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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

AINDA A SAÚDE PÚBLICA

Quem quer uma saúde melhor, tem que cuidar melhor de si mesmo.
Foi o que concluí ao ouvir um parente médico dizer que quase 90% dos pacientes que ele atende na rede pública não precisam de médicos nem de remédios. Entre os conveniados dos planos de saúde, o percentual ultrapassa a 50%.
Ele disse mais: No dia em que atendermos apenas aos necessitados de medicina, a saúde pública será de fato eficiente.

Houve um tempo em que resolvi assistir ao atendimento à saúde pública por ele prestada. Algumas vezes, freqüentei um posto de saúde em Bangu. Havia de tudo ali. Mulheres bem nutridas, coradas e saudáveis que tinham discutido com o marido ou que estavam enfastiadas com o trabalho doméstico ou com os filhos; mães levando crianças com o nariz escorrendo ou com pequenos arranhões nos joelhos; bêbados agressivos levados por policiais; jovens melancólicas e depressivas com preocupação obsessiva sobre seu estado de saúde, algumas delas a fim de conquistar um médico, ou mesmo um enfermeiro; gente com sensações subjetivas e sintomas absurdos próprios de hipocondríacos; muitos com uma simples dor de cabeça ou resfriado ou unha encravada; idosos saudáveis padecendo de solidão e carentes de atenção; à noite, jovens em coma alcoólico egressos de festas ou agredidos egressos de brigas e tumultos.

Verifiquei que, na verdade, a maioria contribui para a superlotação dos postos e hospitais com gripes, resfriados, terçol, dor de barriga, dor de cabeça, dores em geral, joelhos ralados, bicho de pé, espinhela caída, pulso aberto, frieira, bicheira, unha encravada, unheiro, cobreiro, perebas diversas e inúmeras enfermidades imaginárias - espinhela caída, pulso aberto, nó nas tripas, barriga d’água, mau olhado - que são a alegria dos pastores milagrosos.

Sempre cuidei da minha saúde, deixando os médicos livres para cuidar das doenças e dos doentes que, de fato, necessitam de assistência médica.
Doentes mesmo, em minhas andanças, vi pouquíssimos. Quase todos eram doentios. Foi, então, que formei minha opinião sobre a saúde pública e universal no Brasil: ela não tem jeito.

Dou uma sugestão para melhorar o atendimento em hospitais e postos de saúde: cobrar a consulta como fazem os americanos.

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