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sábado, 31 de maio de 2014

ONDE OU AONDE?

“Darei tudo de mim
onde precisar o mundo.”

Parece ridícula a declaração da professora Osmarina. Parece coisa de super-herói ou de jogador de futebol, mas está correta. O “onde” foi aplicado corretamente.
Ao ouvi-la toda noite na propaganda do PSB, fico imaginando a tia Osmarina dando aula no Paquistão ou lutando contra a devastação das florestas tropicais do Congo. Ela não é mais a salvadora da pátria, mas sim a mulher maravilha dando tudo de si para salvar o mundo.
Mas, voltemos à questão do “onde” e “aonde”. Os dois indicam lugar, mas o primeiro tem a ver com localização em algum lugar e o segundo com movimento para algum lugar. Na linguagem coloquial, usamos as duas formas indistintamente, sem problemas. Porém, a norma culta exige a formalidade na escrita.
Os verbos que devem estar com “onde” ou no contexto em que esse termo aparece são os que indicam estado ou permanência no lugar. Exemplos: Onde estou? Onde fica? Onde coloquei?
“Aonde” é um advérbio que deve ser empregado quando transmitir a ideia de movimento, tais como: Vou aonde?, Aonde chegarei?, Dirijo para aonde?
Marina maravilha também poderia dizer assim: "Vou aonde precisar o mundo e darei tudo de mim."
Não sou professor, mas apenas um humilde publicitário que gosta e tem que escrever corretamente. Por isso, às vezes, coloco aqui algumas regras gramaticais para lembrar a mim mesmo da norma culta como nas postagens que fiz sobre o porquê dos porquês AQUI e sobre a crase AQUI.
Posso cometer meus erros, pois ninguém sabe tudo sobre a norma culta de nossa língua portuguesa.
Mas, é um absurdo errar como a anônima que se diz professora em um comentário reproduzido abaixo feito no blog “Notícias de Itacuruçá”, em 26 do corrente:
“educação começa o dia MAUUUU,
a secretaria de educação meire gabino, esta fazendo cooper agora por volta das 09.30h na orla da praia do saco, parece brincadeira mas é verdade, já pensou se nois professoras decidir-mos também pela mesma pratica,kkkkk”

Como pode a anônima que se identifica como professora cometer tantos erros em tão pouco texto? Se é mesmo professora, eu tenho que admitir: a educação em Mangaratiba está, digamos assim, uma... imundície.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

VAI PARA O LIXO DA HISTÓRIA DO STF

Há gente que tem um sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem que a ajudou, que a salvou de uma situação precária.
Você já fez um bem a uma pessoa que depois se afastou de você? Por se sentir diminuída perante você ou sei lá por quê?
Fiz esta pergunta, hoje de manhã, a minha mulher. Ela me disse que sim. Foi, há muitos anos, quando sua costureira, quase chorando, falou da necessidade de uma máquina de overlock para sustento de sua família. Minha mulher comprou a máquina e lhe deu. Pra quê? A costureira, que era vizinha, se afastou e nunca mais quis atender minha mulher. Vergonha?
Quando um ítalo-americano assumiu a direção da multinacional em que eu trabalhava durante quase dez anos, tive experiência similar.
Ele soube que eu tinha prestígio com o gerente de uma agência bancária e veio me pedir para lhe conseguir um empréstimo. Apresentei-o ao gerente e pedi que lhe atendesse. O meu diretor saiu da agência com sua conta-corrente recheada como queria e fez questão de me pagar o almoço.
Pra quê? O cara passou a me perseguir. Achou que meu comportamento era de quem queria tripudiar por tê-lo salvado de uma situação precária. Passou a notar que eu andava orgulhoso de cabeça erguida e nariz em pé. Como sempre andei, aliás. Assumiu um complexo de inferioridade diante de mim como qualquer infeliz quando vê um colega assumir um posto superior.
Certa vez, embriagado, numa convenção em Campos do Jordão, chegou pra mim e disse: “se quiser, eu posso prejudicar você”. Eu lhe respondi na lata: “qualquer um, seja quem for, pode me prejudicar; somente eu mesmo posso me fazer o bem”.
Fui demitido logo depois. Mas, me dei muito melhor em outra multinacional.
Por que estou dizendo isto? Por que a aposentadoria do verdugo me fez pensar o quanto ele se sentiu desonrado, diminuído e humilhado, diante de quem o ajudou para ser nomeado pelo Lula para o STF.
Foi a José Dirceu que o verdugo pediu para convencer Lula a nomeá-lo. Dirceu atendeu o seu pedido e convenceu Lula.
Hoje, por exclusiva vontade do verdugo, Dirceu – condenado ao semi-aberto – continua em regime fechado.
A vingança de Dirceu é que o verdugo, o déspota, o prepotente e arrogante, o porra-louca, o Demóstenes enrustido e ex-queridinho da mídia, sentindo-se agora isolado por todo o judiciário e malvisto por seus pares - até pelo Globo - aposenta-se no final de junho em respeito ao direito, para restaurar a dignidade do STF e a austeridade moral da democracia.
E, também, para o fim de sua perseguição a um desafeto que só lhe fez o bem.
O destino do verdugo será o lixo da história do STF e Dirceu, finalmente, poderá cumprir sua pena democraticamente.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

PAIXÃO RECOLHIDA

Alguns políticos têm duas caras: uma delas é pra ser usada nas campanhas eleitorais. Não conseguem, porém, esconder a outra cara. Pior ainda quando possuem uma paixão recolhida e têm que agir como uma boneca angustiada com o seu passado.
Tentam demostrar uma indignação com a razão de suas paixões. Tornam-se, então, obsessivos e sofrem porque precisam renegá-las e repudiar as exaltadas declarações de intenso e  ardente amor que já lhes fizeram.
E, agora, entregam-se à emoção de uma campanha eleitoral que se sobrepõe à lucidez e à razão.

N.L.: Não consegui postar o vídeo. Então, vai apenas o link para o vídeo.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

JEJUM DE JESUS

Ou será o jejum de futebol, já que a Record não vai transmitir os jogos da Copa do Mundo?
Os vira-latas contrários a sua realização conquistaram o maior apoio para a sua luta inglória e estúpida: Edir Macedo decretou o jejum para Jesus, quarenta dias de abstenção sem diversão, sem televisão e sem informação.
É verdade. O Dia publica hoje que foi o próprio Edir Macedo quem afirmou em vídeo na conta oficial da Universal no Youtube: "Nós vamos começar o jejum de Jesus, um jejum de informação, de rádio, televisão, distrações e diversões. Enfim, nós estamos propondo que vocês tenham esta experiência com Jesus para que se tornem novas criaturas".
Eu sinto uma certa admiração por Edir Macedo. Pelo seu poder de comunicação, por sua inteligência, por sua esperteza.
Um cara que sofreu bullying quando criança pelo defeito que tem nos dedos. Muitas vezes senti complexo de inferioridade. Me considerava o patinho feio da escola e até da família. Sempre fui motivo de zombaria. Muitos adultos e meninos da minha idade me chamavam de dedinho” – disse ele em seu livro.
Esse patinho feio fundou uma igreja que é, hoje, uma grande multinacional presente em 170 países dos cinco continentes.
Um cara que começou como contínuo e auxiliar de escritório na Loteria da Guanabara, foi católico, passou pelo espiritismo, freqüentou terreiros de macumba, e implantou um império econômico-religioso, merece o meu respeito.
Entretanto, creio que o bispo Macedo pisou na bola ao convocar os seus fiéis a ficar “sem futebol, sem diversão, sem cinema, sem TV”. E sem informação.
No vídeo, Edir Macedo sugere formas curiosas de se realizar o jejum – diz O dia - ele prega o sacrifício midiático e tecnológico durante quarenta dias, período em que, por coincidência ou não, será realizada a Copa do Mundo.
“Nós estaremos fora da Copa por completo. Sem futebol, sem diversão, sem cinema, sem televisão. Você terá direito apenas a assistir a séries sobre Jesus, os milagres de Jesus. Filmes bíblicos que falem de Jesus” – diz Macedo no vídeo.
Prestenção fanáticos: vocês não terão direito a assistir a Copa do Mundo pela TV, nem ouvir pelo rádio. Não terá direito à informação sobre o resultado do jogo do Brasil. E se já pagou uma nota preta pelo ingresso, rasgue-o.
O bispo pisou ou não pisou na bola?

