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sábado, 10 de maio de 2014

IDADE MÍDIA

No obscurantismo da idade média, tempo de ignorância e superstição, época de transcendente religiosidade com profunda influência política e social, queimavam-se as “bruxas”, eram comuns os linchamentos, a condenação sem provas, a tortura física e moral.
As disputas de gladiadores que terminavam em morte eram um fato normal da vida cotidiana. Os combates entre gladiadores eram frequentes e se difundiram por todo o império romano.
Nos anfiteatros eram expostos, para serem supliciados, os bárbaros vencidos, inimigos que se haviam insurgido contra a ordem romana. Cristãos, eram jogados às feras.
Tribunais da Igreja Católica – o Santo Ofício ou Inquisição – perseguiam, julgavam e puniam os acusados de heresia que eram denunciados anonimamente. A tortura era autorizada pelo Papa para arrancar confissões e os condenados eram entregues às autoridades do poder constituído para serem punidos.
A higiene em si era uma causa de suspeita e tomar banho era visto como uma prova de abandono da fé cristã. "O acusado era conhecido por tomar banho" é uma frase comum nos registros da Inquisição, para cujos “juízes” as pessoas limpas não precisavam se lavar.
O alvo principal do Santo Ofício eram os judeus. Depois, porém, ampliou a lista de perseguidos com os protestantes e iluministas, homossexuais e bígamos.
O condenado era muitas vezes responsabilizado por tudo de ruim que acontecesse: terremotos, pestes, epidemia de doenças, miséria social, etc.
As punições incluíam a morte na fogueira, a prisão perpétua e o confisco de bens. Esta punição transformou a Inquisição numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja Católica.
Os tribunais da Inquisição foram mais cruéis na Espanha e em Portugal.
O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da Inquisição estiveram por aqui. Calcula-se que 400 brasileiros foram condenados e 21 queimados em Lisboa, para onde eram mandados os casos mais graves.
Hoje, vivemos a Idade Mídia com as mesmas atrocidades, crueldade e a barbárie. Os acusadores, porém, contam com a tecnologia - a imprensa, o WhatsApp e as redes sociais - para difundir e compartilhar as denúncias, boatos, muitas histórias falsas e farsas virtuais.
A mídia - nossa atual inquisição - acata a denúncia, acusa, julga e condena, mesmo sem provas. Estimula a barbárie com o UFC, as lutas de MMA e seus modernos gladiadores.

Alguns blogs reproduzem as denúncias vazias outros as inventam.
A humanidade, todos sabemos, nunca prestou. E, agora, multiplica a potencialidade de sua maldade através da mídia, julgando-se paladinos da justiça.
Ao mesmo tempo em que vivem a divulgar mensagens religiosas ou de auto-ajuda, promovem uma epidemia de crimes contra a honra – o estupro virtual - que deprecia moralmente a vítima.
A infundada suspeita e acusação contra a vítima é atitude normal e irresponsável de toda a mídia que tem como alvo principal os políticos. Por que não seria também daqueles que são por ela influenciados?
Enquanto assistimos a violência crescente da Idade Mídia, programas diários de TV, rádios inteiramente dedicadas a doutrinas cristãs, imensas catedrais, templos em cada esquina, pastores clamando nas ruas, nos levam de volta àquela religiosidade da Idade Média.

2 comentários:

Eduardo,o imbecil. disse...

Samba do Lacerda doido.Gladiadores,bruxas e inquisição jamais coexistiram(nem metaforicamente).Quanto ao obscurantismo religioso,esse me apavora,a proliferação do negócio religioso aproveitando o analfabetismo funcional(incentivado pelo PT para fins políticos)toma conta do país.Partidos(da base)só fazem crescer.Nunca tivemos tantos pastores coligados.A media pro bem ou pro mal só veicula(às vezes vendidas ou mal intencionada,concordo)o que acontece.Não mate o mensageiro!

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

O crime virtual ainda é mais fácil de ser cometido porque o criminoso não precisa expor o seu rosto, nem usar de força física, tipo correr ou lutar, e pode ainda ocultar a sua identidade ainda que o terminal de computador instrumento do delito seja rastreável.

É sem dúvida um crime covarde, mas também é devido a esses delitos que conseguimos radiografar melhor o que se passa em nossa sociedade pois o virtual reflete o real.

Se pensarmos bem, quantas injúrias raciais não se multiplicaram graças à internet e às redes sociais? E o mesmo ocorre em relação aos gays, às mulheres e às minorias preconceituadas em geral.

Na atualidade é fácil manchar a honra de uma pessoa de bem. Além do que aconteceu com a jovem dona de casa no Guarujá, inchada pela leviana acusação de usar crianças em rituais de magia negra, eis que o uso não autorizado de fotos íntimas tornou-se uma real ameaça. Se um homem resolve se vigar da ex-namorada, ele nem precisa ter em seu computador ou celular a imagem da garota nua. Basta fazer uns arranjos com alguns softwares que a internet aceita tudo. Até ménage à trois e programas de prostituição podem ser facilmente inventados!

Para combater esse comportamento até que o deputado Romário (PSB) criou um projeto de lei de n.º 6.630/13 criminalizando tal conduta no meio virtual, mas acho complicado resolver porque o dano que a vítima do revenge porn sofre em sua imagem é fatal. Não foi por menos que duas jovens chegaram a se suicidar, sendo uma em Parnaíba (PI) e outra em Veranópolis (RS).