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sábado, 26 de abril de 2008

PAREI DE LER JORNAL



Acredite apenas no que seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem!
Também não acredite no que seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem!
Saiba também que não crer algo significa algo crer!
Bertold Brecht

Vinte e nove de outubro é uma data que marcou a história da democracia em nosso país. Em 1945, foi o fim da ditadura do Estado Novo, nem tão grotesca quanto a outra: a militar. Em 2006, foi uma final de campeonato entre o povo e os intelectualóides fascistas e preconceituosos.
Cheguei ao estádio com um sentimento de revolta, nojo e satisfação. Revolta por saber que juízes e bandeirinhas queriam prejudicar o país e dar a vitória para o representante da Opus Dei. Nojo por ver que os abalizados comentaristas torciam contra e tentavam desmoralizar o nosso craque principal.
E satisfação plena por saber com antecedência o resultado da partida.
O povo venceu por goleada e marcou a derrota irrefutável da imprensa manipuladora, perniciosa e leviana. Aquela imprensa que, em nome da liberdade, perpetua a sua libertinagem caluniosa, fascista e escandalizante. Uma imprensa que jamais poderá assumir novamente o papel de opinião pública. Será apenas a opinião publicada, sempre a manipular números e fatos de acordo com os torpes interesses de seus proprietários, entalados com o sucesso de um presidente de origem popular e sem diploma.
Foi a partir desse dia que parei de ler jornais e revistas. Esses impérios jornalísticos desvirtuam a realidade. Ainda dou uma olhada diária na primeira página de cada um através da internet. Se noto algo que me interesse, até leio a versão apresentada, sabendo, contudo, que é a versão do poder econômico, não do jornalista que escreveu a matéria.
É preciso considerar que, em política, nada, absolutamente nada, é aquilo que parece ser e não se pode crer em tudo o que a imprensa publica. É necessário questionar o que tentam nos impingir, as meias-verdades, as acusaçóes e julgamentos precipitados.
Nas redações, para ganhar seu sustento, o jornalista tem que se submeter à vontade do dono e seus asseclas, capazes de toda covardia para se apossar novamente do poder institucional. Até para escrever sobre Jesus Cristo, o coitado tem que primeiro perguntar ao seu editor-chefe: “Devo escrever contra ou a favor?”
Atualmente, eu procuro me informar através dos blogs e sites de jornalistas independentes, na maioria desempregados – relacionei alguns ao lado – que vão fundo na notícia e discutem o fato político, mostrando os interesses ocultos dos personagens envolvidos.
Ninguém é dono da verdade, cada um tem a sua opinião. E lendo-os eu tento formar a minha.
E para me informar sobre a realidade brasileira tenho que me socorrer na imprensa estrangeira.

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