terça-feira, 27 de maio de 2014

PARÓDIAS DO FANTÁSTICO

É fantástica a paródia feita pelo feliz e alegre casal aí embaixo para o concurso de paródias do Fantástico com a vinheta musical que a Globo sempre utilizou em todas as copas.
O Ali Kamel tá de cabeça inchada
E os coxinhas já viraram empada
O desemprego despencou e a inflação caiu
Vai ter Copa, sim, no Brasil!
Chora Merval, chora Miriam Leitão
Chupa O Globo, Folha, Veja, Estadão
A tucanada vai ter que aguentar calada o baque
E se consolar com o William Waack.
Já perderam o concurso, claro, e nem a Globo vai apresentá-la no programa. Além de alegre e feliz, o casal é muito consciente do que ocorre atualmente no país.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

BOICOTE À ELLUS

O Viomundo, o que você não vê na mídia, cujo link sempre esteve aí ao lado, é o blog de Luiz Carlos Azenha, jornalista independente e repórter da TV Record, que afirma ser um espaço dos movimentos sociais e de contraponto à mídia tradicional.
O Viomundo repercutiu uma postagem feita no feissibuque que se transformou na mais comentada do mês, recebendo 141 comentários no blog, a grande maioria propondo um boicote à Ellus. A referida postagem repercutiu também em outras páginas do feissibuque, no Twitter, no Estado de São Paulo, e deve ainda repercutir por toda a internet.
Assim, postou o blog Viomundo:
“O leitor que entrou na loja para protestar contra a síndrome do viralata
por Fábio Ribeiro Corrêa, no Facebook
Postei agora há pouco este link que resume a sensação de um bom observador de que há uma ação generalizada para menosprezar nossa cultura, nossa democracia e o Brasil. Pode ser ação política dos americanizados de sempre. Pode ser qualquer coisa.
Muitos acreditam que tudo isso se trata sempre de teoria da conspiração. Pode ser. Pode ser coincidência, pode ser senso comum. Mas me desagrada.
Ontem à noite, fui ao Rio Sul e vi a vitrine acima, da loja Ellus do térreo. Fiquei muito puto da vida. Fotografei, entrei na loja e dei um esporro bem grande no gerente. Ele ficou com uma cara de bunda gigantesca. Eu queria que mais brasileiros tivessem atitude e patriotismo para brigar contra uma coisa dessa.
Como é que o cara tá lucrando no Brasil, vendendo camisas de malha a mais de cem reais e chama, na vitrine, meu país de atrasado? Qualé Nelson Alvarenga? Além de ser uma ofensa a todos os passantes brasileiros, trata-se de uma propaganda negativa do país num momento em que ruas e shoppings estarão lotados de turistas. Ou seja, é burrice, estupidez pura.
Qualé a sua, Adriana Bozon?
Vai ofender a pqp, Ellus.
PS do Viomundo: O sonho da Ellus é morar em Miami.”
A Ellus é questionada pela Justiça pela utilização de MÃO DE OBRA ESCRAVA. O Processo corre na 2ª Região do Ministério de Trabalho e foi denunciado pela procuradora Carolina Vieira Mercante em 2012, que instaurou um inquérito civil e convocou representantes da Etiqueta Ellus através da portaria 1083/2012.
O atraso, portanto, é da própria empresa que não respeita a Lei de 1888 que aboliu a escravatura.
O leitor que fotografou a vitrine, questionou o gerente da loja e escreveu a postagem de enorme repercussão, é meu filho.
Felizmente para a loja, trata-se de uma pessoa muito bem educada – a sua revolta justifica os palavrões - um verdadeiro gentleman que tem consciência política como o pai.
Mas, não é um desvairado como eu que teria quebrado a vitrine e o manequim. E arrancado a camisa para pisoteá-la.
Valeu filho, você contestou a propaganda negativa feita pela Ellus com a sua postagem de enorme repercussão que é uma ótima propaganda negativa para a empresa.

