Em 2012, afirmei que o samba da Portela era o melhor do ano e que, se não levasse a Escola ao campeonato, conquistaria a nota dez e todos os prêmios – Estandarte de Ouro, Tamborim de Ouro, etc - de melhor samba-enredo. O samba obteve nota dez dos quatro jurados e conquistou os prêmios citados.
Em 2013, afirmei novamente que a Portela tinha o melhor samba, o que não era vantagem nenhuma pois os outros eram todos medíocres. Disse, também, que seu único concorrente era o samba da Vila Isabel somente devido ao renome de seus compositores. O Estandante de Ouro ficou para o samba-enredo composto por Martinho da Vila e Arlindo Cruz, mas o samba da Portela foi o único a receber nota dez dos quatro jurados.
Para 2014, finalmente, a Mocidade surge com um samba-enredo de altíssima qualidade. Pra mim, o samba de Dudu Nobre e do meu camarada Jefinho, entre outros, é o melhor do ano.
É um samba verdadeiro, pra cima, sincopado, que mexe com o corpo inteiro. Tem uma melodia original na qual os compositores encontraram um jeito de homenagear ao Fernando Pinto incluindo um verso – “Parece que estou sonhando” – com a mesma melodia que tinha no samba Tupinicópolis.
O ótimo arranjo da gravação oficial – ouça-o AQUI - passeia pelos rítmos pernambucanos: baião, ciranda, forró e frevo. Quem sabe ouvir verá o que digo.
Em 2013, a Mocidade já fez um bom desfile, o melhor dos últimos anos. Tenho confiança de que com este samba-enredo fará um desfile contagiante como aquele espetacular desfile de 1987, às sete horas da manhã, que se vê neste vídeo AQUI.
Aquele desfile foi algo nunca visto e que jamais voltou a acontecer depois que a Mocidade e todas as escolas passaram a fazer um arremedo do estilo marcial da Beija-Flor com suas alas sob absoluto controle da harmonia.
Todo mundo vestido de índio que sempre foi uma presença constante no carnaval, porém, nunca tão felizes e em tamanha quantidade.
E a bateria. “Prestenção” na bateria.
Eu estava lá, era puro samba, não esse marcheamento que se ouve atualmente.
A Mocidade ficou em segundo lugar. A Mangueira venceu com a homenagem a Carlos Drummond de Andrade.
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