Desde 2008, um blog de opinião.
O autor é politicamente quase incorreto.
É também um quase ateu, graças a Deus.
Total de visualizações de página
617153
quinta-feira, 4 de abril de 2013
MUITO BRANCO, POUCO ENCARNADO
Pouco, pouco, muito pouco,
pouco mesmo, como diria o narrador esportivo Geraldo José de Almeida. O
encarnado ficou apenas na capa. Por dentro nem um pouco da emoção que eu
esperava da autobiografia do grande artista, professor e carnavalesco Fernando
Pamplona. Lançado em meio às comemorações
pelos sessenta anos do Salgueiro, não é um livro. É apenas um caderno de anotações
superficiais sobre alguns acontecimentos vivenciados pelo autor. Mais parece um
diário de adolescente. Fui enganado. Pouco, muito
pouco, pouco mesmo sobre o Salgueiro e a revolução que ele fez nos desfiles das
escolas de samba. Nada, quase nada sobre seus alunos e auxiliares: Arlindo
Rodrigues, Joãozinho Trinta, Rosa Magalhães e outros. Absolutamente nada sobre o entrevero
com os banqueiros de bicho patronos das escolas que obrigaram a TV Globo a
demiti-lo das transmissões de carnaval. Pamplona fica devendo a seus
admiradores algo mais consistente em forma de livro e autobiografia.
“Eu sou aquele que era
que é e será...”
Sou manso, sou fera,
se avanço, vou recuar.
Eu sou o vivo e o morto,
sou a tormenta e o porto.
Sou o oito, sou oitenta...
Eu sou fechado e aberto,
sou o errado e o certo.
Sou singular, sou plural,
eu sou o bem e o mal...
Eu sou feio, sou bonito,
sou o pobre e o rico,
sou o que vai e o que fica,
o vencedor e o vencido,
sou odiado e querido.
Eu sou o pai e o filho,
eu sou o luto e a festa,
eu sou o quente e o frio,
sou assim como tu...
“Quem é morno não presta,
é um coitado, cego e nu...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário