Eu tinha acabado de completar 18
aninhos quando tomei conhecimento do termo reacionário. Foi a Última Hora, o
jornal de Samuel Wainer, que deu o maior destaque ao termo para qualificar
aqueles que foram contra a posse de JK.
Os reacionários tentavam impugnar
o resultado da eleição que deu a vitória a JK com apenas 35,68% dos votos, em 3
de outubro de 1955. A alegação era de que JK não obteve a maioria absoluta dos
votos - embora a Constituição não a exigisse como agora – e tivesse sido eleito
por uma diferença de apenas 400 mil votos.
Hoje, os alucinados reacionários voltam aos
holofotes querendo repetir uma página infeliz da nossa história democrática.
Agora, são os “raecionários” que,
revoltados com a derrota nas urnas, fazem conjeturas sobre fraude no segundo
turno e querem revogar a vitória incontestável da Dilma com 51.64% dos votos
válidos, ou seja, com uma diferença de três milhões e quinhentos mil votos.
Não sabem que as vitórias de
Obama, nos Estados Unidos, e de Hollande, na França, foram conquistadas com
menores índices do que aquele obtido pela Dilma.
Lá, porém, onde as democracias são consistentes e definitivas, não há “raecionários” para passar vergonha em
passeatas nas ruas ou pedindo intervenção militar nem sugerindo a divisão do país.
2 comentários:
Muriqui, esse tipo de coisa só reflete perfeitamente a mentalidade coronelista e de voto de cabresto que ainda impera na classe dominante brasileira: a democracia só vale caso o meu candidato ganhe. Porque não pediram recontagem em 1989, 1994 e 1998 ? Ou não era necessário, porque o candidato deles ganhou as eleições nesses anos ? Será que a vontade do povo só conta quando o povo faz a vontade deles ? Ao invés de choramingar, deveriam pensar que o candidato deles perdeu no Estado onde foi Governador 2 vezes e dizia ter saído com 92% de aprovação. Se tivesse tido essa votação no Estado, teria sido eleito. Agora, querer ganhar a eleição no tapetão é de uma mesquinharia das mais baixas. Dignidade consiste em saber ganhar e saber perder em qualquer ocasião. E é isso que as pessoas precisam aprender nesse país, a não querer impor as suas vontades aos outros.
Quem não sabe perder. não merece ganhar.
Talvez, ganhe lá em 2026, quando Lula sair do governo. Mas, terão que enfrentar a Dilma novamente.
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