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domingo, 30 de março de 2014

O NEGÃO CONTESTA A SUB-VEJA

Em carta à redação da revista Época, o arrogante e prepotente magistrado presta um serviço aos leitores da sub-Veja revelando como é desprezível o jornalismo especulativo e de má-fé praticado pela Globo.
O verdugo, como quase sempre, ressentido e amargo – desta vez, porém, quase polido – contesta a reportagem publicada desmentindo diversas afirmações da revista.
Fez ele muito bem, mas nunca teve a ousadia de desmentir o que afirmou a Veja – leia AQUI - sobre a acusação de agredir a própria esposa. Um ato condenável do ditador supremo, o déspota, o porra-louca exibicionista, casca-grossa e fora-da-lei, o tresloucado tirano, que a levou a apresentar queixa numa delegacia de Brasília.
Veja afirmou que “Muitos anos atrás, quando ainda morava em Brasília, ele estava se separando de sua então mulher, Marileuza, e o casal disputava a guarda do único filho – Felipe, hoje com 18 anos. Na ocasião, Barbosa descontrolou-se e agrediu fisicamente sua mulher, que chegou a registrar queixa na delegacia mais próxima”.
Veja ainda acrescentou: “A ministra Ellen Gracie, a única mulher da corte, no intervalo entre uma sessão e outra, mostrou-se preocupada. "Vai vir para cá um espancador de mulher?", perguntou ao colega Carlos Velloso. "Foi uma separação traumática", conciliou Velloso. "Mas existe alguma separação que não é traumática?", interveio o ministro Gilmar Mendes. Para desanuviar o ambiente, o ministro Nelson Jobim saiu-se com uma brincadeira machista, a pretexto de justificar a agressão: "A mulher era dele".
Isto, porém, o herói daquele que se reconhece imbecil não contestou nem desmentiu como fez na carta abaixo.

“Sr. Diretor de Redação,

A matéria "Não serei candidato a presidente" divulgada na edição nº 823 dessa revista traz em si um grave desvio da ética jornalística. Refiro-me a artifícios e subterfúgios utilizados pelo repórter, que solicitou à Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal para ser recebido por mim apenas para cumprimentos e apresentação. Recebi-o por pouco mais de dez minutos e com ele não conversei nada além de trivialidades, já que o objetivo estabelecido, de comum acordo, não era a concessão de uma entrevista. Era uma visita de cunho institucional do Diretor da Sucursal de Brasília da Revista Época. Fora o condenável método de abordagem, o texto é repleto de erros factuais, construções imaginárias e preconceituosas, além de sérias acusações contra a minha pessoa.
A matéria é quase toda construída em torno de um crasso erro factual. O texto afirma que conheci o ministro Celso de Mello na década de 90, e que este último teria escrito o prefácio do meu livro "Ação Afirmativa e princípio Constitucional da Igualdade". Conheci o ministro Celso de Mello em 2003, ano em que ingressei no STF. Não é dele o prefácio da obra que publiquei em 2001, mas sim do já falecido professor de direito internacional Celso Duvivier de Albuquerque Melo,que de fato conheci nos anos 90 e foi meu colega no Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mais grave, porém, é a acusação de que teria manipulado uma votação, impedindo deliberadamente que um ministro do STF se manifestasse. O objetivo seria submeter o ministro a pressões da "mídia" e de "populares". Isso não é verdade. Ofensiva para qualquer cidadão, a afirmação ganha contornos ainda mais graves quando associada ao Chefe do Poder Judiciário. Portanto, antes de publicar informação dessa natureza, o repórter tinha a obrigação de tentar ouvir-me sobre o assunto, o que pouparia a revista de publicar informação incorreta sobre minha atuação à frente da Corte.
No campo pessoal, as inverdades narradas na matéria são ainda mais ofensivas e revelam total desconhecimento sobre a minha biografia. Minha mãe nunca foi faxineira. Ela sempre trabalhou no lar, tendo se dedicado especialmente ao cuidado e à educação dos filhos. O texto, que me classifica como taciturno, áspero, grosseiro, não apresenta fundamentos para essas afirmações que, além de deselegantes, refletem apenas a visão distorcida e preconceituosa do repórter. O autor da matéria não apresenta elementos que sustentem os adjetivos gratuitos que utiliza.
Também desrespeitosa é a menção aos meus problemas de saúde. Ao afirmar que a dor causou "angústia e raiva", o jornalista traçou um perfil psicológico sem apresentar os elementos que lhe permitiram avaliar o impacto de um problema de saúde em uma pessoa com a qual ele nunca havia sequer conversado.
Outra falha do texto é a referência à teoria do "domínio do fato". Em nenhum momento a teoria foi evocada por mim para justificar a condenação dos réus no julgamento da Ação Penal 470. Basta uma rápida leitura do meu voto para verificar esse fato.
Finalmente, não tenho definição com relação ao momento de minha saída do Supremo e de minha aposentadoria. Muito menos está definido o que farei depois dessa data, embora a matéria tenha afirmado - sem que o jornalista tenha sequer tentado entrevistar-me sobre o tema - que irei dedicar-me ao combate ao racismo. Triste exemplo de jornalismo especulativo e de má-fé.”
Joaquim Barbosa
Presidente do Supremo Tribunal Federal
 
N.L.: O que mais ofendeu aquele que se considera um demiurgo foi a revista dizer que sua mãe era faxineira:No campo pessoal, as inverdades narradas na matéria são ainda mais ofensivas e revelam total desconhecimento sobre a minha biografia. Minha mãe nunca foi faxineira".
E se tivesse sido? Qual o problema? Não teria orgulho de sua mãe?
Poderia ter sido mais respeitoso com as faxineiras. Assim como é o grande craque Conca, cuja mãe continua sendo faxineira de uma escola pública de Buenos Aires porque ela gosta e quer. Mesmo após Conca se tornar milionário, humildemente, ele aceita e se orgulha da mãe faxineira. Um orgulho para todas as faxineiras.



Um comentário:

Eduardo,o imbecil. disse...

Seres humanos cometem erros terríveis.O que não compromete seus atos profissionais,obrigatoriamente.Não matem o mensageiro!Os mensaleiros continuam meliantes e você continua um racista nojento!