Enquanto os peixes mortos
seguem a correnteza da hipocrisia em apoio ao discursos do ódio, como peixe
vivo, eu nado contra. Assim como Leonardo Sakamoto - Professor de Jornalismo da PUC-SP - que descreveu em seu blog (AQUI) o que é liberdade
de expressão na imprensa manipuladora.
– Não ligar para redação xingando
jornalista por matéria sobre problemas no metrô
– Não demitir por telefone o pobre
repórter que discordou educadamente da linha editorial do veículo
– Não usar nunca a frase “coloca isso
na capa porque quem manda aqui sou eu''
– Não usar a pergunta “você sabe
com quem está falando?'' em uma reunião de pauta
– Ter a certeza de que a denúncia
contra aquele anunciante amigo do patrão vai sair mesmo
– Saber que a apuração virá da
reportagem e não da sala da chefia
– Não ser demitido porque o usineiro
amigo do dono do jornal se sentiu ofendido com a verdade
– Não sofrer preconceito dos colegas
da imprensa por trabalhar em um veículo carimbado como de esquerda ou de
direita
– Ter reunião de pauta em que
participe mais gente do que apenas o diretor de redação
– Não ser delicadamente removido para
setorista de rodoviária porque reclamou de censura prévia
– Não ver seu texto tão alterado no
conteúdo a ponto de ter que pedir para tirar seu nome dele
– Não se sentir oprimido ou com pavor
de dar uma opinião contrária na reunião de pauta
– Não ser demitido por fazer análise
econômica contrária aos interesses de alguém
– Não te entregarem o título pronto da
matéria antes de você sair para a apuração
– Não ser proibido um homem usar
brinco ou uma mulher ter tatuagem na redação
– Não ter que criar conta falsa de
e-mail para dizer ao chefe o que pensa daquela matéria bisonha
– Não ter que fazer hora extra só para
salvar o péssimo texto do amigo do chefe que deve entrar amanhã
– Não ser monitorado nas redes
sociais pela empresa jornalística em que trabalha
– Ficar no fechamento até tarde sem
medo de que o editor te convide para ir para a cama com ele
– Não perder uma promoção por conta de
posicionamento ideológico
– Não perder uma promoção por ser
mulher
– Não perder uma promoção por ser
negro ou negra
– Ao trabalhar em TV e agência públicas,
não ter que prestar serviço de assessoria ao governo
– Fazer uma entrevista sem ter medo do
editor “adaptar'' as ideias da fonte depois
– Não ouvir do chefe para esconder
informação de interesse público porque ela “não ajuda na causa''
– Não ser obrigado a defender igreja e
chamar umbanda de coisa do capeta.
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