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quinta-feira, 27 de março de 2008

PROUNI


Há uns 20 meses, talvez menos, eu estava na secretaria da Faculdade Estácio de Sá, no campus Terra Encantada, aguardando para pegar o meu certificado de conclusão da pós-graduação em Auditoria. Sentado em uma longarina e pensando na população daquele campus, em sua maioria jovens saídos da adolescência, de classe média alta, garotos bem vestidos e corados de sol, garotas bem maquiadas e bonitas, vi, quando entrou na sala de paredes de vidro, um rapaz diferente.
Aquele jovem, nos seus maltratados 25 anos, vestia uma calça social cinza, não era surrada, mas antiga, cafona mesmo. Provavelmente havia sido de seu pai. A camisa, também social, era velha e algo poída, bege quase branca. Sapatos, igualmente usados, tentavam luzir um cuidado de anos em um couro preto que zelo algum teria mantido íntegro pela sua provável idade.
Ao chegar, num passo lento e acanhado, postura de homem do interior que procura emprego na cidade grande, seus olhos pareciam maravilhados com o lugar, para mim tão comum. Uma moça, sentada atrás de uma mesa com computador, chamou-o para sentar. Ele afirmava que vinha fazer a matrícula.
Numa lógica certeira, a moçoila perguntou: "É do ProUni?".
Um meneio de cabeça que não apresentava vergonha, como nós preconceituosos poderíamos supor, respondeu que sim. Não, não havia vergonha. Havia orgulho nos seus gestos, nas suas costas erguidas e mesmo no seu falar baixo. Aquele jovem não era um ignorante. Era possível vasculhar seus gestos, seu vestir e seu olhar, e perceber que aquele era um filho de família pobre sim, mas alguém que havia chegado até o segundo grau e, com uma chance, iria seguir adiante. Com muito esforço, vencendo preconceitos, passando horas numa biblioteca, arrancando a força da vontade de pais verdadeiros, aquele jovem chegaria lá.
Hoje, vi esta foto acima. Lembrei perfeitamente do jovem que conheci de maneira tão profundamente superficial. Já são dois. E vi o vídeo abaixo. Neste, ouvi a mãe do rapaz da foto dizer, chorando: "Meu filho estuda, no ProUni. Ganhou a bolsa integral pelo Lula. Quem foi que fez isso? Ninguém. Nunca fizeram isso. Meu filho hoje em dia é universitário."
A mensagem é importante. Quem fez isso? Quem fez isso em mais de quatro séculos? Em mais de cem anos de República em que a mesma linhagem oligárquica se reproduz no poder deste país? Quem reduziu tanto a miséria e permitiu o consumo de bens duráveis ao povo mais carente? Há sujeira? Sempre houve e haverá sempre. Pode-se até criticar a entrada de jovens despreparados na faculdade. Pode-se dizer tanta coisa à esquerda e à direita...
Mas, neste governo, tenho visto muita coisa emocionante. É um governo de viés socialista que vem obtendo números muito melhores que o ditador da Sorbonne. E eles não admitem. O fato é que, para o povo, a esperança é a última que morre.
Eu me emocionei. Vejam o vídeo vocês também.
(Reproduzido de http://www.garrouleu.blogspot.com/ o blog de Fábio Ribeiro Corrêa)

MURIQUI OU MONO CARVOEIRO


O Muriqui, também denominado Mono Carvoeiro, é o maior primata brasileiro e um dos mais ágeis. Os machos e fêmeas adultos têm o mesmo tamanho, cerca de até 1,5m de altura.
Eles jamais brigam ou são agressivos. Demonstrações de carinho entre indivíduos de qualquer sexo ou idade são corriqueiros. É comum observar vários animais em um mesmo galho, suspensos pela cauda, em demorados abraços grupais. Vivem em uma sociedade caracterizada pela harmonia onde não há disputa pelo poder.
Mantêm-se unidos em uma espécie de hierarquia regida pelo afeto e pela fraternidade. Até a reprodução – marcada, entre outros primatas, por duras batalhas entre os machos – transcorre em harmonia. A fêmea simplesmente escolhe o parceiro com quem deseja copular e os demais pretendentes aceitam a opção, sem qualquer desavença.
Nesta sociedade promíscua, as fogosas muriquis gozam de ampla liberdade. Têm quantos parceiros desejarem e são elas que mais perambulam e mudam de grupo quando desejarem.
O Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/RBMA criou, em 1993, o Prêmio Muriqui, hoje reconhecido como uma das mais importantes homenagens às ações ambientais no país. O prêmio é constituído de uma estatueta de bronze representando um muriqui (Brachiteles arachinoides) e um diploma. O Muriqui é o animal símbolo da RBMA. Anualmente são outorgados apenas dois prêmios. Um para pessoas físicas e outro para entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais, que tenham se destacado por suas atividades em benefício da Mata Atlântica.
Com tantas invasões e devastações em nossa mata atlântica, Muriqui jamais poderá ser merecedora do Prêmio Muriqui.

