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Pior que comentarista esportivo, só mesmo os comentaristas de escola de samba nas transmissões da Globo. Aqueles pensam que são técnicos de futebol, que entendem mais do assunto que o Wanderley Luxemburgo. Estes são contratados e pagos apenas para elogiar. Pode ser o desfile mais medíocre - como o da Império Serrano e o da Mocidade - que eles acham um jeito de elogiar. Com a Mocidade, pelo menos, foram irônicos e desejaram que ela fosse feliz na apuração de amanhã.
Vendo as transmissões deste ano, senti saudade do Fernando Pamplona que tinha opinião e que foi proibido pelos patronos das escolas de comentar o carnaval. A Globo nunca mais o chamou para participar das transmissões.
Quem leva em consideração os comentários atuais deve pensar que o campeonato do samba vai terminar empatado com 12 escolas em primeiro lugar.
Ainda bem que não dava para entender tudo o que eles diziam. Haroldo Costa - com aquela voz picotada e mal sintonizada - foi quem mais falou, mas não disse nada. Maria Augusta, coitada, discípula do Pamplona, nitidamente, sentia-se mal na obrigação de elogiar. Dudu Nobre foi o mestre dos parabéns e do aí, aí, aí. Quanto ao outro, sem comentários.
Mas, falando de escolas de samba, Salgueiro e Grande Rio - ou Grande Rio e Salgueiro - vão disputar o primeiro lugar, embora o melhor samba tenha sido o da Portela. A Portela que nos trouxe de volta a Luma de Oliveira. Mais bela do que nunca, a rainha da passarela veio embrulhada para presente. Outro presente foi a filha da Vilma, neta de Natal, como porta-bandeira. Mas, "se eu for falar da Portela, hoje eu não vou terminar."
Os sambas-enredo deste ano foram muito bem elaborados. Os compositores buscaram novos caminhos harmônicos e melódicos e letras de alto nível que bem descreviam o enredo.
Com exceção, claro, da marchinha mal cantada da Viradouro.
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