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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A MORTA-VIVA

Desde 2007 quando descobriu que Antônio Leodoro da Silva, seu ex-marido, estava morto, a comerciante Sandra Américo de Oliveira, 57 anos, diz ser uma morta-viva: “Ele morreu e me levou junto.”
Muito esperta, quando soube do óbito, após dez anos separada e vivendo maritalmente há sete com outro, Sandra tentou receber a pensão do ex-marido no INSS. Foi aí que ela teve a grande surpresa: "A atendente me disse que eu não poderia receber nada porque eu estava morta".
Na certidão de óbito do ex-marido consta que ele era "viúvo", o que tornou Sandra oficialmente morta.
A confusão na vida de Sandra começou em 1997, quando se casou com Antônio, em Foz do Iguaçu. “Evangélica”, ela conheceu o ex-marido por indicação do pastor de sua igreja e somente o viu uma única vez antes do casamento.
Não houve namoro nem noivado. Casou de véu, grinalda e toda a pompa em sua igreja. Porém, o matrimônio durou pouco: apenas um mês e 15 dias.
- “Eu o flagrei mantendo relação sexual com uma cabra. Fiquei horrorizada e fui à igreja falar com o pastor.”
Repreendido, o ex-marido passou mal e desapareceu. Sandra, então, voltou para sua cidade, Ribeirão Preto, provavelmente envergonhada pois foi traída em plena lua de mel com uma cabra vadia.
E agora, coitada, morta-viva, não consegue o direito à pensão nem pode se separar legalmente.
- "Sem contar que sou discriminada em minha igreja pois - lamenta Sandra - eles não aceitam esse tipo de união que tenho. Fico triste, porque a religião é muito importante para mim."
Essa história é verdadeira. Li hoje na Folha de São Paulo.

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