Foi um fim de semana prolongado e ma-ra-vi-lho-so que passei. Advinha onde...
Foi num tranqüilo recanto de pescadores. Um aprazível resort denominado Muriqui. Mais exatamente na praia, dentro da minha casa.
Portas e janelas abertas, sendo invadido apenas pelas brisas do mar ou da montanha. Ouvindo a minha música, somente aquela que quis ouvir. Gal Costa, Nara Leão, Maria Bethania, Mariah Carey, Diana Krall. Nada de funk, de “chupa que é de uva”, de “você não vale nada, mas...”
Nesses três dias, Muriqui foi uma praia civilizada. Até quando? Até quando?
Trabalhei tranqüilo - pude ler, escrever, criar, dormir - sem aquela poluição sonora estressante. Aquele volume de som que ia muito além dos 120 decibéis e invadia todo o meu prédio, penetrando pelas frestas das portas e janelas trancadas do meu apartamento.
Já disse aqui: não sou contra a música nos quiosques da praia. A clientela gosta e se diverte. Há quiosqueiro que diz não poder sobreviver sem ela, mas a verdade é que sem aquele som nefasto, sem aquela muvuca, a cerveja acabou.
O que sempre combati – leiam as minhas postagens, foram diversas – é o volume absurdo do som, um desrespeito à vizinhança.
Fiz o bom combate - leal, de frente - apenas escrevendo neste humilde blog e assinando tudo o que escrevi. Jamais fiz qualquer denúncia nem falei com nenhuma autoridade. Falei, sim, com os donos de quiosques, pedi, quase implorei que reduzissem o volume do som.
Não me atenderam. Esnobaram-me. Mas, as autoridades leram este blog, atenderam as minhas reclamações e os apelos de muitos outros cidadãos.
Tomaram providências e agora é p´ra valer: o volume do som dos quiosques terá que ser reduzido - sob pena de apreensão da aparelhagem, multas e, até, suspensão das atividades - para o bem da vizinhança. De sua tranquilidade e de sua saúde.
Hoje, acordei e, como sempre, por ordem da minha mulher, medi a glicose. A minha taxa de açúcar no sangue, que, aos domingos e segundas-feiras, superava os 150mg/dL, acompanhando o nível de decibéis da poluição sonora, foi de apenas 93mg/dL. Uma saudável taxa de adolescente.
Obrigado, Prefeitura. Muito obrigado, Dr. Anderson. A minha casa voltou a ser o melhor lugar do mundo para eu passar um final de semana prolongado.
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13 comentários:
Quer dizer então que agora poderei voltar a visitar meus pais com mais frequência? Não vou ficar louco, espumando como cão raivoso dentro de casa, quando for aí?
Poderemos - eu e Lívia - voltar a frequentar os quiosques, tomar Antártica gelada, comer dourado frito e pastelzinho de camarão na beira do mar, ouvindo música não danosa à saúde? Assim como fiz desde os 15 anos de idade, quando Muriqui era maravilhosa?
Não consigo acreditar...
Será que vou me animar a passar o reveillon em Muriqui novamente? Acho melhor não arriscar tanto, voce sabe como sou precavido...
Não arrisque não... Tudo tem um preço a ser pago.
O nosso é cair em orações para que os comerciantes não se vendam e cumpram o código de postura. Caso negociem com algum vereador, bye bye balneário do Lacerda.
A muvuca estava mesmo insuportável. Eu também reclamei com as autoridades.
Vamos rezar para que o bom senso se perpetue e que a praia seja realmente uma boa opção para todos, a despeito de qualquer vontade própria!!!!!!!!
Houve um tempo, não muito distante, quando os quiosques tinham o mesmo número de clientes sem precisar transformar a via pública em casa de shows... A coisa foi foi se transformando e virou esse furdunço. Pior é que a música ruim atraiu um público ruim, o turista sujo e brigão, aquele visitante que jamais vai se habilitar a investir no lugar. Quando o ambiente era melhor, atraía pessoas mais bem intencionadas e mais capital, principalmente investimento duradouro.
Pura burrice da comunidade transformar Muriqui no que ela é hoje. Eu vou pra Paraty, onde há cultura de verdade, música variada, e o povo foi inteligente o suficiente para atrair os melhores turistas, que deixam uma grana lá, movimentando fortemente a economia local.
Quem promove a muvuca, pensa que está promovendo o turismo. Mas, apenas atrai o lúmpen que degrada, que avilta o local.
Muriqui acabou. Concordo que foi por culpa dos quiosques, que fazem uma bagunça sem tamanho. Só que as autoridades bem que podiam tomar atitudes definitivas.
eU ESTOU NA mesma situação. Não vou mais a Muriqui porque a cidade virou um lixo. Eu sempre ia pra lá há um tempo atrás, mas agora acabou. Estava pesquisando na internet e achei o blog. ele retrata fielmente o que aconteceu com o lugar. A tendência, continuando assim, é que os imóveis comecem a desvalorizar. O que é que os governantes falam a repseito hein? voces não cobram deles não?
Marcos Vicente Barroso
Claro que Muriqui se deteriorou. Claro que a população contribuiu na medida em que não possui conhecimento, nem recebe informações e orientações quanto ao empreendorismo, ao meio ambiente, ao perfil do nosso município que é o turismo.
Isto é consequencia da não existência de políticas públicas voltadas ao Turismo, ou melhor, não existe política pública voltada à área nenhuma.
Aqui se dá concessão para exploração dos quiosques, sejam da orla ou de artesanato, licenças para autonomias de táxis, ambulantes, com objetivo eleitoreiro. O critério é o voto e nenhuma preocupação com as conseqüências. E como quem vende voto não se respeita como podemos imaginar que respeitarão a população e o meio ambiente?
E como quem freqüenta um estabelecimento com estas características vai ter consciência do coletivo, dos direitos dos outros?
O que repito é que muito tem que ser reavaliado. Não adianta um choque de ordem que abre exceções, não adianta um choque de ordem orquestrado com intuito de punir os desafetos, não adianta um choque de ordem que não será contínuo.
E também não terá resultado algum para o turismo se só tivermos repressão.
Não teremos conscientização sem trabalho conjunto da população, dos comerciantes e gestores do município.
Desta forma que está, continuaremos com praias sujas, barulhentas, milhares de kitinetes sendo construídas para abrigar 30 cabeças no verão, bandidos fugindo do Rio e se escondendo nas novas vielas de nosso município.
Leila, eu gostaria de ter escrito isso, por isso repito:
"E como quem freqüenta um estabelecimento com estas características vai ter consciência do coletivo, dos direitos dos outros?"
Respondo, jamais. Nem quem frequenta, nem quem explora a concessão do quiosque.
Temos que ficar atentos e ajudar as autoridades que estão determinadas a manter a ordem na praia. Pelo telefone 2789.2321, da Coordenadoria de Segurança, podemos reclamar providências contra qualquer desordem ou desrespeito às determinações legais.
Estive este fim de semana em Muriqui e constatei não só quiosques mas carros particulares com som altíssimo. Na rua em que temos casa soubemos que o bunda le le vai se transformar em mais de 20 quitinetes. É uma pena pois a paz vai acabar. Não sei onde isto vai parar.
sou moradora de muriqui,e tambem não aquento mais,tudo que esta acontecendo neste lugar.Lugar que há 7,8 anos atrás era paraiso hoje se transformou num enferno.O medo passou a conviver conosco,devido os frequentadores desconhecidos,e a droga em exagero,chegam usar perto das pessoas e até mesmo oferecer.espero alguma melhora,quem sabe desta vez,pena que esta se aproximando o carnaval.!!!!!!!
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