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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

PAULA OLIVEIRA E AS FOTOGRAFIAS



Tudo começou quando um colunista de O Globo – tinha que ser de lá – informou que a filha de um conhecido seu – na verdade, um assessor parlamentar que lhe foi apresentado em tempo idos – enviou-lhe as fotos de sua filha que teria sido agredida por skinheads neonazistas na Suíça, perdera os gêmeos que esperava para agosto e fora levada em estado de choque para o hospital. O pseudo-avô, inconformado, pedia que o colunista publicasse no jornal as fotos da filha retalhada na barriga e nas pernas, as quais recebera via internet, e exigisse a intervenção do governo brasileiro.
O colunista – Ricardo Noblat – não discutiu, uma notícia sensacional caíra em seu colo, e mandou ver: publicou as fotografias da moça com vários cortes e a sigla do partido direitista suíço SVP que liderava uma campanha xenófoba em vigor naquele país. E conclamava as autoridades brasileiras a tomar providências.
No mesmo dia, à noite, o Jornal Nacional – só podia ser ele - escandalizava o país e o mundo com a selvageria e a tortura sofrida pela brasileira. Mostrou as fotos que a filha enviara ao pai – também, um advogado - cujas declarações foram apresentadas como a verdade absoluta. Ninguém duvidou daquela versão, muito menos tentaram checar a informação na Suíça. Afinal, era uma advogada, branca, empregada em uma multinacional holandesa, filha de um assessor parlamentar conhecido de um jornalista de O Globo.
E, de microfone em punho, os repórteres do William Bonner exigiram das autoridades brasileiras uma declaração em defesa da moça. Se essas autoridades se negassem a uma declaração, naturalmente sofreriam um massacre na mesma edição do jornal.
Aquela edição do Jornal Nacional foi exibida em todo o mundo. Fátima Bernardes ganhou as páginas das revistas suíças. O povo brasileiro foi dormir indignado com a reportagem chocante: uma mulher brasileira, branca, grávida e de formação acadêmica, atacada barbaramente por neonazistas e sofrendo um aborto em banheiro público.
Ninguém, absolutamente ninguém, raciocinou o seguinte: se ela foi atacada na rua, correu para um banheiro público para abortar e, logo a seguir, foi levada de ambulância, em estado de choque, para um hospital, em que momento ela se deixou fotografar e enviou para o pai as fotos acima? O que ela fazia na rua de short em pleno, rigoroso e nevado inverno suíço?
Vejam, na primeira foto – a da barriga – que o S da sigla do partido foi gravado ao contrário, diferente do S gravado nas pernas que está correto.
Sabe por quê? Pegue uma caneta – jamais um estilete – e tente escrever um S em sua barriga diante de um espelho. Vocè vai errar, vai escrevê-lo ao contrário. Entretanto nas pernas, você não precisa de espelho e vai escrevê-lo corretamente.
Era simples assim verificar que a versão da moça era falsa. Ela se auto-mutilou - um comportamento borderline - em casa, de short, diante do espelho. Fotografou-se digitalmente e enviou as fotos para o pai via internet. Menstruada, saiu para a rua e foi para um banheiro público fingir o aborto até ser encontrada e levada - em estado de choque, repito - para o hospital. Por que fez isso? Só Deus sabe. Há razões que a própria razão desconhece.
O evento serviu para mostrar o jornalismo irracional das Organizações Globo. Agora, imagine as outras notícias que por eles são veiculadas.
Para eles, mais importante que o fato é a versão, a qual vai vender jornal e aumentar a audiência.
Portanto, meus amigos, duvidem, mas duvidem mesmo da Globo.

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