O GARI E O PRESIDENTE


Uma viúva da ditadura militar – o buraco negro da democracia brasileira – saudosa do holocausto por ela causado, fez-me uma pergunta imbecil e preconceituosa: “Por que o presidente do povo pode ter ensino fundamental incompleto e um gari necessita de ensino fundamental completo?”
Respondo aqui neste blog. Em primeiro lugar, o presidente tem o ensino fundamental completo e nenhuma lei exige que ele tenha formação superior nem que ele seja um intelectual. A maior prova disso foi a imposição de vários generais para mal e porcamente presidir o país.
Em segundo lugar, ao gari, além do ensino fundamental, lhe são exigidas perfeitas condições físicas. Ele tem que estar em todo lugar, percorre quilômetros – dia e noite, sob sol e chuva - correndo, driblando obstáculos, enfrentando riscos de vida. Ele precisa ter a resistência física de um maratonista olímpico.
Suas atividades podem ser exercidas em grandes alturas, subterrâneos, em posições desconfortáveis por longos períodos, exposto ao ruído intenso e à poluição do tráfego, a resíduos tóxicos e hospitalares, fugindo da ameaça de cães ferozes. Perigos que ele enfrenta com galhardia, muita coragem, dignidade e uma grande dose de heroismo.
Coletando lixo, varrendo, lavando, pintando guias, aparando grama, capinando os logradouros públicos, o gari é essencial à vida, à saúde, às cidades.
Dia de festa é véspera de trabalho multiplicado. Enquanto todos ainda dormem, ele enfrenta sorrindo, cantando, brincando com os companheiros, um trabalho árduo, madrugada a dentro, para nos entregar uma cidade limpa. Há quem o chame de lixeiro. Mas, lixeiro é quem faz o lixo, somos nós. Melhor seria chamá-lo limpeiro, pois, ele limpa o que nós sujamos.
Por ele, quase sempre, passamos indiferentes sem perceber a sua importância. Ele é, na verdade, um agente de saúde que merece todo o nosso respeito. É o cidadão mais modesto, porém, onipresente; mais humilde, porém, essencial; mais simples, porém, indispensável.
Ele passa por um processo de seleção tal como o médico, o advogado, o engenheiro, o arquiteto, o policial, o bancário, etc. Todos precisam ter o ensino fundamental, precisam saber ler e escrever. Já o militar, não. Qualquer analfabeto pode ser soldado e se vestir de verde-oliva.
Do gari, eu sempre precisei, todos os dias. Dos outros profissionais, apenas uma vez ou outra em toda a vida. Por isso, me revolta quando alguém o põe no extremo inferior da escala social, tal como foi colocado na preconceituosa pergunta.
Uma das grandes vantagens da democracia é esta: o gari pode ser eleito presidente da república. Mas, neste caso, o processo de seleção será determinado por todo o povo e não apenas por uma elite preconceituosa.
Na foto, a homenagem aos garis de Muriqui. Notem a limpeza do local, nem o menor vestígio da sujeira que deixamos no dia anterior. Com seu uniforme laranja, ele deixa o local consciente do dever cumprido.

quarta-feira, 26 de março de 2008

ZAZÁ, CARIME, IVETE, ANA MARIA E LENI

Quem serão? Gostaria de conhecê-las. Ainda vivem saudáveis, felizes, em Mangaratiba?
Você que me lê, conhece alguma delas?
Humberto Teixeira – 1915-1979 – conheceu-as aqui e lhes fez uma homenagem na música Mangaratiba, um dos maiores sucessos gravados por Luiz Gonzaga em 1949. Quer ouvi-la? Clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=aHxIpWVcXmI
Oi, lá vai o trem rodando estrada arriba...
Pr´aonde é que ele vai ?
Mangaratiba! Mangaratiba! Mangaratiba!
Mangaratiba...

