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sexta-feira, 27 de julho de 2012

SUS x SAÚDE SUPLEMENTAR

O meu plano de saúde suplementar - o Saúde Caixa - atende os atuais empregados da Caixa Econômica Federal, os aposentados e seus dependentes. Cobra 20% dos custos de cada atendimento médico. Seja ele qual for. Não importa se é uma simples consulta médica, uma análise clínica, uma pequena ou grande cirurgia, uma fisioterapia, etc. Medicamentos grátis nem pensar.
A CEF, é claro, não paga o valor que é cobrado pelo atendimento particular por médicos, laboratórios e hospitais. Paga somente metade daquele valor e o associado paga apenas 20% do que é pago pelo Saúde Caixa.
Se o médico cobra R$ 200 pela consulta particular, o plano paga R$ 100 e eu pago R$ 20. Isto significa apenas 10% do que é pago pelo particular.
Quando marcamos a consulta, somos atndidos prontamente em questão de poucos dias. O atendimento emergencial é sempre realizado no momento da necessidade em hospitais e clínicas conveniados.
Diferente do Saúde Caixa, não tem sido fácil marcar consulta com os médicos credenciados pelos outros planos. É até mais rápido e fácil ser atendido pelo SUS.
Repórteres de O Globo telefonaram para 50 médicos no Rio de Janeiro, todos credenciados pela principais operadoras de planos de saúde no país para saber qual o primeiro dia e horário disponível para atendimento conveniado.
Dependendo da especialidade e do profissional, a espera poderia se prolongar por mais de seis meses. Apenas seis médicos tinham vaga para a mesma semana. Um clínico da Tijuca somente poderia marcar a consulta para o dia 7 de dezembro, isto é, seis meses e cinco dias após o telefonema.
Dos onze pediatras pesquisados, somente quatro poderiam atender em até sete dias úteis. Os outros poderiam oferecer atendimento em prazos que variaram de nove a 47 dias.
A reportagem entrevistou uma cliente de plano de saúde que tentou marcar consulta para a sua filha com problema na tireoide. Ela disse que só conseguiu vaga no endocrinologista para o final de agosto.
"Para marcar um exame laboratorial levei quase um mês. O resultado veio 35 dias depois. Agora, para conseguir a consulta, é outro problema. Quanto tempo vai demorar? - disse a entrevistada - "Às vezes é tão difícil que você acaba desistindo se os sintomas não forem graves".
Outra entrevistada, ao sair de um centro médico em Botafogo, disse que levou dois meses e meio para marcar uma consulta com o gastroenterologista.
A demora na marcação - um problema que antes só afetava quem dependia do SUS - ocorre porque enquanto os planos de saúde ganham cada vez mais clientes, a rede credenciada não cresce na mesma proporção.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar contabilizou, em dezembro passado, 6.032.586 associados a planos de saúde somente no estado do Rio de Janeiro. E calcula que a rede credenciada seja de cerca de 15 mil médicos que recebem dos planos, no máximo, R$ 62 por consulta.
Como a Anatel fez com as empresas de telefonia, a ANS já suspendeu a comercialização de 268 planos de saúde de 37 operadoras por não terem cumprido o prazo mínimo de atendimento aos seus clientes.
Pelo jeito, o SUS está atendendo melhor e gratuitamente aos seus clientes doentios que reclamam de barriga cheia.
Das duas uma: ou são poucos os médicos credenciados ou os associados da saúde suplementar também são doentios e obcecados por atendimento médico.
A solução vai além de aumentar o número de médicos credenciados. A cobrança de uma taxa por atendimento será imprescindível para manter os doentios sob controle.
Tal como fazem o sistema público de saúde do governo americano e o Saúde Caixa.

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