sábado, 24 de maio de 2014

O LEGADO DA COPA

O investimento com a Copa 2014 (25,8 bilhões) – pelo BNDES, governo federal, estados, municípios e iniciativa privada – foram diluídos pelos últimos sete anos, desde 2007. A maior parcela destes gastos (32%) foram financiamentos de bancos públicos, principalmente do BNDES, e vai retornar com juros. Foram investidos em estádios apenas 8 bilhões.
O gráfico acima publicado pela Folha desmente tudo o que se falou sobre os gastos com a Copa. Mas, veja AQUI o quadro geral com a previsão da aplicação de recursos na Copa.
Somente em 2014, o investimento em educação é de 280 bilhões. O investimento em saúde, também somente em 2014, é de 206 bilhões. Portanto, o que foi investido na Copa desde 2007 representa apenas 5.3% do que está sendo investido em educação e saúde apenas em 2014 (486 bilhões).
A Copa pode tirar o Brasil de uma estagnação de cinco anos no fluxo de turistas estrangeiros dos atuais 5 milhões para 7,48 milhões até 2014 e para 8,95 milhões até 2018.
O país movimentará R$ 142 bilhões adicionais no período 2010-2014, gerando 3,6 milhões de empregos-ano e R$ 63 bilhões de renda para a população, o que vai impactar, inevitavelmente, o mercado de consumo interno.
Essa produção também deverá ocasionar uma arrecadação tributária adicional de R$ 18 bilhões aos cofres de municípios, estados e federação.
É o que afirmam AQUI a FGV e a Ernst & Young que acumula ampla experiência em consultoria para gestão e controle de grandes eventos esportivos como as copas de 2006, na Alemanha, e 2010, na África do Sul; o PAN do Rio e a Olimpíadas de Londres.
A gestão da imagem também está relacionada ao legado da Copa. A imagem será positiva se houver a percepção por parte da população de que o evento deixou um legado importante para toda a sociedade, e não uma imensa dívida para o tesouro pagar ou construções inúteis e dispendiosas.
O relatório da FGV/Ernst & Young diz que pode haver três tipos de legado: o físico, o social e o institucional.
“O legado físico são os estádios, as edificações, melhorias na infra-estrutura de mobilidade urbana (como os BRTs, por exemplo), nas telecomunicações, portos, aeroportos, dentre outros.
O legado social tem várias formas: a melhoria da autoestima do povo, os ganhos com educação e capacitação que a experiência proporciona e de empregos temporários, com a inclusão social de jovens carentes e da terceira idade em função do Programa de Voluntariado; a inclusão por meio do esporte, as melhorias obtidas com os investimentos em segurança e saúde e a geração de renda causada pelo aumento da atividade econômica.
O legado institucional é aquele proporcionado pela experiência de gestão de um megaevento, com prazos rigorosos, e envolvendo vários entes públicos e instâncias de poder em uma articulação sem precedentes. É o ganho em coordenação, em organização e também em experiência de alianças e parcerias entre “atores” muito diferentes entre si, em prol de um objetivo comum.
A questão do legado da Copa envolve a definição de sucesso do evento, que, no caso, ganha um contorno específico para cada um dos “atores” envolvidos. Para os torcedores, a noção de um evento bem-sucedido está ligada a serviços com padrão internacional e a assistir aos jogos e participar dos eventos com conforto, segurança e tranquilidade. Para os governos, o sucesso da Copa poderá ser medido pelo aumento da arrecadação e geração de riqueza, bem como pelos ganhos de imagem e visibilidade que possam depois ser revertidos em capital político.”
O presidente da FIFA – Joseph Blatter – afirmou que o sucesso do evento já está garantido. Nunca se vendeu tantos ingressos nem se arrecadou tanto com os patrocínios. A Copa das Confederações, não esqueçamos, foi também um sucesso.
Para os turistas que virão, acostumados com os atentados terroristas em seus países – lembremos da recente maratona de Boston, da Olimpíadas na Alemanha, os atentados nos metrôs da Espanha e da Inglaterra, psicopatas que atiram pra matar aleatoriamente e muitos outros casos com perdas de vidas - as manifestações vira-latas contra a Copa, que entre mortos e feridos salvam-se todos, são apenas perfumaria.
Para nós, o hexacampeonato vai passar uma borracha nas mentes poluídas por tudo que a imprensa tentou enodoar para transformar a Copa em fracasso. Imprensa que começa a se redimir por tudo o que fez como se pode ver AQUI.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A COPA DO MUNDO É NOSSA

Com o brasileiro não há quem possa.
Em 2007, todos os 20 membros do Comitê Executivo da Fifa votaram a favor da candidatura do Brasil. Ao contrário do que aconteceu em 1999 quando ninguém dava qualquer importância ao Brasil. 
Naquele ano, quando o país estava quebrado financeira e economicamente, foi apresentada a candidatura do Brasil para sediar a Copa de 2006. FHC não foi levado a sério pela FIFA.
“Quando eu chamo o mundo inteiro pra jogar,
 é pra mostrar que eu posso.”
Diz a música oficial da Copa do Mundo de 2014: We are one".
O escritor Paulo Coelho, que hoje combate a realização da Copa no Brasil, foi um dos membros da comitiva brasileira que apresentou a candidatura de nosso país, em Zurique, na Suíça.
Ele fez até discurso e fez parte da mesa principal da reunião do Comitê Executivo da FIFA. Ao seu lado, lá estava Romário, outro que virou a casaca contra a Copa.
No plenário, estavam Aécio Neves e Eduardo Campos, os dois netinhos. E mais os governadores Binho Marques (Acre), Jaques Wagner (Bahia), Cid Gomes (Ceará), José Roberto Arruda (Distrito Federal), Alcides Rodrigues (Goiás), Blairo Maggi (Mato Grosso), Ana Júlia Carepa (Pará), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro) e José Serra (São Paulo). Todos representando os estados concorrentes a sediar a Copa.
Além deles, estavam presentes o presidente Lula, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, o senador Marconi Perillo, representando o Congresso Nacional, e outras autoridades.
Todos se consideraram, então, os pais da grande conquista.
Hoje, porém, se não fosse o ex-presidente Lula a defendê-la e exaltá-la, a Copa estaria órfã.
A importância do futebol no mundo pode ser medida pelo número de países membros da FIFA (208) e da ONU (192). A FIFA existe para, através do futebol, unir os povos e promover a paz no mundo, e consegue. A ONU existe para evitar as guerras, jamais conseguiu.
A cada quatro anos, porém, a FIFA promove uma guerra entre 32 países. É o maior evento mundial que envolve emocionalmente bilhões de pessoas em todo o planeta. Seja rico, seja pobre, seja intelectual ou analfabeto, sem distinção de cor, de raça, de sexo, de religião, de ideologia, ficam todos ligados na mesma emoção dessa guerra sem derramamento de sangue.
Uma guerra em que não há derrotados. Todos são vencedores porque participaram. Chegaram ao seu limite físico e emocional dentro e fora do campo. Ganham os povos e os países, sejam participantes ou não.
Que bonito é... a paixão pelo futebol.
Que bonito é... ver as lágrimas de alegria e de tristeza ao final cada partida.
Que bonito é... ver aqueles meninos carentes e malnutridos transformados em gigantes a defender as cores de sua seleção.
São todos milionários, sim. E daí? Merecem muito mais pelo talento que Deus lhes deu. Pelo orgulho, alegria e felicidade que proporcionam aos seus torcedores.
Não haverá dinheiro que pague o contentamento que o povo brasileiro sentirá se formos hexacampeões do mundo.

Não sei se fico indignado com tanta mediocridade daqueles vira-latas que são contra a Copa ou se sinto pena da frustração dos negativistas que nada enxergam de bom adiante do nariz.
Pobres coitados desmemoriados que não sabem o que é a paixão por essa força unificadora cujas virtudes realizam uma importante contribuição à sociedade e à paz mundial.


N.L.: se quiser saber sobre os impactos sócio-econômicos da Copa, clique AQUI ou vá ao Portal da Transparência.

terça-feira, 20 de maio de 2014

É DILMA DE NOVO

A Folha afirma hoje que, de todos os presidentes desde Collor de Mello, Dilma é quem teve a melhor avaliação em primeiro mandato. Segundo o Datafolha, Dilma é até melhor avaliada que Lula.
O índice é resultado de cálculo que sintetiza a popularidade de cada presidente com base em todas as pesquisas realizadas durante todo o mandato de cada um. O índice acima de 100 indica avaliação positiva e abaixo negativa.
Na comparação entre o primeiro mandato de cada presidente, em duas décadas e meia, Dilma é a governante com melhor índice (153) de popularidade. Somente Lula conseguiu índice melhor (183), mas apenas no segundo mandato. No primeiro atingiu um índice de 139. Fernando Henrique teve no segundo período índice inferior (81) ao do primeiro (134).
Estes índices confirmam Lula como um ex-presidente popular e FHC, com índice negativo, como impopular.  
O Datafolha mostra também que os eleitores de Dilma são mais participativos nas disputas eleitorais e que a não obrigatoriedade do voto a  favoreceria.
Seus eleitores, podendo escolher entre votar ou não, compareceriam mais às urnas do que os eleitores de seus adversários.
São contra o voto obrigatório 61% de todos os eleitores. Entre os que têm intenção de votar na Dilma, em outubro, 43% não participariam se o voto não fosse obrigatório.
O índice dos que não votariam sobe para 58% entre os eleitores de Aécio Neves e 62% entre os de Eduardo Campos.
Quanto maior a idade, a renda e a escolaridade do eleitor, maior a intenção de não participar do processo da escolha de seus governantes.
Além de ter maior aprovação que os outros presidentes em seu primeiro ano de mandato, Dilma tem os eleitores com maior interesse político-eleitoral.
Não entendi como a Folha permitiu a publicação desta matéria. Vai dar demissão.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

