(publicado em 3/02/2010)
Um cachorro vagabundo,
Sozinho, solto no mundo,Sem dono, sem par, sem coleira,
Magro, sujo, mal vestido,
Um olhar meio perdido,
Vadiando à beira-mar.
Fiquei com pena, chamei-o,
Ele veio e eu, serena,
Afaguei-o com carinho.
Fui embora e ele atrás
me seguindo no caminho.
Vinha em paz todo feliz
e eu pensando: o que fiz?
Abri o portão de casa, eu entrei
e ele parado sentado no meio-fio...
Coração ficou em brasa,
era um cão bem educado.
E, afinal, num desvario,
convidei-o para entrar.
Ele veio todo esguio,
a cauda a se balançar.
Ficou comigo uma hora,
comeu, bebeu, foi embora,
Nunca mais eu vi por perto
aquele canino esperto.
Passou por mim noutro dia,
disfarçou, olhou pro lado,
Fingiu que não conhecia
quem o fez sentir-se amado...
Quem deu um quilo de alcatra
pra um canalha mau caráter.
2 comentários:
Este é um dos meus preferidos!
Se fosse gente, voltaria pra pegar a janta.
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