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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O NOVO VELHO CHICO

Isto sim é política pública.
Pequenino ele nasce
No alto da serra
E depressa ele foge,
Saltando entre as rochas...
Vestido de branco,
Ele pula do alto,
Um menino correndo
À procura do mar.
Escorrega no chão,
Brincando com as pedras...
Sozinho, ele traça
Seu próprio caminho,
Caminho sem volta
Cruzando o sertão
E trazendo pra vida
Uma vida melhor.
De repente, ele pára
Cumprindo a visão
Do profeta que um dia
Pregou no sertão.
Chiquinho menino
Virou Velho Chico.
Dividiram o caminho
Algum tempo depois...
Não está mais sozinho,
Com a transposição,
Ele, agora, é dois.


N.L.: Meu amigo Toco. o maior compositor da Mocidade, já falecido e que perdeu o samba-enredo sobre o Velho Chico, me inspirou a escrever este poema. O samba-enredo, que pra mim era melhor que o vencedor, começava assim: "Vem descendo a serra, um menino à procura do mar". O samba vencedor dos meus amigos Edu e Da Roça - onde estão vocês? - tinha uma parte que valia por todo o samba e que dizia "Bate batéia, na peneira fica o ouro, o que cai não é tesouro, deixa a água carregar, casei donzelas, me fizeram oferendas, fiz mistérios, criei lendas, decidi meu caminhar".  Aqui pode ser ouvido o samba vencedor durante aquele desfile romântico e singelo de 1982.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

É CARNAVAL

O dinheiro a investir no carnaval deveria ser empregado na saúde, é o que dizem no feissibuque. 
Influenciadas por essas campanhas absurdas contra a folia e por iniciativas inúteis de outros prefeitos, algumas cidades caipiras decidiram cancelar o carnaval para investir em melhorias na saúde e na educação. Virou moda, principalmente, entre os prefeitos “evangélicos” que querem aparecer. 
De fato, não deveria haver carnaval em pequenas cidades do interior para que quem odeia a festa pudesse ali se refugiar.
O prefeito de Paraíba do Sul cancelou o carnaval devido às chuvas, decretou emergência e calamidade pública e diz que vai direcionar os recursos da folia para mais de mil famílias afetadas pelas chuvas. Cabo Frio é outra cidade onde o carnaval será cancelado, isto é, a chuva inviabilizou a montagem da estrutura da festa, que reuniria nomes como Tuca Fernandes, Babado Novo, Bell Marques e Durval Lelys. A Prefeitura de Macaé também decidiu revogar a licitação da empresa que realizaria o carnaval.  Em São Gonçalo, os bailes de rua que aconteceriam em 40 bairros foram cancelados.
E se o Eduardo Paes, em um acesso de estupidez, decidisse cancelar o carnaval carioca? Já imaginaram ficarmos sem a Portela, sem a Mangueira? Sem Anitta e Cláudia Leite desfilando na Mocidade? Sem os blocos nas ruas... Sem quatro dias de alegria...
Pô! Parem com isso. Quem faz o carnaval carioca é o povo, e não precisa de apoio oficial. Aquelas cidades caipiras devem precisar, pois necessitam de bailes de rua e de “renomadas atrações” como Tuca Fernandes, Babado Novo, Bell Marques e Durval Lelys, que dariam lucro a quem os contratasse.
Carnaval no Rio com suas escolas de samba e seus 500 blocos é lucro, muito lucro para a economia da cidade e para a prefeitura carioca.
Quando falam em cancelar o carnaval carioca, eu lembro do Barão do Rio Branco, aquele que apelidou de barão a quantia de mil cruzeiros por ter a sua foto estampada na nota. Hoje, quando se fala em mil reais, também se diz que é um barão.
Diplomata, advogado, deputado, promotor público, geógrafo e historiador, José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão do Rio Branco - foi ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa, entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina e conquistou o Acre que pertencia à Bolívia. Foi o segundo ocupante da Cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Letras.
Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira e uma das figuras mais importantes da história do Brasil. 
Quando faleceu em 10 de fevereiro de 1912, era uma unanimidade nacional. O carnaval, que começaria no domingo seguinte, foi cancelado em respeito ao luto pelo Barão e adiado para começar no dia 6 de abril. Foi a decisão do presidente marechal Hermes da Fonseca.
O carioca, porém, que nunca necessitou de apoio oficial para brincar o carnaval, não se absteve de seus três dias de festa em fevereiro.
E lotou a Avenida Central que, apenas três dias antes, recebera o nome de Rio Branco, justamente em homenagem ao falecido.
Em 6 de abril, em plena Semana Santa, houve outro carnaval. E pior, toda a quaresma transformou-se em um período pré-carnavalesco.