MÁRIO SÉRGIO CORTELLA

É um dos mais renomados intelectuais brasileiros. Filósofo, educador, professor universitário, escritor com diversas obras publicadas na área da filosofia e da educação. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo, durante a a administração de Luiza Erundina, e membro-conselheiro do Conselho Técnico Científico de Educação Básica da CAPES/MEC, de 2008 e 2010.
É, também, um renomado  conferencista que superlota os auditórios durante suas palestras. O Youtube está repleto delas e abaixo reproduzo uma sobre “Família, Juventude, Escola, Tecnologia e Cidadania”, em que ele discute os caminhos a seguir e expõe a sua verdade.
Verdade de um homem que não quer agradar ninguém, quer apenas expor o que pensa, muitas vezes com veemência e sempre com segurança no que diz.
Mário Sérgio Cortella lança esta semana um novo livro - Educação, Escola e Docência - Novos Tempos, Novas Atitudes - em que afirma: "As famílias estão confundindo escolarização com educação. É preciso lembrar que a escolarização é apenas uma parte da educação. Educar é tarefa da família".
Esta é também a minha verdade tantas vezes repetida AQUI, AQUI, AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e em outras postagens. E tantas vezes criticada.
Mário Sérgio Cortella diz ainda que A escola passou a ser vista como um espaço de salvação”. Perguntado sobre como resolver a questão, ele afirma: A família precisa retomar o seu papel, porque ter filho dá trabalho. Ou será que as pessoas não sabiam?”
“Os pais precisam retomar o seu papel na educação dos filhos, pois, estamos formando uma geração que confunde desejos com direitos” – completa Mário Sérgio Cortella.
É como dizia Nelson Rodrigues: “Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos”. Culpa do governo, dos políticos?
Einstein é quem tinha razão ao dizer que “educação é aquilo que nos resta depois que esquecemos tudo o que aprendemos na escola”.

sábado, 17 de maio de 2014

50 ANOS, UM SONHO

Era tempo de Brigitte Bardot e Marilyn Monroe, duas louras que no cinema nos encantavam a todos. Quando vi aquela lourinha linda, pensei: é a minha Brigitte. Foi paixão à primeira vista. Fiz de tudo para conquistá-la e nunca mais perdê-la.
Conquistei-a e não conseguia imaginar como pude ter vivido tanto tempo longe daquela menina linda. Ela tão perto, morava numa rua depois da minha, e tão longe dos meus olhos.
Foi o meu Amigo Todo-Poderoso Quem a colocou em meu caminho naquele domingo de sol. Foi no dia 17 de maio de 1964 que encontrei a flor de maio que desabrochou em minha vida. A minha Brigitte que me fez amar a vida e acreditar na humanidade.
Em meu olhar apaixonado a via como um anjo divino e tendo-a nos braços nua, sentia as tentações que somente os demônios podem provocar.
Quase todos foram contra aquela paixão proibida, ficamos isolados. E daí, e daí? Maysa nos apoiava com o sucesso do momento.
Vivemos apaixonados os mais felizes anos de nossa vida. Um dia, porém, não sei quando nem como, nem por que, nos separamos. Ela desapareceu. Mudou-se.
Hoje, após tantos anos, eu sinto saudade. Na verdade, quase morro de saudade. Por onde anda ela? O que fez da vida? Casou-se? Tem filhos? Estaria velha, feia e gorda como a verdadeira Brigitte Bardot? Estaria feliz nos braços de outro?
Parti a sua procura. Perguntei aos amigos e conhecidos. Ninguém sabia dela. Até para o feissibuque eu apelei. Nada.
Será que nunca mais a veria? Não desisto, tenho que encontrá-la.
Saudade é coisa que dá e passa, mas não a saudade que eu sinto dela.
Fiquei desesperado. Como viver sem saber da sua vida.
Quase chorando, sobressaltado, acordei. Olhei pro lado e ali estava ela bonita e loura como sempre esteve há 50 anos.
Abracei-a, dei-lhe um beijo e voltei a dormir tranquilo.
Apaixonado como sempre.


N.L.: Tive este sonho no mês passado e já havia contado pra ela. Decidi narrá-lo hoje em sua homenagem. Só mesmo eu pra ter um sonho assim. Não sou normal, mas sou feliz.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O DESAFIO DE FHC

"Eu não sei se o Lula vai ou não ser candidato. É arriscado, ele também pode perder. Do jeito que as coisas estão, a percepção do povo vai mudando rapidamente", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Trata-se de um desafio do ex-presidente que deixou o governo com elevado índice de insatisfação popular. Teve que passar anos calado com o rabo entre as pernas, observando Lula ser sempre exaltado popularmente e reelegendo-se ou elegendo sua sucessora. E admirado em todo o mundo.

Pudera! Lula baixou a inflação de dois dígitos e os juros de 45% que FHC deixou. Baixou o risco Brasil de quatro mil pontos para ser o quinto país que mais recebe investimentos estrangeiros. Somente visitou o FMI para pagar toda a dívida brasileira e, até, emprestar 14 bilhões de dólares. Pegou as reservas zeradas deixadas por FHC e as elevou a quase 400 bilhões de dólares. Acabou com o arrocho salarial, elevando o salário mínimo de 60 para 300 dólares. Baixou a alta taxa de desemprego para apenas 5%.
Entre “otras cositas más”, derrotou dois candidatos de FHC. Um deles três vezes; duas para presidente e uma para prefeito de São Paulo.
Agora, FHC – que, quando o país estava quebrado, em 1999, apresentou a candidatura do país para sediar a Copa do Mundo de 2006, e não foi levado a sério pela FIFA -  dá as caras e entra na jogada da oposição que quer, pelo menos, manter o domínio político do estado de São Paulo, pois da cidade já perdeu. E participa da campanha “Volta Lula” com o seu ingênuo desafio.
O objetivo é este: se Lula for candidato a presidente, ele não se dedicará inteiramente à campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo e Geraldo Alckmin terá mais chance de se reeleger.
Isto é: “Cessa tudo quanto a antiga musa canta que um poder mais alto se alevanta.”
 Este é o objetivo do desafio de FHC. E, também, é da imprensa manipuladora que não quer passar a vergonha de ver Dilma reeleita após a insidiosa e sórdida campanha que fez contra ela. Melhor perder para Lula.
FHC e seus comparsas podem tirar os cavalinhos da chuva que Lula não vai cair nessa. Lula vai eleger Padilha nas ruas, em contato com o eleitor – como fez com Haddad em mais uma disputa com o Serra - e vai reeleger Dilma na TV.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

LULA E A IMPRENSA

Convidado para participar 2º Congresso dos Diários do Interior, Lula falou sobre o seu relacionamento com a grande imprensa manipuladora que enfatiza as notícias que lhe interessam e esconde aquelas que não interessam. Exaltou a imprensa do interior, comparando o noticiário de uma e de outra.
Seu discurso nos dá uma ideia por que a grande imprensa do Rio e São Paulo tenta sempre desdenhar as ações do governo federal.
 
