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domingo, 27 de abril de 2008

O VELHO CHICO

Pequenino ele nasce
No alto da serra
E depressa ele foge,
Saltando entre as rochas...
Vestido de branco,
Ele pula do alto,
Um menino correndo
À procura do mar.
Escorrega no chão,
Brincando com as pedras...
Sozinho, ele traça
Seu próprio caminho,
Caminho sem volta
Cruzando o sertão
E trazendo p´ra vida
Uma vida melhor.
De repente, ele pára
Cumprindo a visão
Do profeta que um dia
Pregou no sertão:
Chiquinho menino
Virou Velho Chico.
Dividiram o caminho
Algum tempo depois...
Não está mais sozinho,
Ele, agora, é dois.

sábado, 26 de abril de 2008

O SOM DOS QUIOSQUES DE MURIQUI

Absolutamente, não sou contra o som dos quiosques da Av. Beira Mar, em Muriqui. Apesar de não ouvi-lo, naquelas alturas, noutras praias de cidades turísticas fluminenses.
Mas, o cidadão que reside no lugar precisa ter garantido o seu direito de ler um livro, um jornal, uma revista, ouvir música, dormir ou mesmo conversar com os amigos à beira-mar e à sombra dos coqueiros, sentindo a brisa fresca que vem do mar ou da montanha.
O fato é que fica impossível atitudes tão corriqueiras, até mesmo dentro de casa, ao som insuportável que vem dos quiosques.
É final de semana, o som do quiosque 16 está no nível máximo disponível de decibéis. Esse som absurdo invade o quiosque 15, atravessa o 14 e somente vai ser subjugado no quiosque 13 que retribui com algo semelhante para perturbar a todos.
Meu apartamento no quarto andar - não é de frente para o mar - que fica entre os quiosques citados, está com portas, janelas e basculantes fechados. Nem uma fenda livre para o ar penetrar. Esse som, porém, invade, sem cerimônia, todas as dependências. Penetra pelas áreas livres do prédio, sobe as escadas e vem bater afrontosamente a minha porta. Ou vem por fora fazendo as janelas trepidarem tentanto invadir a minha quase paz de espírito. .
É o “funk”. Esse “funk” que vicia e imbeciliza a criatura. Esse lixo marginal, violento e bandido que vem cretinizando parte de nossa juventude. Esse pitbull sonoro que tem o mau cheiro da tragédia anunciada vem do quiosque 13.
Eu me pergunto como sobrevivem aqueles que estão de frente e ainda mais próximos do que eu. Como suportam tudo isso?
A Lei não é respeitada e muito menos o morador. E quanto as autoridades? Não existe uma Lei Municipal que regulamenta a emissão de som? Por que as autoridades não exigem o seu cumprimento? A Prefeitura não possui um medidor de decibéis? Ou será que não há nenhum servidor capaz de saber manejá-lo?
Chega a noite, já passa das 22 horas, a PM é chamada pelos moradores mais próximos. Os policiais atendem, o quiosque 13 baixa o som. Quando a PM se vai, tudo volta à anormalidade.
Não combato a música mecânica ou ao vivo que acontece nos finais de semana com artistas locais. É festa, a casa está cheia e o povo quer música para sua alegria e diversão. Não podemos exigir bom gosto musical dos quiosqueiros, mas respeito e civilidade é obrigação de quem pretende servir em uma localidade que pretende ser turística.
Respeito e civilidade não somente para com os moradores e frequentadores da praia, mas para com eles próprios, com os seus concorrentes, com os outros quiosques.
Até onde irá a omissão de nossas indolentes autoridades sem poder para controlar o volume do som emitido pelos quiosques? Vão esperar sentados pela tragédia anunciada?
O maior desafio para uma autoridade é fazer crer que ela existe. Taí uma ótima oportunidade de provar sua existência.
Ou será que somente nos resta torcer p´ra chover?