N.L.: a história completa pode ser lida aqui.

domingo, 17 de janeiro de 2016

CHICO BUARQUE

Foi hostilizado numa rua do Leblon por filhotes de corruptos. Durante o bate-boca, Chico Buarque foi chamado de “merda” por um dos vira-latas produzidos pela mídia catastrófica, terrorista, aterrorizante, cínica, mercenária, demagógica e corrupta.
Patrimônio da cultura e do povo brasileiro, Chico, intelectual consciente que jamais se omitiu nas lutas contra a ditadura, pela democracia e pela justiça social, foi exaltado pelo meu guru Nelson Rodrigues como a única unanimidade nacional naquele tempo em que não grassava o ódio dos estúpidos vira-latas.
Chico também teve um exemplar de seu livro “O irmão alemão” rasgado e pichado numa livraria da zona sul do Rio. O vira-latas demonstrou a que ponto o ódio e a cretinizante paixão política pode chegar. A única paixão capaz de imbecilizar o homem como disse aquele meu guru.
Agora, um pseudo-jornalista de São Paulo comenta na internet uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.
Diante disto, Chico Buarque, sua ex-mulher Marieta Severo, e suas filhas vão processar, por danos morais, o vira-latas paulista João Pedrosa.
Não dá pra admitir tanto ódio e intolerância contra ninguém, muito menos contra o Chico Buarque, uma unanimidade nacional entre os que não têm um pote até aqui de lágrimas no coração.
Apesar de vocês – estúpidos vira-latas – amanhã há de ser outro dia.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O VIRA-LATAS