Adeus Pati, Araruama e Guaratiba,
Vou para Ibacanhema, vou até Mangaratiba!
Adeus Alegre, Paquetá, adeus Guaíba,

Meu fim de semana vai ser em Mangaratiba!
Oi, Mangarati, Mangarati, Mangaratiba!
Mangaratiba...

Lá tem banana, tem palmito e tem caqui
E, quando faz luar, tem violão e parati.
O mar é belo, lembra o seio de Ceci
Arfando com ternura, junto à praia Guity.
Oi, Mangarati, Mangarati, Mangaratiba!
Mangaratiba...

Lá tem garotas tão bonitas quanto aqui:
Zazá, Carime, Ivete, Ana Maria e Leni...
Amada vila junto ao mar Sepetiba,
Recebe o meu abraço, sou teu fã
Mangaratiba!

Autor de mais de 400 composições – Asa Branca, Assum Preto, Que nem jiló, Paraíba masculina, Meu pé de serra, Lorota boa - Humberto Teixeira tornou-se um compositor reconhecido internacionalmente, com músicas gravadas em diversos idiomas. Foi até plagiado nos States.
Muitas dessas composições foram produzidas aqui, em sua casa de Mangaratiba, onde passou grande parte de sua vida e recebia os amigos. Inclusive Luiz Gonzaga, seu maior parceiro musical, com quem criou o baião, ritmo que revolucionou a MPB na época.
Advogado, conhecido como o “Doutor do Baião”, Humberto Teixeira se elegeu deputado federal e lutou pela regulamentação do direito autoral. Conseguiu aprovar no Congresso Nacional a Lei Humberto Teixeira para a formação de caravanas de artistas divulgando a música brasileira no exterior
Sua filha, a atriz Denise Dumont - junto com a viúva de Tom Jobim - vem se encarregando de resgatar suas memórias, produzindo um documentário, promovendo shows e artigos em jornais e revistas sobre a importância de sua obra. “Humberto Teixeira inventou o baião e descobriu Luiz Gonzaga que, antes de conhecê-lo, usava a sanfona para tocar músicas francesas em feiras”, diz o cantor Fagner no documentário.
Ninguém promoveu tanto o nome de Mangaratiba em todo o país e no mundo.
Humberto Teixeira merece uma homenagem em nossa Cidade.

sábado, 22 de março de 2008

QUANDO EU TE PERDI...

Quando eu te perdi, tentei chorar,
Me atormentar com a dor que não senti.
Tentei enlouquecer na solidão,
Quis morrer de emoção, não consegui.
A razão disse que não,
Eu me esqueci de sofrer.
Quando eu te perdi, nem sei porque
Me acostumei à vida sem você...
Quem me vê sorrir até duvida:
Fez tão bem a despedida.
Ah! Quando eu te perdi,
Eu me encontrei, enfim...
Senti o coração dizer que sim à razão.

MEU SIGNO É TIGRE.


Por que leão, pô! Um porco-chauvinista, vagabundo, preguiçoso, covarde e explorador de leoas. Rei das selvas? Mentira...
Não sabe subir em árvores, não sabe nadar nem caçar, dorme o dia inteiro. Só acorda para cruzar e comer o que as leoas caçam. As leoas caçadoras têm que esperá-lo satisfazer a sua fome. Porém, uma meia-dúzia de hienas botam o leão p´ra correr e tomam-lhe a refeição. E as leoas precisam caçar novamente para alimentar os filhotes.
Covarde, o leão mais jovem e mais forte ataca o leão mais idoso, expulsa-o do território para ficar com as leoas. Pior, mata todos os filhotes para forçar as leoas a cruzar com ele e ter novas crias.
Além de tudo, é feio. Aquela juba fede como as armações de um político safado.
A sabedoria chinesa inclui até o rato e o porco entre os animais que simbolizam os signos de sua astrologia. O leão, não.
O tigre, porém, está incluído. Que outra espécie do reino animal é mais bela que o tigre? Somente o ser humano. Na verdade, somente a mulher.
O tigre é fiel a sua tigresa. Não possui um harém. È vigoroso, sabe caçar e nadar, sobe nas árvores, não é preguiçoso nem vagabundo. Não têm medo das hienas nem de qualquer outro animal. Infelizmente, está em processo de extinção. Sua pele tem um grande valor no mercado indiano, etíope e outros, onde os sacerdotes gostam de se apresentar vestidos de tigre.
O tigre é símbolo de vigor, de coragem, de ação e determinação.
O tigre, para mim, é o verdadeiro Rei das Selvas.
Meu signo é tigre.

