Acabei de ler 1889 que narra o fim da monarquia e a
proclamação da república. É o último livro da trilogia – 1808, 1822 e 1889 – de
Laurentino Gomes que fez uma profunda pesquisa sobre a história do Brasil. Li
os três livros e os recomendo para quem quer entender o nosso país.
“Brasil República. Bandeira mesma
sem coroa.”
Era o que dizia o telegrama datado de 17 de dezembro e
enviado do Rio de Janeiro, um mês após a proclamação. O almirante Custódio de Melo,
comandante do cruzador Almirante Barroso, que fazia a circunavegação do globo
terrestre, recebeu-o no Ceilão, atual Sri Lanka, pouco antes do Natal de 1889.
A mais sólida, estável e duradoura experiência de governo na
América Latina, a Monarquia, com 67 anos de história, havia sido derrubada por
um golpe militar, cedendo lugar à República.
O telegrama, continha instruções oficiais que determinavam: a bandeira
continuaria praticamente a mesma com seu retângulo verde sobreposto por um
losango amarelo. Desapareceria a coroa imperial que ocupava o centro do
losango.
Até aquele momento ninguém sabia ainda o que colocar no lugar da
coroa e que a nova bandeira seria entregue quando o navio chegasse à Nápoles,
meses mais tarde. Um segundo telegrama dizia que, até lá, o comandante teria
que improvisar:
“Ice agora mesma bandeira
nacional,
substituindo coroa estrela
vermelha.”
Custódio de Melo, então, mandou confeccionar uma estrela
vermelha e a costurou sobre a coroa imperial. A primeira bandeira brasileira
republicana que circulou pelo mundo ficou assim.
Somente ficou faltando o número 13 ou as letras P e T maiúsculas.