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quinta-feira, 6 de julho de 2017

OS DEMIURGOS

Juiz não é deus, afirmou a agente de trânsito Luciana Silva Tamburini – salve ela – que cumpriu seu dever enfrentando a prepotência de um juiz desequilibrado dirigindo, sem carteira, um carro sem placas numa blitz.
Por isso, foi condenada por outro juiz a pagar cinco mil reais ao colega João Carlos de Souza Corrêa.
Foi um ato condenável do juiz em questão, um déspota, casca-grossa e fora-da-lei como tantos outros. Principalmente aqueles que liberam bandidos, humilham policiais e advogados, participam de maracutaias diversas e muito poucas vezes punidas com aposentaria integral, além de se considerarem como um demiurgo acima do bem do mal.
Um juiz como aquele – e tantos outros - se considera uma entidade divina que se situa entre Deus e a humanidade, uma criatura intermediária entre a natureza divina e a humana. Um ser iluminado com poderes sobrenaturais que atua com o aval do além, uma deidade subordinada à Divindade Suprema, um demiurgo.
Foi o filósofo grego Platão (429-347 a.C) quem primeiro identificou e descreveu o demiurgo. Trata-se, na verdade, de um mito, uma hipótese cosmológica com caracteres verossímeis.
Na doutrina de Platão – discípulo de Sócrates - o demiurgo é uma entidade divina que situa-se entre Deus e a humanidade. Algo tipo assim como Buda, como Maomé, como Moisés e, até mesmo, como Jesus.
O Aurélio, afirma tratar-se de uma criatura intermediária entre a natureza divina e a humana.
Atualmente, o termo demiurgo adquiriu também um significado pejorativo, designando pessoas que se imaginam acima do bem e do mal, donas da verdade e que se julgam sempre certas. Uma deidade
arbitrária e arrogante subordinada à Divindade Suprema no pedestal da magistratura.
"Delação da Odebrecht sem pegar o Judiciário não é delação. É impossível levar a sério essa delação caso não mencione um magistrado sequer" - declarou a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon.
Somente há corruptos nos poderes executivo e legislativo? O Judiciário é probo, honrado, íntegro, honesto, justo, decente, correto, virtuoso?
Sórdidos e pornográficos, os todo-poderosos juízes com toda a empáfia escancaram a humilhante parcialidade da justiça no contorcionismo jurídico peculiar ao STF, uma moribunda aberração jurídica.
São os donos da verdade, convictos de que tudo podem.
Juiz não é deus, é um demiurgo.

2 comentários:

Eduardo disse...

Na verdade são pavões de enorme cauda se achando.
A linguagem é a mais obscura possível para tornar-se incompreensível aos leigos e mostrar sua suprema sapiência , no que são macaqueados até pelo mais canhestro rábula.
Mais ridiculamente patéticos impossível...

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Concordo contigo, Lacerda.

Não se pode isentar o Judiciário brasileiro e realmente não dá para entender porque a delação a empreiteira não incluiu nossos magistrados.

Fato é que a nossa República está apodrecida e o RJ comido de vermes por todos os lados.E o que se tem visto por aqui são juízes pisando no servidor estadual e não considerando a caracterização dos danos morais pelos absurdos atrasos de salário enquanto os vencimentos de S. Exas. são pagos em dia...

Ótima semana e tudo de bom.