“Os que governavam antes de nós diziam que era preciso esperar o país crescer, para só depois distribuir a riqueza. Mas nem o país crescia o necessário nem se distribuía a riqueza.
Nós invertemos essa lógica perversa, adotando um modelo de desenvolvimento com inclusão social. Criamos o Fome Zero e o Bolsa Família, que hoje é um exemplo de combate à pobreza em muito países.
Adotamos uma política de valorização permanente do salário e de expansão do crédito, que despertaram a força do mercado interno, e ao mesmo tempo garantimos a estabilidade, controlando a inflação e reduzindo a dívida pública.
O resultado vocês conhecem: 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, 42 milhões alcançaram a classe média e mais de 20 milhões de empregos foram criados.
O Brasil não é mais um país acanhado e vulnerável. Não é mais o país que seguia como um cordeirinho a política externa ditada de fora. Não é só o país do futebol e do carnaval, embora tenhamos orgulho da alegria e do talento do nosso povo.
O Brasil tornou-se um competidor global e isso incomoda muita gente, contraria interesses poderosos.
A imprensa cumpre o importante papel de traduzir essa nova realidade para a população. E isso não se faz sem uma imprensa regional fortalecida, voltada para aquela grande parcela do país que não aparece nas redes de TV.
Todo governo democrático tem a obrigação de prestar contas de seus atos à sociedade. E tem obrigação de divulgar os serviços públicos à disposição da população.
A publicidade oficial é o instrumento dessa divulgação, que se faz em parceria com os veículos de imprensa – desde a maior rede nacional até os jornais do interior profundo do país.
Uma das mudanças mais importantes que fizemos nestes 11 anos foi democratizar o critério de programação da publicidade oficial.
Quero recordar que esta medida encontrou muito mais resistências do que poderíamos imaginar, embora ela tenha sido muito importante para aumentar a eficiência da comunicação de governo.
Essa medida foi também uma questão de justiça, para reconhecer a importância do interior no desenvolvimento do Brasil.
Quando o companheiro Luiz Gushiken, que era o ministro da Secom em meu primeiro mandato, começou a democratizar a publicidade oficial, muita gente foi contra.
As agências de publicidade, os programadores de mídia e os representantes dos grandes veículos achavam que era uma mudança desnecessária.
Reclamaram quando o Luiz Dulci incluiu a imprensa regional na programação de publicidade do governo federal.
E reclamaram ainda mais quando o Franklin Martins aprofundou a política de democratização da publicidade, inclusive a das empresas estatais.
Diziam que para falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas redes de rádio e TV.
Hoje é fácil ver como estavam errados, pois a imprensa regional está cada vez mais forte. São 380 diários que circulam 4 milhões de exemplares por dia, de acordo com os dados da ADI-Brasil.
Quando chegamos ao governo, a publicidade oficial era veiculada e anunciava em 249 rádios e jornais. Em 2009, o governo federal já estava anunciando em 4.692 rádios e jornais de todo o país.
De cada 3 empregos criados no ano passado, 2 se encontram em cidades do interior e apenas 1 nas regiões metropolitanas.
E são jornais do interior – e não os veículos nacionais – que traduzem essa realidade.
Pediram-me para contar aqui uma experiência com a imprensa regional no período em que fui presidente da República. Vou contar o que aprendi comparando a cobertura da imprensa regional com a que fazem os grandes jornais.
Quando o Luz Pra Todos chega numa localidade rural ou numa periferia pobre, está melhorando a vida daquelas pessoas e gerando empregos. Isso é uma notícia importante para os jornais da região.
Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse jornais deu na primeira página: “1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz”. Está publicado, não é invenção.
Onde é que estava esse grande jornal quando 16 milhões de brasileiros não tinham luz?
Quando chega o momento de plantar a próxima safra, são os jornais regionais que informam sobre as datas, os prazos, os juros e as condições de financiamento nas agências bancárias locais.
Mas na hora de informar à sociedade que em 11 anos o crédito agrícola passou de R$ 30 bilhões para R$ 157 bilhões, o que a gente lê num grande jornal é que a inflação pode aumentar porque o governo está expandindo o crédito.
Quando uma agência bancária da sua cidade recebe uma linha do BNDES pra financiar a compra de tratores e veículos pelo programa Mais Alimentos, vocês sabem que isso aumenta a produtividade e aquece o comércio local. É uma boa notícia.
Mas quando o programa bate o recorde de 60 mil tratores e 50 mil veículos financiados, a notícia em alguns jornais é que o governo “está pressionando a dívida interna bruta”.
Quando nasce um novo bairro na cidade, construído pelo Minha Casa Minha Vida, essa é uma notícia local muito importante.
Mas um programa que contratou 3 milhões de unidades, e já entregou mais da metade, só aparece na TV e nos grandes jornais se eles encontram uma casa com goteira ou um caso qualquer de desvio.
Quando o governo federal inaugura um hospital regional, isso é manchete nos jornais de todas as cidades daquela região. O mesmo acontece quando chega o SAMU ou um posto do Brasil Sorridente.
Mas lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo das quase 300 UPAs, 3 mil ambulâncias do SAMU e mais de mil consultórios odontológicos que foram abertos por todo o país nestes 11 anos.
A maior cobertura de políticas públicas que os grandes jornais fizeram, nesse período, foi para apoiar o fim da CPMF, que tirou R$ 50 bilhões anuais do orçamento da Saúde.
Quando sua cidade recebe profissionais do Mais Médicos, vocês sabem o que isso representa para os que estavam desatendidos. Vão entrevistar os médicos, apresentá-los à população.
Mas quando 15 mil profissionais vão atender 50 milhões de pessoas no interior do país, a imprensa nacional só fala daquela senhora que abandonou o programa por razões políticas, ou daquele médico que foi falsamente acusado de errar numa receita.
Quando um novo campus universitário é aberto numa cidade, os jornais da região dão matérias sobre os novos cursos, as vagas abertas, debatem o currículo, acompanham o vestibular.
Lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo que nestes 11 anos foram criadas18 novas universidades e abertos 146 novos campi pelo interior do país.
É nos jornais do interior que se percebe a mudança na vida de milhões de jovens, porque eles não precisam mais sair de casa, deixar para trás a família e os valores, para cursar a universidade.
O número de universitários no Brasil dobrou para 7 milhões, graças ao Prouni, ao Reuni e ao FIES. Os grandes jornais não costumam falar disso, mas são capazes de fazer um escândalo quando uma prova do ENEM é roubada de dentro da gráfica – que por sinal era de um dos maiores jornais do país.
Quando uma escola técnica é aberta numa cidade do interior, essa é uma notícia muito importante para os jovens e para os seus pais, e vai sair com destaque em todos os jornais da região.
Quando eu informo que nesses 11 anos já abrimos 365 escolas técnicas, duas vezes e meia o que foi feito em séculos neste país, os grandes jornais dizem apenas que o Lula “exaltou o governo do PT e voltou a atacar a oposição”.
Quando chega na sua cidade um ônibus, um barco ou um lote de bicicletas para transportar os estudantes da zona rural, essa é uma boa notícia.
O programa Caminho da Escola já entregou 17 mil ônibus, 200 mil bicicletas e 700 embarcações, para transportar 2 milhões de alunos em todo o país. Mas só aparece na TV se faltar combustível ou se o motorista do ônibus não tiver habilitação.
Eu costumo dizer que os grandes jornais me tratam muito bem. Mas eu gostaria mesmo é que mostrassem as mudanças que ocorrem todos os dias em todos os cantos do Brasil.
Quanto mais distante estiver da realidade, mais vai errar um veículo de comunicação. Basta ver o que anda publicando sobre o Brasil a imprensa econômica e financeira do Reino Unido.
O país deles tem uma dívida de mais de 90% do PIB, com índice recorde de desemprego, mas eles escrevem que o Brasil, com uma dívida líquida de 33%, é uma economia frágil.
Não conheço economia frágil com reservas de US$ 377 bilhões, inflação controlada, investimento crescente e vivendo no pleno emprego.
Escrevem que os investidores não confiam no Brasil, mas omitem que somos um dos cinco maiores destinos globais de investimento externo direto, à frente de qualquer país europeu.
Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos.
O que eu lamento é que alguns jornalistas brasileiros fiquem repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo. Isso é ruim para a imprensa, porque o público sabe distinguir o que é realidade do que não é.
Alguns jornalistas dos grandes veículos passaram o ano de 2013 dizendo que a inflação ia estourar, mas ela caiu. Passaram o ano dizendo que a inadimplência ia explodir, mas ela também caiu.
Diziam que o desemprego ia crescer, e nós terminamos o ano com a menor taxa da história. Chegaram a dizer que o Brasil entraria em recessão, mas a economia cresceu 2,3%, numa conjuntura internacional muito difícil.
Eu gostaria que esses jornalistas viajassem pelo interior do país, conhecessem melhor a nossa realidade, estudassem um pouco mais de economia, antes de repetir previsões pessimistas que não se confirmam.
Eu vou continuar defendendo a liberdade de imprensa e o direito de opinião, porque sei que, mesmo quando erra, a imprensa livre é protagonista essencial de uma sociedade democrática."

