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domingo, 17 de novembro de 2013

O QUIOSQUE

Não é um quiosque, é O Quiosque.
Deve ser o maior e talvez seja o melhor do mundo. Com certeza é o maior e melhor do Brasil com suas 900 mesas – eu disse novecentas, todas com seis lugares cada uma – e com seus oitenta garçons uniformizados e solícitos.
Estou falando do Chico do Caranguejo - entrada acima - que ocupa cerca de 300x80 metros da praia do Futuro, em Fortaleza. Calculo, por baixo, cerca de 2400 metros quadrados com palhoças e barracas de praia, além de uma grande área coberta fora da areia fina e limpa que é o restaurante.
Estive lá e voltei no dia seguinte. Já no caminho pra lá, me deliciava com o belo show de arquitetura moderna e urbanismo em toda a orla de Fortaleza.
Além da higiene absoluta – os banheiros são perfumados e ninguém joga restos nem papel no chão ou na areia – o gigantesco quiosque oferece um parque aquático para as crianças e dez tendas, cada uma com seis camas, para massagens feitas por profissionais.
A segurança também é absoluta. Tem uma guarita com três metros de altura onde ficam os guarda-vidas e os policiais militares. Ainda conta com seguranças particulares circulando pelo local.
Nem precisava tanto, pois a praia não recebe aquela enxurrada de “turistas” da baixada fluminense ou da zona oeste carioca que vemos por aqui.
Por falar nisto, eu pergunto: como transformar Mangaratiba em cidade turística se ela fica tão perto? Nós somos o quintal daquela escória. Turismo por aqui, somente no Portobello onde o lumpesinato não entra. Paraty é cidade turística porque tem o privilégio da distância.
Voltando ao Chico do Caranguejo, preciso falar da música ambiente. Não tem funk, nem funkeiros. Pequenas caixas de som no alto das palhoças tocam reggae, forró pé de serra e Zeca Pagodinho sem agredir a audição nem importunar a conversa dos freqüentadores.
A freqüência muito bem educada é formada por famílias e casais. Lá, encontrei um animal em extinção: mulheres bonitas sem tatuagem. Elas são a grande maioria.
E os drinques? E a comida? Tem de tudo. Além do caranguejo: peixe, camarão e lagosta são os pratos principais sempre muito bem acompanhados e servidos na praia.
E não custam tão caro quanto uma corvinota em Muriqui.


Os preços? Bem mais barato que em Mangaratiba. A cerveja custa R$ 7,00 e vem dentro de um balde de gelo – como se fosse champanhe – que a mantém sempre geladíssima. Mais estupidamente gelada do que bunda de foca.
Lá é tudo perfeito? Não. Há os ambulantes que vendem de tudo: lagosta viva (pra fazer na hora), lagostas e camarões já cozidos, toalhas rendadas, roupas, bonés, redes, brinquedos, mágicas, bijuterias, óculos, doces, sorvetes, CDs e DVDs piratas, castanha de caju, frutas, etc, etc, etc. Eles não nos dão trégua, assim como os violeiros repentistas. Aliás, “repetistas”, pois os versos são sempre os mesmos.
Se for lá, não compre nada nos ambulantes. Você encontrará tudo bem mais barato na feirinha noturna do calçadão da praia do Meireles. É lá que eles compram para revender na praia do Futuro.
A praia ainda possui vinte metros de areia fina e branquinha livre entre o quiosque e o mar azul turquesa de pequenas e constantes ondas, onde são colocadas espreguiçadeiras pra quem quiser esticar as pernas e dormir.
No final, o garçon leva aquela maquininha eletrônica à mesa para cobrar a despesa no débito ou no crédito. E o melhor de tudo, ainda tem um cafezinho espresso para viciados como eu.
No segundo dia, perguntei ao garçon se não havia controle de quem saia do quiosque sem pagar. “Não! Todo mundo paga”, disse-me ele. “Então, se eu quiser sair sem pagar, ninguém me segura? – insisti. Não, foi a resposta.
Praia civilizada é outra coisa.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Fantástico!!! Exemplo modelo a ser seguido por todas as Prefeituras do Brasil...