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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A DONA DE MIM

Quando eu largo do sufoco, nem pensar,
Vou correndo feito louco pra encontrar
Aquele olhar de louca a me fitar,
Aquela voz mais rouca a enfeitiçar.
Seu sabor em minha boca é meu jantar...
Parei na sua, é tão linda que dá pena,
É morena, até vestida de freira vive nua.
Ela é minha bandeira, meu amor e meu país...
Me morde e me beija, me afaga, apedreja,
Me diz o que pensa e nem pensa o que diz,
Sorrindo, pedindo bis:
“Vem, me usa, me abusa,
Me arranca esta blusa me faz o que quer.
Vou me sentir mais mulher,
Se não, vou morrer de paixão”.
Ela é doce e faz tão bem...
Sente o amor que finge ter,
Tudo o que diz é prazer...
A seu lado eu perco o sono,
Sinto-me o dono e, amanhece,
Quem me encanta, então, me esquece.
Ah! se ela me desse a esperança de um talvez,
Perderia toda a poupança, 
Pra ser sempre o da vez.
Que importa ser seu emprego
E perder todo o sossego
Gravitando ao seu redor...
Melhor assim, eu sei de cor,
Na tristeza só risada.
Vida airada, um suspense:
Ela é dona de mim,
Alguém que não me pertence,
Que nunca será de ninguém.

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