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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ABSTENÇÃO E VOTOS NULOS

Nunca votei nulo e esta foi a primeira vez nos últimos 60 anos que me abstive de votar..
Meu título é de Mangaratiba e, desde maio, moro no Flamengo. Ainda não transferi meu domicílio eleitoral e não há segundo turno em Mangaratiba Por isso não votei.
Que justificativa teriam os 2.034.000 de eleitores que não votaram ou anularam ou votaram em branco? Um número maior que 1,7 milhão de votos conquistados pelo prefeito eleito. Os que se abstiveram superaram os votos do Freixo, que seria o meu candidato.
Quase metade do eleitorado carioca desprezou a eleição. O mesmo ocorreu nas outras duas principais cidades em que houve segundo turno: Porto Alegre e Belo Horizonte.
E por falar nesta última, foi mais uma derrota – a terceira seguida – do Aécio em sua terra natal.
Foi também uma derrota da Globo e da Veja que combateram incessantemente o candidato eleito no Rio.
O candidato que as enfrentou e afrontou a Globo corajosamente.
A nefasta e repugnante campanha da mídia contra os políticos leva o eleitor a se decepcionar com a política colocando a todos na vala comum da incompetência e da corrupção. O eleitor se convence de que todos os políticos são iguais e decide votar somente naquele que lhe trouxer algum benefício imediato.
Um público fanático, neurótico, sofrido e sem esperança verá no candidato de sua igreja o caminho, a verdade e a vida. 
Seu voto vai, como o dízimo, fazê-lo esquecer suas angústias, acreditando que seus problemas serão milagrosamente resolvidos.
Afinal, o adversário era o candidato do demônio.

2 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

"A nefasta e repugnante campanha da mídia contra os políticos leva o eleitor a se decepcionar com a política colocando a todos na vala comum da incompetência e da corrupção. O eleitor se convence de que todos os políticos são iguais e decide votar somente naquele que lhe trouxer algum benefício imediato." (Lacerda)

Boa noite, Lacerda.

De fato, a maneira como os fatos sobre corrupção são noticiados contribuem para esse afastamento do eleitor da política. Mas é incontroversa a atuação decepcionante de grande parte dos gestores e legisladores os quais não cumprem suas promessas de campanha de modo que os programas de governo viraram prova daquilo que se convencionou chamar de "estelionato eleitoral".

Assim sendo, tenho pra mim que o sensacionalismo da mídia apenas potencializa algo cuja causa encontra-se no comportamento da maioria dos eleitos. Os jornais que deveriam estar mostrando a execução dos programas oficiais com imparcialidade, bem como nas atividades do Parlamento, acabam preferindo focar nos crimes, na incompetência, nas emergências super lotadas das unidades de saúde, nas crianças sem creches, como se a atividade política se resumisse aos atos de desvio.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Quanto à derrota do ex-goleiro do Galo em BH, de fato isto atrapalha as pretensões do Aécio em vir novamente como candidato a presidente em 2018 pelo PSDB em que Geraldo Alckmin, com as bem sucedidas vitórias no seu estado, mais o apoio declarado de Doria, torna a sua ascensão evidenciada. Sem contar que ele atrai uma simpatia maior do DEM e de setores mais conservadores da política do que Serra ou Aécio.

Mas o que dizer do mal desempenho do PT? Esse resultado nas urnas não significou que o povo aprovou o impeachment e rejeitou a esquerda? Logo, pelo que se vê, a onda azul deve durar até 2018 em que talvez a disputa pela Presidência fique entre PSDB e PMDB embora ambos os partidos sejam hoje aliados. Ainda assim, a esquerda deve permanecer com alguma força tentando barras infrutiferamente as reformas políticas.