PAREI DE LER JORNAL



Acredite apenas no que seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem!
Também não acredite no que seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem!
Saiba também que não crer algo significa algo crer!
Bertold Brecht

Vinte e nove de outubro é uma data que marcou a história da democracia em nosso país. Em 1945, foi o fim da ditadura do Estado Novo, nem tão grotesca quanto a outra: a militar. Em 2006, foi uma final de campeonato entre o povo e os intelectualóides fascistas e preconceituosos.
Cheguei ao estádio com um sentimento de revolta, nojo e satisfação. Revolta por saber que juízes e bandeirinhas queriam prejudicar o país e dar a vitória para o representante da Opus Dei. Nojo por ver que os abalizados comentaristas torciam contra e tentavam desmoralizar o nosso craque principal.
E satisfação plena por saber com antecedência o resultado da partida.
O povo venceu por goleada e marcou a derrota irrefutável da imprensa manipuladora, perniciosa e leviana. Aquela imprensa que, em nome da liberdade, perpetua a sua libertinagem caluniosa, fascista e escandalizante. Uma imprensa que jamais poderá assumir novamente o papel de opinião pública. Será apenas a opinião publicada, sempre a manipular números e fatos de acordo com os torpes interesses de seus proprietários, entalados com o sucesso de um presidente de origem popular e sem diploma.
Foi a partir desse dia que parei de ler jornais e revistas. Esses impérios jornalísticos desvirtuam a realidade. Ainda dou uma olhada diária na primeira página de cada um através da internet. Se noto algo que me interesse, até leio a versão apresentada, sabendo, contudo, que é a versão do poder econômico, não do jornalista que escreveu a matéria.
É preciso considerar que, em política, nada, absolutamente nada, é aquilo que parece ser e não se pode crer em tudo o que a imprensa publica. É necessário questionar o que tentam nos impingir, as meias-verdades, as acusaçóes e julgamentos precipitados.
Nas redações, para ganhar seu sustento, o jornalista tem que se submeter à vontade do dono e seus asseclas, capazes de toda covardia para se apossar novamente do poder institucional. Até para escrever sobre Jesus Cristo, o coitado tem que primeiro perguntar ao seu editor-chefe: “Devo escrever contra ou a favor?”
Atualmente, eu procuro me informar através dos blogs e sites de jornalistas independentes, na maioria desempregados – relacionei alguns ao lado – que vão fundo na notícia e discutem o fato político, mostrando os interesses ocultos dos personagens envolvidos.
Ninguém é dono da verdade, cada um tem a sua opinião. E lendo-os eu tento formar a minha.
E para me informar sobre a realidade brasileira tenho que me socorrer na imprensa estrangeira.

QUANDO ELA SE FOI

Quando ela se foi, não disse nada...
Seu jeito, seu olhar me disse tudo.
Atento ao seu silêncio, eu fiquei mudo
E a lágrima jamais foi derramada.
Devia ter pedido que ficasse
E, agora, o coração já não resiste...
Eu sofro muito além do que se deve
E não é leve a dor quando é tão triste.

Toda vez que penso nela eu vejo
Que o amor é mesmo coisa sem juízo.
P´ra se satisfazer os seus desejos,
A gente nunca sabe o que é preciso:
Se quase sempre quer correr perigo,
Às vezes, quer viver num paraíso,
Quando acontece o que se deu comigo,
O amor se satisfaz com um sorriso.

Faz um sorriso e me traz,
Hoje, eu preciso demais...
Meu paraíso, meu sonho de paz,
Sei que o amor vem depois...
Vem, seja dona de mim,
O meu amor não tem fim:
É tão imenso que assim até penso
Que dá p´ra nós dois.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