terça-feira, 13 de maio de 2014

ISABEL

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Habsburgo e Bragança, vulgo D. Pedro II.
Nem ele próprio sabia dizer o seu nome completo. Vingou-se.
Teve uma filha a quem deu o nome de Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga que também vacilava quando dizia todo o seu nome.
Obcecada por uma educação religiosa e casada com um príncipe estrangeiro, a elite conservadora e escravagista não a queria como herdeira da coroa e sucessora do pai. Considerava que seríamos governados por seu marido, ao qual era excessivamente submissa, o francês Gastão de Orleans, o Conde d’Eu. Outro motivo veremos adiante.
O casamento arranjado resultou de longa e meticulosa discussão entre o império brasileiro e algumas das famílias reais mais importantes da Europa. O arranjo incluiu também a filha mais nova Leopoldina. Os noivos se conheceram pouco antes do casamento. Foram selecionados dois primos de Isabel.
Isabel escolheu o Conde d’Eu que, em carta à irmã Marguerite d’Orleans, escreveu “As princesas são feias” – e referindo-se a Leopoldina – “mas a segunda é decididamente pior que a outra, mais baixa, mais atarracada, e, em suma, menos simpática”. Em outra carta escreveu: “Para que não te surpreendas ao conhecer minha Isabel, aviso-te que ela nada tem de bonito. Faltam-lhe completamente as sobrancelhas”.
Como se vê na foto, não era assim tão feia. Tinha mesmo uma beleza serena e feminina.
Casado com a Princesa Isabel,  o Conde d’Eu foi nomeado comandante supremo das tropas brasileiras na guerra do Paraguai, em março de 1869. Substituiu Caxias que, idoso e enfermo, achava que com a ocupação da capital inimiga o conflito, iniciado cinco anos antes, chegara ao fim.
D. Pedro II, porém, queria capturar Solano Lopez que se refugiou na cordilheira. Contrariado, Caxias pediu demissão e voltou para casa.
Aos 27 anos, o Conde d’Eu comandou a caçada ao ditador paraguaio e foi assim descrito pelo futuro Visconde de Taunay: “Um narigão temível, desajeitado, deselegante, frequentemente despenteado, vestia-se mal, não dançava bem, instável no trato diário, meio surdo, avarento e propenso ao desânimo e à depressão. Seu sotaque áspero, por vezes demasiado acentuado, desagradava”.
Uma das primeiras decisões tomadas pelo Conde d’Eu quando chegou ao Paraguai – dezenove anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888 – foi abolir a escravatura no país vizinho.
Por coincidência ou não, em 1871, a Lei do Ventre Livre estabelecia que todo filho de escravo teria liberdade sob algumas condições que poucos escravocratas cumpriram.
Em 1870, o ditador Solano Lopez, acuado e sem meios de se defender, usou mulheres, crianças, idosos e adolescentes, que foram trucidados pelas tropas do Conde d’Eu. A história fala em cerca de cem mil mortos ou 10 a 15% da população paraguaia.
O massacre, considerado desnecessário, manchou de forma indelével a biografia do Conde d’Eu, um criminoso de guerra.
Logo após a abolição da escravatura no Brasil, os republicanos se assanhavam. A imprensa afirmava que, com a morte de D. Pedro II já doente e cansado, seria o marido sádico e sanguinário o verdadeiro soberano brasileiro. Aristides Lobo afirmava no Diário Popular de São Paulo: “O terceiro reinado será o governo do terror e do sangue”. O jornal República Federal, da Bahia, opinava: “O reinado de Isabel e do Conde d’Eu será a nossa desonra... o governo do punhal covarde e assassino vibrado nas trevas”. Em outra edição afirmava: “O Conde d’Eu é o futuro imperador do Brasil”. Candido Tostes, um dos homens mais ricos de Minas Gerais, conservador e escravagista, considerado o rei do café, escrevia referindo-se à Lei Áurea: “obra monumental dessa idiota que só pensa na Rosa de Ouro Papal” – e acrescentava – “o que vai acontecer é ser enxotada pela barra afora”.
A Princesa e o Conde tornaram-se o alvo predileto dos ataques da campanha republicana, acusados de serem os responsáveis por virtualmente todas as mazelas nacionais.
A campanha abolicionista teve dimensões nacionais com intensa participação popular e teve Joaquim Nabuco e José do Patrocínio como seus principais expoentes. De fato, a abolição não foi uma dádiva de Isabel, mas sim resultado de uma luta de muitos anos, inclusive com a participação dos filhos da Princesa e do Conde.
Teve início em Petrópolis. Em março de 1888, a cidade imperial foi declarada livre da escravidão após uma comissão de moradores, liderada pela princesa e seus filhos, arrecadar os fundos para comprar a liberdade de 102 dos 127 escravos existentes na cidade. Na entrega das cartas de alforria, apareceram mais cinqüenta escravos fugitivos para os quais foi providenciada nova arrecadação de fundos para libertá-los.
Em junho de 1887, ao assumir a regência pela terceira e última vez, em mais uma viagem do pai ao exterior, a Princesa Isabel determinou que se apresentasse na abertura da sessão legislativa na Câmara dos Deputados, em 8 de maio do ano seguinte, o projeto da abolição incondicional dos escravos. A Lei foi aprovada pela Câmara e sancionada pela Princesa em apenas cinco dias. Oitenta e três deputados votaram a favor e apenas nove contra, todos do Partido Conservador. Apenas um deputado contra era de Pernambuco, os outros oito eram representantes do Rio de Janeiro, o último reduto da escravidão no Império e “a mais reacionária” na definição do abolicionista Joaquim Nabuco.
“Foi o único delírio popular que me lembro de ter visto”, relatou Machado de Assis, que não participou da campanha nem moveu uma única palha pela abolição dos escravos.
Pouco mais de um ano depois, caiu o Império e foi proclamada a República.