Eu conheço um. Não sei o que há na cabeça dele que o torna tão susceptível à manipulação da mídia exagerada, catastrófica, terrorista, aterrorizante, cínica, mercenária, demagógica e corrupta. Essa mídia que o faz tão vil como ela mesma.
O vira-latas é o inocente útil mais medíocre e obtuso que conheci. Vive compartilhando boatos absurdos com alta dose de indignação.
Nenhum diálogo inteligente pode ser travado com ele que defende a volta da ditadura e tem vergonha do Brasil.
Semi-analfabeto e analfabeto funcional, não consegue formar uma opinião própria, vive reproduzindo o que escrevem a Veja e os velhos fascistas saudosos da tirania militar. 
Por isso, combate os médicos cubanos como se eles fizessem parte de uma invasão comunista.
Deus, Jesus e a Virgem Maria são outras constantes de suas mensagens, mas não demonstra qualquer compaixão por ninguém. Mensagens piegas, religiosas e de auto-ajuda - tipo faça o que eu digo, não faça o que eu faço - também fazem parte de seu repertório.
O vira-latas serve a desígnios que ignora e nem consegue ver os interesses escusos que há por trás das mensagens que repassa.
Vive abanando o rabo para quem o oprime. Acredita em tudo o que vê na internet, não procura se informar melhor.
É contra o Bolsa-Família que, para ele, incentiva a vagabundagem. Foi contra a transposição do rio São Francisco que levou água ao sertão nordestino. Acha que podiam ter feito hospitais com aquele dinheirão.
Agora, se voltou contra o carnaval e contra o Museu do Amanhã. Acha que assim está defendendo o investimento na saúde.
Não é chegado a um livro, prefere as novelas e sempre assiste ao BBB. É contra o Prouni e contra as quotas para negros nas universidades federais por não reconhecer a dívida social que temos com os negros.
É contra o auxílio-reclusão que ele acredita ser pago para todos os bandidos em valor superior ao de um salário-mínimo para cada filho.
É homofóbico e crê que se está criando uma ditadura gay. Diz que a mulher é a culpada pelos estupros e agressões sofridas por não se dar o valor.
Ofende a todos os políticos sem distinção, culpa-os por tudo de ruim e os coloca a todos na vala comum da corrupção, esquecendo de seu próprio passado quando participou de um governo corrupto.
Acredita que a Câmara Federal vai votar o fim do 13º salário e que o governo vai passar o rodo na poupança. Sente um ódio gratuito pelo Lula e crê que o Lulinha está miliardário, que é dono da Friboi e comprou um avião a jato. Se lhe disserem que o Lulinha comprou a Casa Branca , em Washington, e a Casa Rosada, em Buenos Aires, ele acredita.
Defende a volta da ditadura, pois acredita que o país vive agora um caos absoluto numa era tenebrosa e perversa. E se afirma um democrata. Quer a implantação da pena de morte e os testes científicos com os presidiários, não mais com animais. Pensa que as concessões atuais são uma privatização como fazia o FHC. E tem como ídolo maior o Bolsonaro.
Quando é combatido, expõe seu ódio, seu furor pútrido, e parte para a agressão pessoal lançando torpezas, canalhices, infâmias e injúrias contra quem o contradiz.
Como todo idiota, é incapaz de mudar de opinião.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O MUSEU E O CARNAVAL

Vejo na net uma campanha inútil contra o carnaval. Dizem também que o Museu do Amanhã foi um contrassenso. Que o dinheiro investido ou a investir no carnaval e no museu deveria ter sido empregado na saúde. 
Pô! Todos têm direito a um momento de estupidez. Geralmente, são vira-latinhas com um pote até aqui de mágoas que abanam o rabo para quem os desprezam, oprimidos que fortalecem o opressor. Eu fico imaginando como esse pessoal fazia para passar vergonha antes do feissibuque e tenho que dar razão ao meu guru Nelson Rodrigues: "Em nosso século, o "grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma grande besta". Mas, bem que esses idiotas vira-latas cheios de ódio poderiam recuperar a modéstia. Obcecados pelo ódio, talvez estejam dispostos a serem atraídos pelo ISIS. 
Devo dizer que o museu e o carnaval não foram feitos para os doentios, mas sim para gente saudável e feliz que, como eu, admira a arte, a ciência, a festa do povo, e quer sempre melhorar seu intelecto.
O museu foi feito assim como será construído o aquário municipal ali pertinho. Assim como foi feito o Cristo Redentor, o estádio do Maracanã, a cidade de Brasília, o túnel Rebouças e o Santa Bárbara, o parque do Flamengo e ampliaram a praia de Copacabana, a ponte Rio-Niterói e o metrô, o sambódromo e a expansão do metrô, a Linha Vermelha e a Linha Amarela. E tome mais metrô. E, agora, modernizam a cidade com BRTs e VLT, e com a infra-estrutura para os 42 esportes olímpicos. 
Imagine a cidade com e sem tudo isto... Sem a Portela, sem a Mangueira. Sem Anitta e Claudia Leite desfilando na Mocidade.
Agora, calcule quantos hospitais poderiam ter sido construídos com tanta grana? Centenas? Ou teriam sido milhares?
Sei que ainda não seriam suficientes para atender o grande número de doentios sempre à procura de atendimento médico.
O maior problema é que não teríamos tantos médicos para atender a tantos em tantos locais.