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domingo, 7 de maio de 2017

OS FLATOS

Para mostrar que nosso blog não vive somente de críticas – mas, também é cultura – vamos falar sobre a flatulência.
Vamos informar tudo o que você queria saber sobre a flatulência e não tinha coragem de, nem a quem, perguntar. O peido... bem, vamos chamá-lo de flato (do latim flatus, sopro), embora não sejam a mesma coisa. Há diferenças, mas deixa pra lá porque peido não é palavra que fica muito bem num blog tão requintado.
O flato é uma ventosidade anal que pode ser ruidosa ou não e geralmente tem um cheiro fétido. Não é possível eliminar o fedor. Nem adianta comer alimentos perfumados, mas saiba que quanto mais forte o fedor, mais saudável é a criatura que o expeliu. É verdade, pode pesquisar, está relacionado com a atividade mitocondrial que regula a vida das células. Já até andou circulando na NET, assim como tantas outras teorias absurdas compartilhada por oligofrênicos, que o fedor previne a incidência de câncer.

Tem origem nos gases que são ingeridos juntamente com a comida e, também, dos gases acumulados durante o processo de digestão e na decomposição dos resíduos orgânicos no intestino. Um desses processos é a fermentação de carboidratos por bactérias.
O mau cheiro dos flatos vem do sulfeto de hidrogênio e do enxofre livre na mistura. Quanto mais rica em enxofre for a dieta, mais flatos serão produzidos pelas bactérias no intestino e vão feder mais. Repolho, couve-flor, ovos cozidos, batata doce, são notórios por produzirem flatos fedidos e, muitas vezes, asfixiantes.
Embora sejam geralmente motivo de risos, os flatos são meras reações de processos internos de nosso organismo.
O interessante do mau cheiro flatulento é que não suportamos o alheio e até gostamos do nosso. A ciência ainda não sabe a causa dessa predileção.
O som dos flatos são causados pela vibração da abertura anal. Depende da velocidade na expulsão do gás e do diâmetro da abertura anal. Pelo volume do som, podemos medi-los como traques ou puns. Há também o do tipo metralhadora que é composto de vários flatos diminutos expelidos ininterruptamente. Contudo, a fetidez independe do som produzido.
Em média, uma pessoa pode produzir até 20 flatos diários, nem todos com uma sonoridade audível. Mesmo dormindo, todo ser vivo produz flatos.
Alguns soam como um despertador no meio da madrugada. Outros são capazes de produzir flatos até mesmo horas após a morte. Imagine um defunto peidando...
Mulheres produzem tantos ou mais flatos que os homens. As mulheres se envergonham disso, mas há homens que se orgulham e fazem questão de acionar uma espécie de amplificador anal para que todos ouçam os seus flatos. 
Uma mulher bonita, corpo bem feito, bem vestida, pode soltar à vontade seus flatos, em qualquer situação, pois ninguém nunca desconfia de pessoas com essas características. Desconfiam sempre dos gordos, dos velhos e de pessoas feias. 
O flato não tem nada a ver com o arroto. O arroto vem do estômago e pode vir acompanhado de resíduos estomacais; o flato é oriundo dos intestinos, tem uma diferente composição química e somente pode vir acompanhado de fezes líquidas.
É o chamado flato úmido que é desesperador quando estamos em público. Quem já passou por isso sabe como é triste ter as nádegas umedecidas por dejetos anais. O arroto geralmente tem um cheiro azedo e o flato tem um fedor nauseante característico que varia de pessoa para pessoa.
O cheiro do flato do rico é diferente do fedor do flato do pobre devido à alimentação. Notem que eu estabeleço uma distinção: cheiro do flato do rico e fedor do flato do pobre. Rico vive de dieta e não come – como nós simples mortais - repolho, ovo cozido, caranguejo, sopa de entulho nem prato feito de boteco. E só bebem “perfumarias”, não bebem cachaça.
Os gases que expelimos pelo ânus podem pegar fogo, produzindo chamas azuis e amarelas como as do fogão porque os flatos contêm metano e hidrogênio, facilmente inflamáveis. Mas, não tente fazer isso em casa. É muito perigoso, o fogo pode se introduzir em seu canal retal e causar estragos.
Esses gases que expelimos também são reconhecidamente capazes de destruir a camada de ozônio que protege o planeta e contribuem 20 vezes mais que o dióxido de carbono para o efeito estufa. Mas, você não pode evitá-los. Portanto, não se preocupe com isso, você já tem outros compromissos muito mais importantes com a ecologia.
Você pode, sim, tranquilamente adiar um flato. Você sabe que ele vem vindo, fecha o esfincter anal e ele volta para o intestino, aguardando uma ordem posterior. Você poderá soltá-lo depois em recinto e ocasião apropriados. Evite sempre soltá-los no elevador ou dentro do carro quando acompanhado de namorada nova. Também, pode evitar a sua ressonância controlando o esfincter anal para soltá-lo de mansinho, discretamente. Mas, cuidado, é preciso ter uma técnica profissional para fazê-lo. Já quebrei a cara, certa vez em uma reunião de trabalho, quando pensei que estava no total controle do som e, de repente, foi aquele PUM.
Aí está, portanto, tudo o que eu sei e que você gostaria de saber sobre o peido – ih! falei o nome dele – e não tinha coragem de perguntar. Ia me esquecendo, o Aurélio diz que flatulência também significa vaidade pretensiosa; bazófia, jactância. É, portanto, uma palavra bem adequada para qualificar quem se orgulha de seus peidos estrepitosos.


Um comentário:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Acho que a sociedade brasileira precisa aprender a encarar as flatulências com mais naturalidade. É apenas uma reação normal do organismo e ninguém deveria se sentir envergonhado por isso caso solte um pum numa fila do caixa eletrônico ou num ambiente fechado.