sexta-feira, 21 de março de 2008

ADEUS, SUSSU...


Ela sempre foi frágil, pequenina, delicada. Já era avó, sem ser idosa. Falava baixinho, nem parecia uma professora aposentada. Gostava de conversar e beber sua cerveja, sempre Brahma. Bebia uma no quiosque do André, outra no quiosque da Paula, duas ou três no quiosque do Adilson (creio que não gostava de cerveja bem gelada).
Nas datas festivas, sempre trazia para os amigos uma mensagem de fé, de paz, que ela mesma escrevia e imprimia. No carnaval, cada dia era uma fantasia diferente, sempre original. Mascarada, não conseguia esconder quem era. Mas, como se divertia...
Lembro dela, abraçada ao seu cachorrinho, cantando – “Louco, pelas ruas ele andava, o coitado chorava...” - na roda de samba que fazíamos nos quiosques da praia.
Nessa Páscoa, não tivemos a mensagem da Sueli. Ela se foi, de repente, sem perturbar ninguém como sempre viveu. Uma vida marcante, amiga e companheira.
Sussu viverá no coração e na mente de todos que com ela conviveram.
Até breve, Sussu!

quinta-feira, 20 de março de 2008

VELOX EM MANGARATIBA

Itaguaí e Angra dos Reis, são municípios limítrofes com Mangaratiba e têm a sua disposição os serviços da VELOX e o plano de minutos com internet ilimitada. Por que o VELOX está disponibilizado apenas no centro de Mangaratiba e não nos outros distritos? Será para favorecer apenas a Prefeitura, a Câmara Municipal, os bancos, o Detran, etc?
Ou será para favorecer uma empresa – Nex Link – que faz a conexão via rádio e cobra um absurdo pela instalação de antena e uma mensalidade de cerca de cem reais? Uma conexão que não funciona quando chove e que é uma verdadeira ferramenta de exclusão digital para a imensa maioria do povo que não pode pagar por ela e fica condenada pela Telemar/Oi ao analfabetismo tecnológico.
De que adianta o nosso governo lutar contra a desigualdade social, lutar a favor do desenvolvimento intelectual de nossas crianças e jovens, implantar uma política de futuro e dar nova dimensão à educação, se a ANATEL não obriga uma empresa a cumprir a Lei?
Atualmente, a internet é ferramenta fundamental para o desenvolvimento, assim como o próprio telefone. A Telemar/Oi tem todas a condições para implantar o VELOX e disponibilizar o PASOO em toda Mangaratiba, tal como faz em Itaguaí e Angra dos Reis. A Telemar tem seu próprio provedor – instalado em Coroa Grande/Itaguaí – que fica a apenas cinco minutos de carro de Muriqui, cuja conexão é muito difícil de conseguir e cai a todo instante, mas a utilizamos para nos conectar à internet.
A Telemar/Oi não disponibiliza o plano com internet ilimitada porque não quer ou ainda não foi obrigada a fazê-lo. Quando a ANATEL vai exigir que a Telemar/Oi cumpra com a sua obrigação, participando dessa luta pela democratização digital.
A inclusão social não pode conviver com a exclusão digital.

QUEM SOU EU?

“Eu sou aquele que era
Que é e será...”

