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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ESTÓRIAS DA BÍBLIA 5

Ainda não saí do Gênesis e já me cansei do Antigo Testamento. Vou parar de escrever essas estórias bíblicas. Dar um tempo ao meu agnosticismo. Antes, porém, darei um rápido passeio pelo Novo Testamento.
Não há dúvida de que Jesus representou um extraordinário progresso ético e moral nas Escrituras. Se compararmos Seu discurso com aquele do Antigo Testamento, este parece ser a personificação do mal.
Criado sob tal ética perversa, Jesus a combateu e por isso foi crucificado.
Jesus foi, portanto, um progressista sócio-político e grande inovador da moral e da ética na antiguidade.
Como disse a principal comentarista deste humilde blog: “a mensagem arrebatadora de Jesus rompeu com tudo que era velho, hipócrita, rançoso e jogou em nosso colo a mudança que até hoje se busca."
Por isso, não posso acreditar na estória contada por Mateus e Marcos em seus evangelhos.
O Evangelho de Mateus (21, 17-20) nos conta que Jesus saiu de Jerusalém e foi para Betânia, onde pernoitou. Ao voltar, logo cedo, sentiu fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-Se. Mas não encontrou nela senão folhas. Disse, então, Jesus: “Nunca mais nascerá fruto de ti.”
A figueira foi amaldiçoada e, naquele mesmo instante, secou.
Os discípulos, admirados, perguntaram: “Como é que a figueira secou subitamente?”
O Evangelho de Marcos (11, 12-14) é mais sucinto ao contar a mesma estória, mas nos informa que não era época para a figueira frutificar.
Como Jesus, Esse Homem admirável, poderia ter cometido tamanho desatino? Ele não sabia que ainda não era tempo de colher figos? Não posso acreditar nessa estória bíblica. Por causa dela, atualmente, as mulheres que não podem ter filhos sofrem com a pecha de “figueira amaldiçoada”.
Com esse tremendo furo, Jesus estaria infringindo, nos dias de hoje, diversas leis ambientais e até seria multado pelo IBAMA.

3 comentários:

leila disse...

E por crer que Jesus seria extremamente incoerente, é que penso que a Bíblia não pode ser lida como os fundamentalistas fazem.
Temos que perceber a forma literária da época, os simbolismos, metáforas e parábolas.
Da mesma forma que na ditadura militar os poetas, compositores e autores tinham que exercitar sua imaginação para não sofrerem o crivo da censura, os primeiros cristãos também se valiam deste recurso.
Creio que Jesus fez uma ação simbólica se referindo a imagem do povo de Israel rebelde a doutrina do Evangelho.

leila disse...

Lacerda,

Antes de ler Jesus como um Deus, sempre o amo como um Homem até entediado com as tantas dificuldades morais, sociais e humanitárias que tinha que enfrentar.
Jesus viveu a ira, a alegria (como gostava de uma festa), a dor física, a fome e a incompreensão.
Penso que sendo tão perfeito, tinha que ser muito humano para passar por tudo que passou, e poder estar disposto a enfrentar aquilo que o esperava.
E alguém tão inteligente, preferiu ser história, o início, o amor e a esperança, ao invés de viver sua curta vida e nada deixar a humanidade.

Pensando XXI disse...

Hoje sou espírita, mas já fui católico praticante. Fiz primeira comunhão, crisma e estudei 7 anos em colégio de padres. Nunca aprendi nada sobre o Antigo Testamento. Nada mais justo. Aliás, o AT só faz sentido na cabeça de gente sem juízo que ou não raciocina ou raciocina muito e o prega para perpetuar a culpa e escravizar fiéis.