N.L.: Os fatos históricos foram lambidos do livro de Laurentino Gomes intitulado 1889.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

SOMOS TODOS LINCHADORES?

O PROVOCADOR – link aí ao lado - Marco Antônio Araújo, professor e coordenador de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero de 1992 a 2002, período em que o curso foi considerado o melhor do país, mais uma vez publica, hoje, com o mesmo sarcasmo, uma opinião muito semelhante e que completa a que emiti na postagem anterior.
Por isso reproduzo o seu texto abaixo.


O fato é o seguinte: eu, você, nós estamos fazendo justiça pelas nossas próprias telas de computador, tablet ou celular. E precisamos parar com isso, urgentemente. Inocentes estão sendo linchados neste exato momento, sem direito a defesa.
Pare para pensar: seu comentário virulento, sua opinião apressada, sua curtida irresponsável podem estar destruindo a vida de alguém. Por algum mecanismo perverso, a internet criou uma horda de justiceiros virtuais que a cada instante, diante de cada notícia, decreta a morte de um ser humano, seja lá quem for. Estamos digitando com sangue nos olhos e ódio nas teclas.
O linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus não teria acontecido se não houvesse uma corrente de pessoas compartilhando o mal, o julgamento e a vingança. Não foram apenas os pacatos cidadãos de Morrinhos que assassinaram de forma cruel aquela mulher. Muito antes de desferirem o primeiro golpe, ela (ou o próximo infeliz) já estava condenada. E outras pessoas, diariamente, estão sendo justiçadas sem que nem ao menos percebamos.
O primeiro sinal é o completo desprezo por figuras públicas. Se for político, então, é covardia: são todos ladrões, nenhum deles presta. Portanto, podemos acabar com todos que o mundo ficará melhor. Esse reducionismo, essa indigência mental vai sendo estendida para a celebridade fútil, o atleta incompetente e, logo ali, o anônimo que teve o azar de passar na frente de nosso implacável crivo virtual.
Há um bom tempo percebemos que a internet facilita a manifestação da agressividade mais gratuita. Sempre fomos assim, violentos, tudo indica. Mas a sombra do anonimato, a aparente solidão do internauta criou um ambiente favorável a que nos expressemos sem nenhuma censura. E sem barreiras sociais, sem acordos, sem vigilância, nos tornamos apenas e somente animais egoístas e irracionais.
Estou colocando tudo no plural para não parecer arrogante. Obvio que existem pessoas sensatas, cordiais, justas e generosas. Prefiro acreditar, inclusive, que apenas uma minoria aja como linchadores e psicopatas. Mas não custa prevenir: é melhor que todos nós sejamos responsáveis por essa evidente onda de intolerância. Até porque qualquer um de nós pode ser a próxima vítima

sábado, 10 de maio de 2014

IDADE MÍDIA

No obscurantismo da idade média, tempo de ignorância e superstição, época de transcendente religiosidade com profunda influência política e social, queimavam-se as “bruxas”, eram comuns os linchamentos, a condenação sem provas, a tortura física e moral.
As disputas de gladiadores que terminavam em morte eram um fato normal da vida cotidiana. Os combates entre gladiadores eram frequentes e se difundiram por todo o império romano.
Nos anfiteatros eram expostos, para serem supliciados, os bárbaros vencidos, inimigos que se haviam insurgido contra a ordem romana. Cristãos, eram jogados às feras.
Tribunais da Igreja Católica – o Santo Ofício ou Inquisição – perseguiam, julgavam e puniam os acusados de heresia que eram denunciados anonimamente. A tortura era autorizada pelo Papa para arrancar confissões e os condenados eram entregues às autoridades do poder constituído para serem punidos.
A higiene em si era uma causa de suspeita e tomar banho era visto como uma prova de abandono da fé cristã. "O acusado era conhecido por tomar banho" é uma frase comum nos registros da Inquisição, para cujos “juízes” as pessoas limpas não precisavam se lavar.
O alvo principal do Santo Ofício eram os judeus. Depois, porém, ampliou a lista de perseguidos com os protestantes e iluministas, homossexuais e bígamos.
O condenado era muitas vezes responsabilizado por tudo de ruim que acontecesse: terremotos, pestes, epidemia de doenças, miséria social, etc.
As punições incluíam a morte na fogueira, a prisão perpétua e o confisco de bens. Esta punição transformou a Inquisição numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja Católica.
Os tribunais da Inquisição foram mais cruéis na Espanha e em Portugal.
O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da Inquisição estiveram por aqui. Calcula-se que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde eram mandados os casos mais graves.
Hoje, vivemos a Idade Mídia com as mesmas atrocidades, crueldade e a barbárie. Os acusadores, porém, contam com a tecnologia - a imprensa, o WhatsApp e as redes sociais - para difundir e compartilhar as denúncias, boatos, muitas histórias falsas e farsas virtuais.
A mídia - nossa atual inquisição - acata a denúncia, acusa, julga e condena, mesmo sem provas. Estimula a barbárie com o UFC, as lutas de MMA e seus modernos gladiadores.

Alguns blogs reproduzem as denúncias vazias outros as inventam.
A humanidade, todos sabemos, nunca prestou. E, agora, multiplica a potencialidade de sua maldade através da mídia, julgando-se paladinos da justiça.
Ao mesmo tempo em que vivem a divulgar mensagens religiosas ou de auto-ajuda, promovem uma epidemia de crimes contra a honra – o estupro virtual - que deprecia moralmente a vítima.
A infundada suspeita e acusação contra a vítima é atitude normal e irresponsável de toda a mídia que tem como alvo principal os políticos. Por que não seria também daqueles que são por ela influenciados?
Enquanto assistimos a violência crescente da Idade Mídia, programas diários de TV, rádios inteiramente dedicadas a doutrinas cristãs, imensas catedrais, templos em cada esquina, pastores clamando nas ruas, nos levam de volta àquela religiosidade da Idade Média.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