Sou manso, sou fera,
Se avanço, vou recuar.
Eu sou o vivo e o morto,
Sou a tormenta e o porto.
Sou o oito, sou oitenta...
Eu sou fechado e aberto,
Sou o errado e o certo.
Eu sou feio, sou bonito,
Sou o pobre e o rico,
Sou o que vai e o que fica,
O vencedor e o vencido,
Sou odiado e querido.
Eu sou o pai e o filho,
Eu sou o quente e o frio,
Eu sou o luto e a festa,
Sou assim como tu...

“Quem é morno não presta,
É um coitado, cego e nu...”

SIMULACRO DE INVESTIGAÇÃO EM MURIQUI

Eles vieram de muito longe, sem qualquer comunicação às autoridades de Mangaratiba, para constranger o empresário Irapuan Vasconcelos, morador de Muriqui. Primeiro, com camisas da Polícia Civil e dizendo-se agentes da delegacia especializada de roubo de cargas, dois elementos, utilizando-se de uma viatura S-10 com carroceria e sem qualquer identificação, inclusive sem placas, capturaram o filho do empresário – Ulisses Vasconcelos - em Bangu e o trouxeram para Muriqui.
Aqui, tiraram as camisas da Polícia Civil e, à paisana, acusaram pai e filho de receptação de carga roubada e os forçaram a abrir o depósito onde o empresário guardava elétrodomésticos adquiridos licitamente em leilão do Ponto Frio conduzido por João Emílio Leiloeiro, no dia 8 de janeiro (ver em joaoemilio.com.br). Ali, no depósito, quase ao lado do DPO de Muriqui, os dois elementos ameaçaram chamar um caminhão para apreender todo o material e afirmaram: “Digam logo o que há de errado, pois podemos resolver tudo agora”.
O empresário e seu filho disseram não aceitar a “proposta” pois todo o material tinha procedência lícita e mostraram as notas do Ponto Frio e do leiloeiro. Foi quando chegou uma guarnição da PM do 33º Batalhão de Angra dos Reis, comandada pelo Sub-tenente Robson, que abordou os elementos - identificados como o PM Maia e o PM Santos do 35º Batalhão de Itaboraí - e encaminhou todos à 165ª DP, de Mangaratiba.
Na delegacia, o Oficial de Cartório Rodrigo Hoffman Kaiser assumiu a operação, registrou a ocorrência sob o nº 361/2008, tomou o depoimento de todos os envolvidos, fotografou e relacionou os eletrodomésticos encontrados, anexou ao processo as respectivas notas fiscais do Ponto Frio e do leiloeiro e deixou o Sr. Ulisses Vasconcelos como fiel depositário dos bens.
No dia seguinte, terça-feira 11 de março, a Band News divulgou a notícia alarmante: “Estourado depósito de carga roubada em Muriqui”. Na quarta-feira 12, o vereador Nelson Bertino, na tribuna da Câmara Municipal de Mangaratiba, acometido de um acesso de furor corporativista e, na ânsia do elogio gratuito a seus pares, exaltou a ação policial que foi, verdadeiramente, um simulacro de investigação.
O desinformado vereador não aprendeu a lição com as absurdas ações da polícia paulistana no caso da Escola de Base, em que seus diretores foram injustamente acusados de molestar crianças, e no caso do padre Júlio Lancelloti acusado de homossexualismo e pedofilia na Pastoral do Menor. Estes, após serem expostos, pela polícia e pela imprensa, à execração pública, foram todos inocentados. Mas, a vida deles jamais será a mesma após o ocorrido.
Irapuan e seu filho Ulisses, empresários sem qualquer mácula, estão passando por uma situação similar e sofrendo com as acusações de gente sem caráter. Não podemos admitir que nosso Município seja o palco para a reprise dos fatos lamentáveis ocorridos em São Paulo.
No dia 14, o jornal Atual, de Itaguaí, estampou em manchete de primeira página: "Arsenal da roubalheira estourado em Muriqui".
Diante de tudo, quatro perguntas estão por merecer resposta das autoridades:
1. Por que ninguém foi preso nem acusado oficialmente de nada?
2. Por que um dos supostos assaltantes de carga ficou como fiel depositário do material?
3. Por que mandar as notas apresentadas para a perícia se é muito mais simples confirmá-las com o leiloeiro?
4. A quem interessa politicamente tal simulação de investigação?