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quarta-feira, 13 de abril de 2011

BUENOS AIRES

Estamos sem palavras para descrever o bairro de Palermo. Este é o melhor lugar do mundo!!! As casas são lindas, as ruas muito largas, cada bar, loja e restaurante mais lindo que o outro e são centenas deles.
Ainda bem que mudamos de hotel, saindo do Centro, soturno à noite, para o agito de Palermo. O hotel fica exatamente no centro desse agito.
E os argentinos são tão mais educados e gentis que os brasileiros! E a elegância?
Ontem tivemos a noite "más encantadora de nuestras vidas" num lugar chamado "Te Mataré Ramirez". Teve show erótico e a melhor comida possível.
Está tudo perfeito. Todos os lugares são perfumados e sempre toca boa música. Aliás, somente ótima música. E vocês ficam aí ouvindo funk.
Parece que eles tentam fazer tudo muito bem feito, mas não percebo aquele esnobismo que acreditamos que eles tenham. Se têm, fica escondido pra usar no futebol.
E, a propósito, eu que nunca falei espanhol já estou com um "portunhol" muito bom e uma pronúncia ótima. No táxi chego a enganar o motorista, dando todo o trajeto num sotaque legitimamente portenho.
Fomos a San Isidro, 50 minutos de táxi por 35 reais. Comemos o melhor bife com fritas do mundo. Não é só propaganda, é realmente fantástico. Dá pra cortar com o garfo. E o sabor pode ser comparado ao melhor churrasco de picanha que eu já tenha feito na vida. Só que eles têm controle disso! Repetem essa carne perfeita o tempo todo.
Aliás, até o boteco da esquina serve comida maravilhosa. Eles são muito, muito caprichosos. Fazem tudo com muito cuidado.
Jantamos no Astrid y Gastón hoje. Foi o melhor jantar de nossas vidas. Lívia classificou como esplendoroso.
Sabores totalmente novos, nunca experimentados. O cara é de fato um mágico. Foram oito pratos no menu degustação (três entradas, três principais e duas sobremesas), sem falar nos pães que já eram impressionantes.
O Gastón é um cozinheiro conhecido internacionalmente, com restaurantes em todo o mundo.
Esta viagem foi realmente algo de outro mundo para nós, algo que ficará marcado para sempre.
No centro, porém e principalmente, a poluição dos carros deixa nossa roupa fedendo. A frota deles é muito antiga, há táxis depauperados ainda rodando.
Comparativamente, respiramos um ar paradisíaco no Rio de Janeiro. Acho que isso se deve a renovação dos carros ocorrida no Rio nos últimos anos.
Tínhamos lido muitas histórias sobre os taxis. De troca de notas verdadeiras por falsas, de troco em nota falsa, de dizer que você tinha dado dez quando você deu cem pesos pra pagar, de fugirem com sua mala quando você salta do carro, de ficarem fazendo trajeto mais longo... Enfim, tantas histórias que tivemos que tomar cuidado. Por isso, fui obrigado a conhecer bem o mapa de Buenos Aires e sempre indicar o destino exato e também o itinerário.
Talvez tenhamos dado sorte, mas acho difícil, já que andamos muito de táxi e encontramos ótimos e hospitaleiros taxistas.
O curioso é que eles são verdadeiros intelectuais. Discorrem sobre a economia da Argentina e do mundo. Sobre política, sobre especulação imobiliária (sabem o valor do metro quadrado em tudo que é canto da província).
Sabem muito sobre o Brasil, chegam a saber detalhes espantosos como dados estatísticos. E falam em Lula o tempo todo. Eles sentem inveja pelo Lula que deve lhes lembrar Evita. Reclamam muito de Cristina Kirchner e ficam comparando as ações dela com as que Lula tomou.
Menciono isso porque é gritante mesmo a admiração deles. Também, não é por menos, enquanto o Brasil cresceu e muito, a Argentina afundou. Agora eles veem os brasileiros circulando por aqui, bem de vida, e eles mal das pernas.
Pra não dizer que foi perfeito, ontem de manhã eu estava sonolento e peguei um táxi sem estudar o trajeto antes. Íamos para o Café Tortoni e a taxista, uma senhora, fez um trajeto esquisito. A Lívia que me chamou a atenção. Peguei o mapa na mochila e conferi que ela estava fazendo um caminho equivocado. Questionei e ela ficou muito sem graça, pediu desculpas e quis devolver o dinheiro.
Mas foi só isso. A impressão final sobre os taxistas foi muito boa.
P.S.: Estivemos no restaurante-bar Sagardi. Eles servem uns pãezinhos com todo tipo de recheio e cobertura espetados com pintxos (palitos) que ficam no balcão. Você pode pegar o que quiser, no final basta apresentar quantos pintxos tem pra pagar.

Do nosso enviado especial
à república portenha
Fábio R. Corrêa

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