Foi a correspondente de O Globo em Paris – Deborah Berlinck – quem fez esta patética pergunta do diretor da universidade, Richard Descoings. Uma pergunta indecorosa que traz consigo muito preconceito, inveja e frustração por ver um homem do povo que quanto mais elevado é o patamar aonde ele chega, ainda mais pequeninos se sentem aqueles que não reconhecem a sua grandeza e cada vez mais se ofuscam com o seu brilho.
A resposta de Descoings foi a seguinte: “SciencesPo é uma universidade de elite. O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no SciencesPo, a de que o mérito pessoal não deve vir somente de um diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade. Ele foi eleito por unanimidade pelo nosso conselho de administração.”
Insatisfeita, a correspondente de O Globo fez outra pergunta para desacreditar e aviltar o homenageado: “Como o senhor vê a situação educacional no Brasil? Lula fez o bastante?”
A resposta: “Nunca é o bastante. Mas o Brasil tem um dispositivo de bolsas de estudo extraordinário. As universidades brasileiras são de boa qualidade. Temos 15 parcerias no Brasil, inclusive com a USP, em São Paulo. O Brasil, para nós, é um país-alvo para a cooperação universitária. Há hoje muitos jovens europeus que querem ir ao Brasil estudar ou fazer carreira no Brasil. Há muita gente que sonha hoje em ir para o Brasil.”
Com 140 anos de existência, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, o SciencesPo - por onde passou a nata da elite francesa, como os ex-presidentes Jacques Chirac e François Mitterrand – concedeu apenas 16 títulos de Doutor Honoris Causa, incluindo Lula que foi o primeiro latino-americano a merecer a honraria.
Este fato não foi notícia para o Estado de São Paulo que, no dia 20, quando Lula recebeu título idêntico da Universidade Federal da Bahia, publicou uma foto cuja legenda dizia que um manifestante que participava do “protesto” que “tumultou” a cerimônia chega a agredir o ex-presidente.
Entrevistado, o autor da suposta agressão, Fernando Maltez, disse o seguinte a Conceição Lemes do blog Viomundo.
Fernando, conta a verdade, você queria agredir o Lula?
– De jeito nenhum. Sou o maior fã. Admiro a história de vida de Lula, tenho consciência do bem que ele fez para o Brasil. É um exemplo para nós brasileiros, é um exemplo para o mundo.
E o que aconteceu?
– Na hora, todo mundo queria autógrafo de Lula. Teve aluno que pediu pra Lula autografar até no cartaz que carregava.
Ele autografou?
– Claro. Só que eu não tinha caneta, papel, nada na mão. Aí, disse: “Lula, não tenho, papel, caneta, então me dá um abraço?!”
Ele deu?
– Claro! Foi o dia mais emocionante da minha vida.
E a foto do Estadão?
– Já ri muito. Estou famoso. Agora, pense bem, companheira: “Eu sou da Juventude do PT, você acha que eu iria bater em Lula? Nunca! Pode perguntar pro próprio Lula, se não foi isso o que aconteceu.
N.L. "Oropa, França e Bahia” curvaram-se à grandeza de Lula. Qual Macunaíma, Lula ganhou o mundo.
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