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terça-feira, 20 de setembro de 2011

A DITADURA DERROTADA V

A DITADURA DERROTADA V

Diante da capa da revista Newsweek com a Dilma, chego à conclusão de que não há mais condições da volta de uma ditadura no Brasil.  E volto a transcrever alguns trechos do livro A Ditadura Derrotada que Elio Gaspari escreveu fundamentado nos arquivos e gravações que lhe foram entregues por Golberi do Couto e Silva e por Heitor Ferreira, assessores diretos e íntimos do general-ditador Ernesto Geisel. Sempre seguidas de algumas anotações minhas.
Divirtam-se.

Página 439

“No início dos anos 70, pela primeira vez em meio século, as economias americana e européia haviam-se contraído ao mesmo tempo, levando os bancos a caçar novos clientes para seus empréstimos. O Terceiro Mundo tornara-se destino atraente para o dinheiro abundante.
Entre 1970 e 1973, o número de bancos americanos com agências no exterior passou de 79
para 125, e suas aplicações financeiras na América Latina pularam de 165 milhões
de dólares anuais para 1,4 bilhão.
Enquanto isso,os investimentos diretos praticamente permaneceram no patamar de 300 milhões de dólares.
Entre 1969 e 1973, refletindo essa primeira onda de liquidez, a dívida externa brasileira cresceu 286%, indo para 12,6 bilhões de dólares. ...Fecharia o ano de 1974 levando a dívida para 17,2 bilhões de dólares.
Em relação ao biênio 72-73, isso significava um salto de 2,3% para 6,8% do PIB.
Tendo consumido 950 milhões de dólares das reservas que recebera, produziu um inédito aumento de 92% da dívida líquida. Endividaria o país a uma taxa 12% acima da média dos países subdesenvolvidos que importavam petróleo.”

N.L.: É claro que FHC faria muito mais que o general pelo endividamento externo do país. Mas, quem faria o Brasil passar de devedor a credor internacional com o grau de investment grade concedido por duas das três agências internacionais de avaliação de risco?

Página 448

“Em setembro, às portas de uma campanha eleitoral que seria decidida nas grandes cidades, o governo queria metas e promessas urbanas.
A oposição levara o custo de vida para a campanha.
Em Minas, o MDB lembrava que um dia de trabalho remunerado pelo salário mínimo
valia um quilo e meio de frango ou dúzia e meia de tangerina."

N.L.: A fome era uma realidade... E, agora, o que compra um dia do salário mínimo? Aqueles citados vagabundos esfarrapados agora têm o que comer.

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