JUSTIÇA VELOZ E IMPERATIVA

O Juiz de Direito da Comarca de Mangaratiba - Dr. Cláudio Ferreira Rodrigues - determinou que o Delegado Titular da 165ª D.P. de Mangaratiba devolva todos os bens irracionalmente apreendidos no simulacro de investigação - ver matéria neste Blog - realizado em Muriqui, no dia 10 de março. Factóide que mereceu falsa manchete do jornal Atual e absurdo discurso de um vereador mal informado na Câmara Municipal de Mangaratiba.
Transcrevo abaixo, a determinação do Juiz, expedida hoje, 11 de abril, no Processo nº 2008.030.000381-4, que restabelece a justiça para dois dignos cidadãos de Muriqui - Irapuan da Silva Vasconcelos e seu filho Ulisses Nunes Vasconcelos - que foram expostos à execração pública pela prepotência de autoridades políticas e policiais.
...Posto isto, defiro parcial liminar para declarar a nulidade do auto copiado às fls. 34/39, determinando que a autoridade impetrada promova a devolução de todos os bens apreendidos ao paciente no prazo de 24 horas, sob pena de responsabilidade penal.
Palmas para o Ministério Público, o último refúgio para todos os injustiçados e o legítimo representante de todo o povo.

domingo, 6 de abril de 2008

GUARDA MUNICIPAL

“...segurança é sim competência da PM. A Guarda Municipal é responsável pelo patrimônio público”. Essa afirmação faz parte de um e-mail que recebi da Prefeitura de Mangaratiba e que ainda guardo em meu Outlook.
Isso não é o que afirma Julita Lemgruber - socióloga, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, ex-diretora do Sistema Penitenciário e ouvidora de Polícia do Estado do Rio de Janeiro de 1999 a 2000, integrante da equipe que formulou o Plano Nacional de Segurança Pública do Governo Lula – “O papel da Cidade é, sobretudo, a responsabilidade de desenvolver políticas preventivas. No entanto, os prefeitos se omitem, argumentando que segurança pública é um problema dos governos estaduais. Um ou outro acordou para essa nova realidade. O problema da segurança pública precisa ser compartilhado por todos os níveis de administração.
Também não é o que pensa a Prefeitura de Diadema - www.diadema.sp.gov.br – que implantou bem sucedido programa de segurança pública com a sua Guarda Municipal. Um programa denominado Anjos do Quarteirão em que, entre outras atividades, guardas municipais circulam por toda a cidade com o objetivo de fortalecer a relação da Guarda Municipal com a população e melhorar a segurança das ruas, estabelecimentos comerciais e residências. Os bairros chegaram a apresentar uma redução de 55% nos índices de violência. Considerada fundamental para a redução desses índices, foi a integração das polícias Civil e Militar com a Guarda Municipal em operações de policiamento ostensivo.
A Prefeitura de Ribeirão Preto também assumiu sua responsabilidade na segurança do cidadão. No site www.ribeiraopreto.sp.gov.br verifica-se que a Guarda Civil Municipal de Ribeirão Preto é uma organização de proteção e segurança, compromissada com os mais elevados princípios morais e legais, sempre disposta a enfrentar desafios. Inovadora, está engajada na manutenção da paz social, oferecendo serviço de qualidade, em parceria com a comunidade ribeirãopretana.
A nossa Guarda Municipal, porém, como afirmou a Prefeitura de Mangaratiba, é responsável apenas pelo patrimônio público, isto é, pelos bens municipais.
E o que faz além disso? Nos finais de semana de sol e feriados prolongados, passeia em animados grupos pela praia, multando os veículos que considera mal estacionados pelos visitantes. Carros com a mala aberta emitindo som em elevadíssimo volume não é com eles. Enquanto isso, a agência do Correios e Banco Postal, que fica a cem passos do posto da GM – passos contados por mim, passos de um ancião - foi assaltada duas vezes. Um assaltante veio de bicicleta, o outro fugiu de barco.
A tranquilidade dos cidadãos é um bem municipal e a simples presença dos guardas nas ruas proporcionaria paz de espírito aos moradores que são, também, patrimônio do Município.
Ainda não temos bandidos entre nós, nem a GM estaria preparada para o confronto. Temos, sim, adolescentes pichadores, pequenos ladrões arrombadores de quiosques e residências de veranistas. Na maioria, filhos de nossa própria sociedade. Estes podem ser repelidos pela simples circulação da GM, a pé ou motorizada, por todo o Distrito durante o dia e à noite.
Os delinquentes que nos visitam – assim como aqueles oriundos de nosso meio - sentem-se à vontade em nossa comunidade desarmada. Porém, mesmo desarmados, muitas das ações empreendidas pelas prefeituras de Diadema e Ribeirão Preto, em relação à segurança, podemos implantar a curto e médio prazo em Mangaratiba.
Para os nossos delinquentes domésticos e a maioria dos que vêm de fora, autoridade determinada, atitude policial rigorosa e um cassetete bastam como armas.

