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terça-feira, 11 de novembro de 2008

O BICHO...

Hoje, eu acordei cedo. Nem sei por quê. Talvez, para ficar mais tempo sem fazer nada. Que coisa boa! Ficar velho e à toa...
Tomei café, meu vício, e fui para a janela fumar, meu outro vício, sentindo a brisa que vem do mar ou da montanha. Da minha janela, além dessa maravilhosa paisagem, eu vejo o terreno infestado de ratos na beira da praia.
Eram quase seis e meia da manhã quando vi algo que me lembrou o grande poeta Manoel Bandeira, aquele que fazia versos como quem chora, como quem morre.
Lembrei, então, desse poema:

"Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com sofreguidão.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem."


Eu vi o bicho hoje, na minha rua.

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