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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DÓLAR x REAL

Diante das abalizadas opiniões dos economistas de R$ 1,99 publicadas ultimamente, sou obrigado a macaquear o Lobato da saúva e o velhinho da passeata da corrupção: ou o Brasil acaba com o dólar ou o dólar acaba com o Brasil.
Quando o dólar caia diante do real, a imprensa exigia ações do governo para estancar a queda que prejudicava a indústria nacional e favorecia os especuladores, além de prejudicar a exportação brasileira. E o BC comprava dólares para manter a cotação em cerca de R$ 1,90.
De nada adiantou. Os especuladores investiam cada vez mais na bolsa e em fundos de toda espécie. O dólar desceu a R$ 1,58. Maravilha para os especuladores: venderam seus milhões de dólares a R$ 1,90, ganharam com o investimento dos reais adquiridos  e ganharam novamente quando recuperaram seus dólares a R$ 1,58.
Agora, com a crise nos países desenvolvidos, o dólar sobe para R$ 1,82, hoje, e a imprensa faz terrorismo, como a Veja de ontem que afirma:
“O dólar dispara, e isso pode ser prenúncio de tempestade na economia brasileira, que se acostumara ao câmbio favorável a viagens e compras no exterior.”
Não entendi as vírgulas mal colocadas, uma delas separando o sujeito do predicado, nem a preocupação com as exportações brasileiras. Veja diz: “As exportações brasileiras dependem majoritariamente da venda de matérias-primas (SIC) - açúcar, etanol, milho, algodão, soja e petróleo - cujos preços despencaram.
Como despencaram se estes produtos são cotados em dólar? Podem ter caído em real, o que favorece fortemente a exportação brasileira.
A imprensa, em geral, ameaça com a volta do dragão da inflação e os fornecedores têm uma justificativa para aumentar seus preços preventivamente. Os consumidores se acautelam, deixam de consumir e a economia brasileira - por culpa da Dilma e do PT, claro - entra em processo de estagnação.
Como escreveu Delfim Neto em Carta Capital desta semana: “Todos os agentes procuram salvar-se aumentando sua liquidez: os bancos liquidam seus estoques para fazer caixa e os consumidores cortam suas compras, com medo do desemprego. Quando todos estão líquidos, morrem afogados na sua própria liquidez, porque interromperam o circuito econômico.”
Assim, a oposição atinge seu objetivo de parar o país para tentar voltar ao poder.
E ainda há quem acredite na Veja.

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