FAZENDA MURIQUI + Segura

Eu não faço parte da elite fazendeira, eu pertenço ao povo praiano. Foi com essas palavras que terminei minha participação na segunda reunião da natimorta campanha “Muriqui + segura”, realizada no Iate Clube de Muriqui.
De início, confiei no objetivo ético da campanha e acreditei que os representantes da comunidade ali reunidos com autoridades civis e policiais estavam, de fato, preocupados com a segurança de todos – comerciantes, quiosqueiros, moradores e veranistas - que estavam, e ainda estão, sendo vítimas de assaltos, arrombamentos de quiosques e residências e, até, de sequestro.
Mas, não! O objetivo era outro. Era apenas fechar uma das entradas de Muriqui, uma via pública – extensão da RJ-14 - que passa pela Fazenda Muriqui. Por quê? Para transformar um simples loteamento em condomínio fechado. E assim obter maior segurança para os moradores da Fazenda Muriqui, o resto da comunidade que se virasse.
Ainda vejo, em alguns poucos carros, o adesivo “Muriqui + Segura”. Como se isso bastasse. Como se um abaixo-assinado bastasse.
Não! É imprescindível a vontade política, a responsabilidade de desenvolver ações preventivas. É preciso acordar para a realidade. É imprescindível que sociedade e autoridades não se omitam, pois, segurança é responsabilidade de todos, em geral, e de cada um, em particular.
Para não se chegar ao descalabro absoluto, é essencial que as autoridades assumam o controle do Município em todas as suas responsabilidades, nelas incluída a segurança de seus cidadãos. Parodiando Clemenceau: segurança é assunto grave demais para ser confiada apenas aos policiais.
Para não se chegar ao descontrole total em nosso permanente e abjeto baile de máscaras, é necessário que a sociedade assuma a responsabilidade pelos atos de seus filhos e netos, impondo-lhes limites e respeito à lei e à propriedade alheia.
Na lingua Tupi, Muriqui significa gente tranquila. Não é fechando uma das entradas que vamos fazer jus ao nome da comunidade.

HIPOCRISIA

Para mim, a verdade é mais importante que a notícia”. Foi o que ouvi do editor do jornal Atual quando fui solicitar correção de uma falsa notícia publicada na página 12 da edição do dia 14 de março. A notícia sem qualquer fundamento mereceu manchete de primeira página, em corpo 48: “Arsenal da roubalheira descoberto em Muriqui”, atingindo moralmente cidadãos honestos de nossa comunidade. Leia a matéria deste blog intitulada “Simulacro de investigação em Muriqui”.
Levei por escrito, à redação do jornal, a verdadeira versão do fato, cópia do e-mail que já havia enviado ao diretor do jornal com o qual falei, por telefone, pedindo a correção da matéria publicada. E nada foi feito nas três edições seguintes, nenhuma correção, nem um centímetro de coluna em corpo 8 para restabelecer a verdade.
Quem se propõe a editar um jornal tem que se equilibrar entre o sensacional, que atrai a atenção do leitor, e o compromisso com o jornalismo, com a ética e com a verdade. O jornal Atual tem compromisso apenas com o sensacionalismo.
E leva a sério somente a lição primária que diz ser a versão mais importante que o fato.
Pura hipocrisia.