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terça-feira, 22 de abril de 2014

VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE

Começa hoje em todo o país. E mais uma vez não vou me vacinar, embora pertença ao público alvo da campanha promocional do Ministério da Saúde.
Segundo dizem, a vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no inverno do ano passado — H1N1 (gripe A), H3N2 e influenza B —, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A recomendação da OMS nada significa. Em 2009, governos de todo o mundo seguiram as recomendações da OMS e compraram mais de US$ 3 bilhões em cápsulas do Tamiflu contra a gripe A, produzido pela Roche. Só o Brasil gastou mais de R$ 405 milhões para comprar 75 milhões de unidades do produto.
Agora, o estudo publicado pela Fundação Cochrane e pelo British Medical Journal revela que o gasto pode ter sido totalmente desnecessário. Somente o Reino Unido gastou mais de 600 milhões no remédio. Nos EUA, a conta chegou a US$ 1,2 bilhão. As vendas do Tamiflu aumentaram em mais de 1.000%, e as ações da Roche registraram importantes ganhos.
Segundo o secretário municipal de saúde do Rio de Janaeiro, a vacina contra a gripe deve estar associada a hábitos de higiene como lavar as mãos frequentemente, o que vai ajudar a manter a população saudável. Grande novidade. Naturalmente, é para evitar contrair a gripe.
Em caso de síndrome gripal, a orientação da secretaria, mesmo para as pessoas já vacinadas, é procurar rapidamente uma unidade de saúde.
Que vacina é essa que, após tomá-la, a criatura tem que seguir tais orientações? Que vacina é essa que a secretaria de saúde reconhece que o indivíduo vacinado pode contrair uma gripe?

Ora, vacina, vacina mesmo, é para imunizar a criatura. Como a vacina contra a varíola, contra o sarampo, contra a poliomielite, contra a tuberculose. Como a vacina tríplice bacteriana que imuniza a criança contra a difteria, tétano e coqueluche. Ou como a vacina tríplice viral que imuniza contra sarampo, rubéola e caxumba. E não precisa lavar as mãos frequentemente, nem mesmo tomar banho.
Quando a empresa em que eu trabalhava comprou um laboratório belga que fabricava uma vacina contra a gripe (o Nasoflu), um de nossos diretores foi à Brasília e empurrou a tal vacina no início da década de 80. A ditadura foi na onda e realizou a primeira campanha de vacinação contra a gripe. Eles precisavam de promoção junto ao povo.
Logo depois, a matriz americana da empresa ordenou a retirada do Nasoflu do mercado porque a vacina não tinha qualquer eficácia. Outros laboratórios, porém, continuaram vendendo a vacina e o governo comprando para realizar as campanhas promocionais de vacinação.
A verdade é que não existe vacina contra a gripe. O virus da gripe se modifica a cada ano, nunca é o mesmo. Se não acredita em mim, veja o que diz o  Dr. Drauzio Varella : quando usamos vacinas importadas, devemos lembrar que elas foram preparadas com os vírus que representavam ameaça alguns meses antes (dezembro a março) e que, em junho, outros vírus podem estar circulando para os quais a vacina não oferece proteção”.
A composição da vacina é reformulada a cada ano, assim como os vírus voltam sempre modificados após a reformulação da vacina. A fórmula deste ano previne contra os subtipos H1N1 (gripe A), H3N2 e B do vírus influenza que atuaram nos meses de dezembro a março no hemisfério norte. Os vírus que vão nos atacar no inverno serão diferentes deles, não serão aqueles que a vacina pretende prevenir.
Um estudo publicado esta semana, revela que o Tamiflu, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a gripe A ou H1N1, não teria qualquer chance de interromper a crise e não funcionaria melhor do que qualquer paracetamol.
Creio que há muito mais de dez anos não sei o que é gripe. E somente quando for criada uma vacina de fato contra a gripe – seja ela A, B ou C – e se eu estiver vivo, entrarei na fila pra me vacinar.

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