A culpa disso é de Konrad Zacharias Lorenz – Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, em 1973 - que, em sua obra clássica sobre a agressão e o comportamento animal, afirmou que somos a única espécie que mata os de sua própria espécie.
Lorenz estava errado. Desde 1963, quando seu livro sobre etologia foi publicado, os naturalistas identificaram dezenas de espécies que matam os seus iguais, incluindo leões, hipopótamos, ursos, lobos, hienas, gaivotas, patos e mais de 15 tipos de primatas.
O leão mais novo e mais forte, por exemplo, mata o mais velho ou o põe pra correr para tomar o seu lugar e ficar com suas fêmeas. Depois, mata os filhotes do outro para que as fêmeas voltem ao cio e acasalem com ele.
Quando encontra uma fêmea com seus filhotes, o urso os mata para acasalar.
O macaco é um animal polígamo que dá maior atenção à fêmea que deu cria. As outras macacas do harém ficam enciumadas, pegam o bebê e ficam jogando-o uma para a outra e, depois, contra uma árvore, matando-o. Por quê? Para voltar a merecer a atenção do macho dominante.
A águia geralmente põe três ovos no ninho. Depois que nascem, o primeiro, já bem alimentado e mais forte, na ausência da mãe, empurra os dois irmãos para fora do ninho, matando-os. O feto do tubarão mata seus irmãos ainda na barriga da mãe.
Chimpanzés cometem o infanticídio para posterior acasalamento e por puro canibalismo. Lêmures também. Se a fêmea bobear, o jacaré dizima toda a sua prole. Em cativeiro, o infanticídio ocorre entre os mais diversos animais. O canibalismo não é uma raridade entre as diversas espécies animais.
Os golfinhos, não se sabe por que, matam os seus iguais. O gato doméstico mata por prazer e diversão. Os cães também. Os pitbulls parecem ser esquizofrênicos. Em certo momento, parecem tranquilos. De repente, partem para a agressão e trucidam um pequeno poodle ou mutilam uma criança. Falta-lhes o auto-controle que qualquer vira-latas e a grande maioria dos humanos possuem.
Como escrevi aqui, em 2010, os animais selvagens matam por ciúme, por inveja, por poder, por prazer, para conquistar a fêmea e o lugar do outro, por diversão, para roubar ou mesmo sem qualquer motivo.
Só não matam por dinheiro.
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