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quarta-feira, 26 de junho de 2013

AGORA, É OU DÁ OU DESCE

Acuados pelos arrastões das minorias e, também, pela Dilma que soube aproveitar o momento político, 430 deputados derrubaram a PEC 37, tal como eu previ. Apenas nove votaram a favor, nenhum do Rio de Janeiro. Nem a minha amiga Jandira Feghali foi capaz de votar a favor. Muitos que antes eram a favor, acovardados, fizeram discursos inflamados contra uma redundância jurídica que apenas reafirmava o que consta da Constituição.
Mais de 130 ações questionam o poder de investigação do Ministério Público. É de gente que foi investigada e acusada pelo MP que nunca teve o poder para investigar e apela para esta filigrana jurídica para anular os processos que sofrem. A decisão final ficará para o STF que em pouco tempo julgará um recurso destes que valerá para todos os casos.
Em compensação, acuados pela Dilma, a Câmara acovardada aprovou de madrugada o PL do Poder Executivo sobre o destino dos recursos dos royalties do petróleo. Pra não dizer que não falaram de flores, destinaram 75% para a educação e 25% para a saúde. Tudo bem, nada mal, apesar de a Dilma querer 100% para a educação.
Agora, é ou dá ou desce, se correr o bicho pega. E vamos para a reforma política, algo que está tramitando na Câmara e há dez anos sofre resistências.
“De uma só tacada, Dilma deu razão aos manifestantes, colocou na roda os governantes de Estados e Municípios, deu um chega para lá nos radicais, e retomou a iniciativa do jogo, sem ter que brigar com ninguém. Sabemos todos que a maioria dos políticos do governo e da oposição não queria nem ouvir falar em reforma política para não perder os privilégios que o atual sistema político-partidário-eleitoral lhes dava para se perpetuarem no poder. Qual político agora terá coragem de se manifestar contra o plebiscito da reforma política?” – afirmou Ricardo Kotscho em seu blog.
Nos últimos seis anos, duas PECs sobre o assunto foram derrubadas. Nem o Lula conseguiu aprovar. Em 2009, o então presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), encaminhou a PEC 348/09 a pedido de Lula, mas a proposta foi arquivada após ser vetada pela Comissão de Constituição e Justiça.
Na época, a proposta caiu sob a acusação de favorecer a possibilidade de um “terceiro mandato” para Lula, já que um dos temas em discussão na época era uma revisão das regras sobre mandatos do Executivo.
Já falei aqui várias vezes sobre a necessidade de uma reforma política com financiamento público de campanhas, voto distrital, etc. Ontem, li no Blog do Provocador, sarcástico como eu – link aí ao lado – um texto que reafirma quase tudo o que eu disse antes sobre a reforma e sobre os corruptores, e por isso, o reproduzo a seguir:


Chegamos ao fim do túnel mal iluminado da nossa democracia. Xeque-mate. Por vias tortas, com pouca habilidade e muito ruído de comunicação, a presidente Dilma colocou na agenda da crise uma prioridade (entre tantas possíveis) da qual não há como discordar: o Brasil precisa de uma reforma política.
Seja por plebiscito, constituinte, PEC, medida provisória, par ou ímpar, tanto faz. Lascou. Todos sabem que nosso modelo de representação está esgotado em meio a tantas denúncias de corrupção, favorecimentos ilícitos, benefícios imorais, tráfico de influência, inércia, despreparo e, fundamentalmente, de uma relação promíscua e maléfica com os financiadores de campanha.
Por algum vício de nossa imprensa, os principais vilões quase nunca aparecem no noticiário. Mal sabemos identificá-los. Mas são os empreiteiros, os banqueiros, os latifundiários, a indústria automobilística, os empresários de transportes, os conglomerados e outros tantos especuladores que alimentam e emperram diariamente essa máquina gigantesca, cara e ineficiente chamada Brasil.
Normalmente, quando um desses poderosos agentes de corrupção aparece em público (sempre por meio de interlocutores, pois jamais mostram a cara), é para fazer papel de vítima e desqualificar os governos (municipais, estaduais e federal) que eles mesmos sustentam com propinas, maracutaias, falsas licitações e cartas marcadas.
Corrupção existe em qualquer país do mundo. Mesmo a China, que pune com a morte seus corruptos, admite que seus altos escalões estão comprometidos com falcatruas e enriquecimentos às custas do dinheiro público. É o ser humano, estúpido!
Portanto, sem demagogia. Não vamos zerar essa doença endêmica. Mas podemos diagnosticá-la como o maior mal que nos afeta. Torná-la crime hediondo é edificante, mas inútil se não forem tomadas medidas contra os mecanismos que as sustentam. E o principal deles, me corrija se estiver errado, é o financiamento de campanhas — ampla e gigantesca porta de entrada para esses bandidos de “colarinho branco”.
Acabo de ressuscitar um termo muito usado nos anos 1980, mas que caiu num estranho esquecimento. Parece que só existem corruptos, os políticos. E seus corruptores, ilhados nos 2% da população mais rica (em um País com uma das maiores concentrações de renda do sistema solar)? Sigam o dinheiro!
Espancar governantes é esporte nacional. Eles merecem. Mas ficar que nem idiota olhando só para um lado do campo, e vaiando o time que ajudou a escalar com o próprio voto, é coisa de torcedor fanático, cego, raivoso. E burro. A patota que só assiste a esse jogo de camarote, a cartolagem que nunca dá entrevista, como é que fica?

E depois, vamos para a reforma tributária.

2 comentários:

Anônimo disse...

Falou e disse!!!

Anônimo disse...

http://www.viomundo.com.br/politica/changebrazil.html