Leio no blog do
Rodrigo (aqui)
que:
“No ano passado, durante uma reunião das Nações Unidas, a
nossa presidenta chegou a criticar os bombardeios dos Estados Unidos ao Estado
Islâmico, alegando que o Brasil "sempre vai acreditar que a melhor
forma é o diálogo".
Tenho que discordar
do meu amigo blogueiro. Em primeiro lugar, não foi uma simples reunião das
Nações Unidade: foi na solenidade de Abertura da Assembléia Geral da ONU. Ela
afirmou sim acreditar que a melhor forma é o diálogo. Tal como o Papa Francisco
afirmou no 47º Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro de 2014, em discurso que,
entre outros temas, declarou:
“Desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência
e morte com as armas. Naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater,
redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão.
Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o
diálogo, o perdão e a reconciliação para
reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor.
Nessa ótica, torna-se claro que, na vida dos povos, os
conflitos armados constituem sempre a deliberada negação de qualquer concórdia
internacional possível, originando divisões profundas e dilacerantes feridas
que necessitam de muitos anos para se curarem.
As guerras constituem a rejeição prática de se comprometer
para alcanças aquelas grandes metas econômicas e sociais que a comunidade
internacional almeja”.
Tal como o Papa, a Carta
das Nações Unidas define que um dos objetivos principais da ONU é garantir a
paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado.
Por isso, Dilma Rousseff afirmou em seu discurso: "O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados, e não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as agressões... O terrorismo, onde quer que ocorra é venha de onde vier, merecerá sempre a nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo. Jamais transigiremos com a barbárie."
Por isso, Dilma Rousseff afirmou em seu discurso: "O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados, e não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as agressões... O terrorismo, onde quer que ocorra é venha de onde vier, merecerá sempre a nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo. Jamais transigiremos com a barbárie."
Talvez ainda
influenciado pelos pitbulls de O Globo, Rodrigo escreveu:
“Sinceramente, um país que pretende obter a cadeira de
membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, ao lado das grandes
potências, não pode assumir uma postura tão estúpida diante do ameaçador
terrorismo que se espalha por todo o planeta.”
Será tão estúpida a
postura do Papa Francisco, da própria ONU e da Dilma?
A seguir, Rodrigo escreve sobre a burra
incoerência dos ativistas de esquerda, esquecendo-se que até aqui seu partido
ainda é de esquerda:
“Se por aqui os ativistas de esquerda são capazes de
defender bandeiras ousadas do feminismo e das causas dos homossexuais, a
exemplo do casamento igualitário, deveriam lembrar-se que, se vivessem no
Oriente Médio, já teriam sido executados há tempos por violação das regras do
Corão. Logo, trata-se de uma burra incoerência não condenarem as ações desses jihadistas sanguinários.”
Como vemos, o
Rodrigo condena tanto o terrorismo do EI quanto o Islamismo e as causas
homossexuais, ao contrário do Papa Francisco. Agora, o pior de quem se diz
discípulo de Jesus:
“Como discípulo de Jesus, peço às igrejas em meu país que
não apenas orem a Deus como também passem a defender uma intervenção militar
terrestre no oriente médio em que as nossas forças armadas integrariam uma
missão de paz da ONU. Chega dessa covardia!”
É isso mesmo que
entendi ou será que sou um analfabeto funcional? Ele quer enviar nossos
soldados para enfrentar os terroristas do EI em pleno deserto árabe. Santa
valentia!
Um comentário:
Caro Lacerda,
Respeito suas opiniões e críticas, mas vejo que, desta vez, não fez uma leitura correta do que escrevi em meu blogue no citado artigo de sua postagem.
Vou tentar resumir ao máximo para que possa compreender meu raciocínio. Primeiro, sou a favor da via do diálogo para a solução dos conflitos. Porém, sabemos que nem sempre as pessoas e grupos estão dispostas a dialogar.
No caso do EI, a todo momento assistimos suas atrocidades na TV. Já degolaram jornalistas, queimaram um piloto jordaniano, explodiram os patrimônios da humanidade, exterminaram cristãos e minorias curdas em diversas cidades e agora torturaram um adolescente.
Ora, será que dá para dialogar com esses terroristas?!
Não podemos ser ingênuos, amigo. Sou cristão, tenho um pensamento de esquerda liberal (hoje um simpatizante e quase filiado do PSB), sou a favor dos direitos feministas e dos homossexuais, mas não fecho os meus olhos para aquilo que ameaça todas essas conquistas. Pois, se o EI invadisse o Brasil e a nossa Muriqui iriam nos matar, caso não nos convertêssemos à linha radical do Islã que eles seguem.
Espero tê-lo esclarecido. E, quanto a uma intervenção militar terrestre da ONU no Oriente Médio, agora sim seria o momento de uma guerra. Não como aquela invasão que o Bush fez em 2003 que, a meu ver, teria concorrido decisivamente para o surgimento do EI na região. Lembro que, na primeira Guerra do Golfo, o Bush pai foi sensato quando resolveu não matar Saddam Husseim pois viu que o ex-ditador era necessário para controlar a instável política iraquiana. Em 1991, pode-se dizer que os norte-americanos fizeram a intervenção correta...
Um abraço.
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