A revista Veja desta semana voltou a panfletar para o Zé Baixaria. Tirando as meras suposições e adjetivos da "reporcagem" da revista, o que sobra é o suposto relato de uma "fonte oculta", que ninguém sabe se existe mesmo, e do ex-diretor dos Correios Marco Antônio Marques Oliveira, sobre uma inacreditável propina de R$ 200 mil, que "caiu do céu" dentro da gaveta de seu sobrinho Vinicius de Oliveira Castro, um ex-assessor da Casa Civil novato, que não saberia de nada, por causa da compra do medicamento Tamiflu, segundo o tio.
Publicar uma estorinha destas, com esta versão, sem fazer os questinamentos óbvios, não é jornalismo. É impossível acreditar nesta história porque incriminaria o próprio "denunciante" Marco Antônio e seu sobrinho, por não denunciarem ao Ministério Público, caso fosse verdade. Com certeza, na hora em que prestar depoimento oficial na Polícia Federal, mudará a versão, desmentindo a revista.
O ministério da Saúde já desmentiu, dizendo que foi o único órgão responsável pela compra do Tamiflu, não tendo nada a ver com a Casa Civil.
O relato da revista, sem pé nem cabeça, serve como estopim para matérias da Folha de São Paulo e do Jornal Nacional repercutirem, e buscar entrevistas "abalizadas" de ex-detentos, estelionatários, falsários, receptores de carros e mercadorias roubadas, e "gente fina" desta estirpe, para falar mal do governo Lula.
Voltando ao que interessa, o fato novo é o ex-diretor dos Correios, Marco Antônio Marques Oliveira, entrar no circuito atirando, servindo como fonte da Veja.
Marco Antonio foi quem levou o ex-detento Rubnei Quícoli até seu sobrinho Vinicius de Oliveira Castro para conseguir uma audiência na Casa Civil, como se fosse um impoluto empresário ecológico de energia solar limpa, e como se houvesse possibilidade de um mirabolante empréstimo bilionário do BNDES para uma pequena empresa (segundo o noticiário).
As suspeitas são de que Marco Antonio e/ou Vinicius teriam montado um esquema paralelo, à revelia dos chefes, enganando empresários e lobistas inescrupulosos, como se tivesse poder de traficar influência dentro da Casa Civil através de um mero assessor recém-formado que fingiria falar em nome de altos funcionários. Não tinham esse poder, mas os empresários corruptores, quando vissem seus projetos não serem aprovados, não teriam mais como denunciar uma tentativa de corrupção ativa sem se incriminarem.
Nota-se que o ex-detento Rubnei Quícoli apareceu nesta semana, em entrevista na TV, acusando além da campanha de Dilma, também Hélio Costa, atual adversário de Aécio. E é aí que as digitais na cena do crime apontam para Aécio Neves (PSDB).
Marco Antônio é do PMDB mineiro, mas tem um histórico que mostra que construiu bom trânsito com diversos caciques políticos. Funcionário de carreira da Infraero, já foi superintendente do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (o 2º de maior receita) no governo FHC e superintendente do Centro-Oeste até 2007. Quando Itamar Franco (PPS) foi governador de Minas Gerais (1999-2003), o nomeou secretário estadual de Obras. Lideranças do PMDB já tentaram, sem sucesso, nomeá-lo presidente do Infraero e até tentaram emplacá-lo como ministro dos transportes no governo Lula.
Estava em uma diretoria dos Correios até recentemente, subordinado ao Ministério das Comunicações, comandado até o início do ano por Hélio Costa do PMDB. Foi demitido porque a qualidade dos serviços postais caíram em sua gestão.
Mas Marco Antônio Oliveira é também ligado a Aécio Neves (como são vários peemedebistas mineiros).
Parece que, depois de demitido dos Correios e em apuros com a Polícia Federal, teria escolhido pular para o lado de Aécio e Serra, em detrimento de Hélio Costa, e estaria aproveitando para transformar seu caso de polícia em baixaria político-eleitoral.
Guardem bem estes dois nomes: Marco Antônio Marques Oliveira e Vinicius de Oliveira Castro. A imprensa demo-tucana tenta jogá-los para segundo plano, mas tudo indica que é dali que a Polícia Federal esclarecerá toda essa história com a quebra dos sigilos bancários e telefônicos de todos os envolvidos, inclusive das empresas.
Tudo está sendo investigado pelas regras da legalidade democrática, mesmo as situações mais inverossímeis, como esta história de um cidadão chegar e encontrar R$ 200 mil numa gaveta como “presente” não solicitado. Mesmo as denúncias de um receptador de carga e de carro roubado, condenado pela Justiça. Mesmo o “favorecimento” do único laboratório que produz o remédio contra a gripe suína.
domingo, 19 de setembro de 2010
AINDA A DENÚNCIA "VAZIA" DA VEJA
Após publicar as duas últimas postagens, fui ler o blog Os amigos do Presidente Lula (aqui) que eu não lia desde ontem. Encontrei esse comentário sobre a última denúncia "vazia" da Veja que eu considero mais vigoroso do que aquele que fiz e, por isso, o transcrevo abaixo.
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2 comentários:
materparaste de pertubar os quiosquis,agora tu ameaça bater em mulher tu ta ficando maluco,se interna.
Companheiro, li hoje no Blog do LEN um texto do Burburinho em que ele analisa a época em que aconteceu isto. Vale a pena ir l´pa para ver pois, neste período a Casa Civil estava funcionando não no Palácio, pois estava em obras. http://gmpconsult.com.br/blogdolen/?p=4549
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