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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"ZEU, CADÊ O MACHÃO?"

Gritavam em coro os moradores do Alemão quando o traficante Elizeu Felício de Souza foi capturado pela Polícia. Publico a foto para que os racistas vejam um policial negro prendendo um bandidão branco. 
Zeu está condenado pela morte do jornalista Tim Lopes. O bandido foi beneficiado com a progressão de pena para o regime semiaberto em 2007 e não retornou mais à prisão.
No momento da prisão de Zeu, um pai entregou o filho traficante, à Polícia. A mãe de um outro entregou-o direto na delegacia da área. Ambos, talvez, sejam indivíduos passíveis de recuperação. Não sei se será o caso dos outros 118 capturados até agora.
Outros eventos ficaram marcantes nas reportagens sobre a invasão da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Um popular sorridente contava que, quando chegou ao portão de casa, sentiu um impacto no braço e viu o sangue escorrer. Foi um tiro que ele nem queria saber de que arma partiu. Os pais da menina morta – a única vítima fatal - emocionados, não exigiram justiça e só pediam a Deus que a morte dela não tivesse sido em vão. Os moradores batiam palmas para os invasores, crianças se abraçavam às pernas dos soldados. Todos davam declarações de frente para as câmeras, não escondiam o rosto nem ficavam de costas. Alguns juízes deixaram a preguiça de lado e expediram mandados de busca, apreensão e prisão com agilidade nunca vista antes.
Polícia Militar, Federal, Marinha, Exército e Aeronáutica, provaram ser possível invadir uma favela sem que houvesse uma batalha sangrenta.
O Exército somente correu para oferecer ajuda depois que a Marinha já tinha entrado no morro com seus blindados. O argumento para a inércia era que o Exército existe para preservar a ordem constitucional e que o soldado não está preparado para uma ação policial. Mas, os generais tiveram que se curvar à decisão do presidente Lula de invocar a preservação da ordem pública e permitir que os tanques blindados da Marinha subissem a Vila Cruzeiro.
Alguns “abalizados” comentaristas de segurança, políticos e jornalistas, repetiam o óbvio afirmando que apenas o domínio do território não basta, que são necessárias políticas públicas no local para combater o tráfico.
Políticas públicas? O Complexo do Alemão já recebeu obras do PAC, unidades de saúde, creches, centro profissionalizante, moradias, pontos de cultura e lazer, o teleférico - que vai ser inaugurado ainda no Governo Lula - e vai levar o morador do alto do morro à estação de metrô. Claro que é preciso manter essas conquistas e ampliá-las, e também instalá-las noutras comunidades de todo o país. É óbvio que as escolas de lá precisam oferecer um bom ensino. Lógico que é preciso abrir novas oportunidades de trabalho e renda.
Tudo isso é o óbvio que, agora, mais do que nunca, será um objetivo político dos governos federal, estadual e municipal, já que todos os holofotes estão dirigidos para aquelas comunidades.
Outros “abalizados”, porém, minimizam o domínio do território que, em sua opinião, amanhã se tornará novamente um local de venda de tóxicos.
O que os “abalizados” não dizem é que não se pode perder de vista as bandas podres da polícia, da OAB, do poder legislativo e do judiciário, além da burguesia viciada em drogas. Todos estes sempre tiveram um papel preponderante no processo.
Sempre haverá venda de drogas enquanto houver mercado para o seu consumo. “O problema agora - disse Beltrame - é que uma parte do território nacional, o complexo do Alemão, não podia ficar mais sob o controle do terror e da ditadura dos traficantes”.
Isso acabou. O Estado agora controla o local, assim como controla o Santa Marta, a Cidade de Deus, o Borel e outras favelas onde já foram instaladas UPPs.
Ainda se vende drogas nestes locais? Sim, e daí? A corrupção somente chegará ao fim quando morrer o último corrupto e não surgirem novos. O tráfico somente terminará quando deixar de existir o viciado em drogas. É possível isso acontecer?
O importante é que foi a maior baixa no crime organizado: em seu arsenal, em seus estoques de drogas e veículos, na grana que deve atingir mais de 50 milhões e em seu pessoal. Isso deve melhorar a segurança pública como um todo e tornar mais fácil retomar o controle de outras áreas, além de deixar o Rio mais tranquilo e confiante.
Ia me esquecendo: a vida real mais uma vez imita o cinema e deixa os chefões do crime para serem castigados no final do filme. Vai chegar a hora de FB e Pezão.

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