muito feliz,
Deixei raiz, sigo vencendo até o fim...
Só me arrependo do que não fiz.
Cumpri meus planos como bem quis,
Cometi enganos, colhi os danos.
Hoje, sou uma vela acesa ao vento,
Apago a qualquer momento.
Faço um afago aos meus, vou esperar por lá...
Um abraço e adeus, tchau, good bye, au revoir...

sexta-feira, 17 de maio de 2019

DEZESSETE DE MAIO

Não escrevo desde o Natal. Faltam-me palavras e, agora, aos 80, tenho medo de cometer erros gramaticais. Mas, hoje, 17 de maio, não posso evitar. Faz 55 anos que conheci a minha mulher.
Era o início da ditadura, da tortura, da linha dura. E eu no auge da contracultura em 1964.
Era o auge também do cinema francês com Brigitte Bardot após o filme “E Deus criou a mulher” de 1956, de seu marido cineasta Roger Vadim.
Eu era apaixonado pela mulher dele quando encontrei na rua o clone dela. Uma lourinha linda de 17 anos, uma beleza avassaladora. Foi amor à primeira vista? Ou não? Creio que queria uma Brigitte pra mim e a encontrei.
O melhor de tudo é que, depois, ela me disse que há muitos anos passava por mim quando ia pra escola, me admirava e eu nem ligava pra ela.
Hoje, tanto tempo após, continuo apaixonado e ela, aos 72 anos, continua linda, ao contrário da Bardot que envelheceu feia.

Para comemorar, comemos um ótimo bacalhau à espanhola, prato que ela escolheu.
E ela mesmo pagou.