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quarta-feira, 23 de abril de 2014

FOGO NELES

Primeiro, eles se matam. Depois, revoltados, clamam por justiça tocando fogo em ônibus e automóveis. É a liberdade de expressão dos guris e suas famílias que promovem a insegurança nas cidades para aparecer na mídia. Ou, quem sabe, cumprindo ordens.
Se a polícia mata um bandido na troca de tiros, se um vizinho mata o outro, se a mulher leva uma surra do companheiro, se um ladrão é preso, vamos atear fogo nos ônibus. Para protestar contra uma vizinha fofoqueira é só queimar um ônibus. Se o time perdeu...
Na desocupação do terreno da Oi, foram 17 veículos queimados impunemente.
Em 2014, na cidade de São Paulo, já sobe para 65 o número de ônibus queimados. Fato que se iguala às ocorrências de todo o ano de 2013.
A moda agora é queimar ônibus. Nesta semana, queimaram 34 ônibus de uma só vez em uma garagem paulistana a mando do irmão de um bandido que foi morto.
Estão queimando ônibus também para protestar contra a falta d’água, contra o aumento no preço da condução, contra o atraso nos trens, contra a superlotação no metrô, contra o governo ou por aumento de salário. Se alguém é atropelado por uma bicicleta: queima-se um ônibus. Até contra a falta de segurança que eles próprios promovem estão queimando ônibus.
No Rio, já se queimaram ônibus com passageiros que viraram churrasco. Em todo o estado, 14 ônibus foram incendiados nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, o que representa aumento de 133% em relação ao total de ocorrências semelhantes registradas em 2012 e 2013.
Enquanto a polícia observa, até suas viaturas são também queimadas. Os vândalos incendiários se aproveitam enquanto os governos estaduais receiam dar a ordem para combater o vandalismo.
A imprensa vibra com o noticiário que aumenta a audiência e vende jornais. Enquanto, repercute no mundo a sanha destruidora dos guris e suas famílias às vésperas da Copa do Mundo.
A solução? Fogo neles.
N.L.: Como vimos em Copacabana, o protesto é principalmente contra as UPPs, por ordem dos traficantes que aparecem no vídeo.

3 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Embora isso me pareça um protesto partindo de grupos organizados, eis que a prática acaba contribuindo para que ocorra um preocupante processo de anomia no país. Não se pode negar que é devido à uma perda de credibilidade nas instituições oficiais, sobretudo na política eleitoral, que ocorrem esses comportamentos desviantes, conforme a teoria de Robert King Merton, autor de Estrutura Social e Anomia.

LACERDA disse...

Eu só gostaria de ver a imprensa dedicar o mesmo espaço e tempo aos policiais assassinados.
Somente no Rio, foram 19 policiais mortos neste ano, sendo 13 que estavam de folga. O número já ultrapassa o total de 2013, quando foram 18 mortos, 11 deles em serviço.

Carlos disse...

Como na ditadura, a polícia ficou conhecida como truculenta, agora todos têm direitos absolutos sobre ela. Tipo a mulher de César, sabe? Não basta ser honesta!