ATIREI O PAU NO GATO-TÔ

Mas o gato-tô não morreu-reu-reu.
Pequenininho, eu aprendi a cantar esta musiquinha infantil. Mas, nunca atirei um pau, nem pedra, nem dei porrada em nenhum gato. Aliás, aprendi a gostar de gatos. Até tive alguns. Sou humano. Meus pais - embora pobres e autodidatas que muito pouco frequentaram a escola - me educaram e impuseram limites.
Os agressores da dona de casa que morreu a pauladas, chutes e pedradas no Guarujá, porém, são desumanos bestiais oriundos da latrina virtual que é o feissibuque – a cloaca da net – que faz a apologia ao ódio contra o seu semelhante. Talvez, alguns deles até gostem de gatos. Outros atiraram muitas pedras em gatos. Agora, agridem mulheres até a morte.
Quanto mais os conheço – aqueles que reproduzem e compartilham os mais absurdos boatos e fofocas - mais admiro os que são anonimamente acusados de todas as mazelas que aqueles inventam.
“Boatos rolam na praia do Pernambuco, Maré mansa, Vila Rã e Areião, que uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra... Se é verdade ou não devemos ficar alerta.”
Começou assim no feissibuque, o roteiro que terminou com o linchamento que durou duas horas da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, casada, dois filhos, católica, confundida com a suposta seqüestradora.
A mensagem e o retrato falado foram publicados na página Guarujá Alerta que tem 54 mil seguidores no feissibuque. A página arvora-se como um espaço para “fatos, acontecimentos, notícias, reclamações e sugestões de moradores e turistas do Guarujá”.
O retrato falado da seqüestradora de uma criança no Rio foi feito em agosto de 2012. Na ocasião da ocorrência, em que a criança foi recuperada, a vítima informou à polícia que “a autora era negra, forte, tinha cerca de 1,60m e aproximadamente 25 anos”. A mulher agredida, porém, era branca, magra e tinha descolorido recentemente os cabelos.
O boato se espalhou rapidamente e, de imediato, conseguiu 139 comentários e 765 compartilhamentos da escória da sociedade travestida de gente honesta e temente a Deus.
“Se vier pro Morrinhos vai tomar só rajada essa cachorra” – comentou um – “Mata essa filha da puta. Sem dó” – comentou outro.
Um agressor foi preso e disse que "Também tenho filho, achei que fosse verdade". São o tipo de imbecis que acreditam em tudo que é publicado no feissibuque. Ou na imprensa.
Quem divulga o ódio e a violência gera mais violência e reproduz o ódio em escala ainda mais elevada. Não somente o feissibuque, mas também os Datenas diariamente na TV semeiam a discórdia e insuflam a raiva e o ressentimento nas comunidades. Repetindo à exaustão as cenas de barbarismo, a TV banaliza a violência e contribui para a reprodução dos crimes e linchamentos.
Atualmente, no momento em que o tráfico tenta retomar o seu reinado na Rocinha, no Alemão e nos Macacos, os canalhas da TV – em aliança espúria e implícita com os criminosos - combatem as UPPs e as ações policiais.
Nos últimos 12 meses, a prática justiceira que se espalha pelo país fez seis vítimas de linchamentos.
Para eles, e para O Globo, a culpa é dos políticos, da Dilma e do PT.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

PROTESTO DE TEATRO

Apesar dos anos de treinamento no quartel e de exercícios de tiro ao alvo com milhares de disparos, fica combinado que, nos tiroteios entre polícia e bandidos nas favelas cariocas, qualquer bala que atinja alguém – idosos, mulheres, crianças ou mesmo policiais – terá sido disparada pela polícia.
São os policiais que, equipados com mira telescópica, acertam a cabeça das velhinhas na porta do barraco. Ou apatetados como os policiais das comédias de Buster Keaton, matam-se uns aos outros.
Supondo que os policiais sejam melhores atiradores do que os traficantes – se não forem, algo está errado – não se entende que não saibam contra quem estão atirando.
Os paisanos tombados nos combates, por exemplo, nunca pertencem às hostes do crime. São moradores a caminho da igreja ou rapazes em visita à avó.
Como os bandidos não matam ninguém, e também não estão entre os mortos, a violência no morro deve ser causada por uma guerra entre facções da polícia.
Tudo isso indica também um grave desperdício. Imagine o que não se investe em contingente, tempo e dinheiro na captura de traficantes carimbados – às vezes, com o sacrifício de inocentes -  para que eles sejam logo libertados por juiz zeloso da “progressão da pena” ou da “falta de provas”. Sem falar nos bem-comportados que saem para gozar o Natal em família esquecem-se de voltar e retomam seus hábitos de ordenar execuções e atacar as UPPs.
Donde, para que prendê-los?
Só se sabe que, com ou sem motivo e pelo menos uma vez por semana, um grupo de “moradores” – atenção às aspas – sairá pela comunidade depredando postos de atendimento médico, agredindo enfermeiros, botando médicos para correr e destruindo benfeitorias a custo implantadas ali.
No passado, havia o teatro de protesto. Hoje, o protesto é um teatro.

Autor das biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda que eu li com imenso prazer, Ruy Castro é também o autor do texto acima. Um texto pleno de sarcasmo que eu gostaria de ter escrito por ser um libelo contra a imprensa manipuladora e o jornalismo hipócrita que se faz atualmente.

N.L.: O texto foi publicado hoje na Folha de São Paulo

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA

“É a maior onda de pessimismo que eu assisti nos últimos dez anos. Paradoxalmente, apesar do grande pessimismo interno de curto prazo, também nunca vi um interesse tão grande de investidores estratégicos e, particularmente, de ‘private equity’, como agora.”
Quem afirma isto não é ninguém do governo, nem petista. Quem o diz é José Olympio Pereira, o brasileiro que comanda o Banco Credit Suisse.
Ele diz ainda que o investimento estrangeiro direto continua em patamar elevado. Ano passado, foi de 64 bilhões de dólares e, em 2012, foi de 65 bilhões.
“Acreditávamos que em 2014 este fluxo diminuiria. Mas no primeiro trimestre, o acumulado de 12 meses ficou em 64 bilhões. Continuou elevado.” – acrescenta ele – “Esses ‘private equities’ estão vindo com muito apetire.”
Private equity é um tipo de atividade financeira realizada por instituições que investem essencialmente em empresas que ainda não são listadas em bolsas de valores, com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento. Distinguem-se daqueles que aplicam no mercado de capitais.
“O investidor em bolsa pode entrar e sair a qualquer momento. Private equities, ao contrário, acreditam  no país a médio e longo-prazo” – conclui o CEO do Banco Credit Suisse que tem dito a empresários que há muito capital disposto a investir no Brasil.
O Brasil foi o quinto país com maior fluxo de investimento direto estrangeiro em 2013.
Em 2003, primeiro ano do governo petista, o investimento estrangeiro direto somava apenas dez bilhões de dólares como se vê no gráfico abaixo. Para 2014 estima-se um total de 55 bilhões.
Estes gráficos demonstram que o mundo acredita no Brasil, ao contrário da imprensa e daqueles que torcem pela derrota do país.
"The truth is out there" como afirmava aquela série de ficção científica Arquivo X. O que diz a imprensa e seus candidatos também é pura ficção oposicionista.
 
N.L.: As Ilhas Virgens são um paraíso fiscal. Muitos empresários têm empresas lá registradas sem nunca terem estado nestes locais que são meros ancoradouros para dinheiro de origem desconhecida. Não devo considerar, portanto, as Ilhas Virgens como o quarto país com maior fluxo de investimento estrangeiro. O quarto país com maior fluxo é o Brasil.