Total de visualizações de página

domingo, 15 de junho de 2014

VAIAS E INSULTOS A FAVOR

Vaiar autoridade em estádio é parte do espetáculo. Nelson Rodrigues dizia que nos estádios vaia-se até minuto de silêncio. Evoluindo para o palavrão, a elite paulistana exorbitou. Xingaram a mulher, a senhora mãe e avó. Xingaram a instituição Presidência da República.
Estúpida elite. Causou comoção nacional em todas as redes sociais e até a oposição sentiu a porrada. Somente a Veja – burra – endossou o insulto. Não viu que foi a gota d’água que vai dar a vitória à ofendida no primeiro turno.
Algumas poucas mulheres não se revoltaram, até, gostaram e justificaram os insultos mostrando as canjicas. Talvez, acostumadas a TNC.
Não foi o caso de Eliane Cantanhêde que, demonstrando inteligência, apesar de oposicionista cega, escreveu hoje na Folha:]

Vaias a favor
15/06/2014 02h00

“Depois das vaias e xingamentos, Lula e Dilma deram uma aula de como fazer de um limão azedo uma bela limonada docinha. Ele é craque nisso, ela foi atrás.
Na dúvida atroz entre ir ou não ir à abertura e ao jogo de estreia da Copa, Dilma ficou no meio do caminho: foi, mas sem discursar, acenar e nem mesmo aparecer. Ficou praticamente escondida num canto.
Vieram as vaias, como já esperavam o Planalto e a sociedade. Mas vieram também os palavrões, que não estavam no script.
A primeira reação foi contra Dilma: "onde ela vai, é vaiada"; "vai ficar trancada na campanha"; "colhe o que plantou"; "a reeleição já era".
As redes sociais, porém, amanheceram no dia seguinte recheadas de manifestações de desagravo, solidariedade e simpatia pela "presidente, pela mulher, pela mãe, pela avó". E com o X da questão: tudo começou na área da elite endinheirada.
De ré, que merecia vaias pelo "mau humor e arrogância", como desferiu Aécio Neves, Dilma evoluiu para vítima de xingamentos infames diante do mundo. Anti-dilmistas, até tucanos, engrossaram o coro de defesa da presidente-candidata.
O episódio, que era para ser rapidamente esquecido pela campanha petista, passou, ao contrário, a ser potencializado por ela.
Lula ofereceu uma fotogênica rosa branca à pupila ofendida e, de repente, admitiu que trouxera para o Brasil uma Copa "para ricos". Dilma, sacou ele, era a única com cara de pobre (?!) no Itaquerão.
Em menos de 24 horas, Aécio amenizou o tom, conforme a música da opinião pública, e passou a criticar os xingamentos. Com seu recuo, selou o êxito da estratégia lulista.
Os gritos do Itaquerão deixam de ser limão contra Dilma, viram limonada a favor dela e reforçam o bordão dos "pobres contra os ricos". Mas, se xingamentos devem ser condenados, vaias são manifestações legítimas e não são exclusivas da Copa e de ricos. Já viraram rotina.”

Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha.

2 comentários:

Eduardo,o imbecil disse...

Triste Lacerdâo !Vaias são vaias nada mais que vaias.Vc. é pobre?ou burguês muriquenho?Com acesso à internet?Desculpe,não acho Ela tão bonitinha assim.Defendo sua opinião(acho Ela marromnenos).O PT pretende proibir manisfestações estéticas como esta?Frank Martins pretende controle da mídia,e ,desde já declaro Ela levemente formosa.Ou não.

Eduardo,o imbecil disse...

Meu medo é:Se Vcs perderem
(o que me parece cada vez mais provável) em outubro, entregam democraticamente o poder?