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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A CRASE

Às vezes, eu escrevo sobre educação. Mais precisamente sobre gramática.
E, como não sou professor, meus escassos leitores levam a vantagem de eu não escrever somente para reclamar do salário. Apenas reproduzo algumas lições que foram importantes pra mim e que podem ser importantes para outros.
Na verdade, não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém, pois meu objetivo maior é manter aqui as lições para que eu próprio possa, amanhã, consultá-las e dirimir algumas prováveis dúvidas futuras.
Há bem pouco tempo, reproduzi uma lição sobre os porquês. Hoje, escrevo sobre a crase.
Penso que todos sabem que ela ocorre quando a preposição a se encontra e se une ao artigo a. Não é o caso deste anúncio ao lado da Universidade Estadual da Paraíba. Mas, como saber se ocorre a união dos dois as?
Como disse a minha professora de português – a Dad - para que a duplinha tenha vez, impõem-se duas condições. Uma: estar diante de uma palavra feminina. A outra: estar diante de um verbo, adjetivo ou advérbio que peçam a preposição a.
Exemplos: (1) Vou à cidade. O verbo ir pede a preposição a (quem vai vai a algum lugar). O substantivo cidade requer o artigo a. Resultado: a + a = à; (2) Ele é fiel à namorada. O adjetivo fiel reclama a preposição a (quem é fiel é fiel a alguém). Namorada requer o artigo a (a namorada dele é bonita). Resultado: a + a = à; (3) Relativamente à questão proposta, nada sei. O advérbio relativamente exige a preposição a (relativamente a alguém ou a alguma coisa). Questão pede o artigo a (a questão ainda não tem resposta). Resultado: a + a = à.
Existem macetes para tirar as dúvidas. Substitua a palavra feminina por uma outra qualquer que seja masculina. Se na troca der ao, não duvide, é crase na certa: vou à cidade/vou ao clube; ele é fiel à namorada/ela é fiel ao namorado; Relativamente à questão/relativamente ao problema.
A exceção da regra é: só vendo à vista. Trocando vista pelo masculino prazo, a crase não acontece: só vendo a prazo. Por quê? Talvez, para não haver confusão com só vendo a vista (isto é, os olhos).
Outro macete para saber se existe a crase é quando se vai a algum lugar específico: vou à Bahia; vou a Paraty; vou à Argentina; vou a Angra, vou a São Paulo. Nestes casos, não dá para substituir por palavra masculina ou feminina, pois os lugares citados não possuem gênero. Então, pergunte-se de onde você voltou: voltei da Bahia; voltei de Paraty; voltei da Argentina; voltei de Angra, voltei de São Paulo.
Paraty, Angra e São Paulo não pedem o artigo a, portanto, não há crase quando vamos a Paraty, a Angra ou a São Paulo. Ao contrário da Bahia e da Argentina que requerem o artigo.
Quando a cidade tem uma qualificação, a crase é necessária: vou à Paraty dos grandes eventos turísticos, vou à Angra da usina nuclear, vou à São Paulo dos Bandeirantes.
Além do casamento do artigo a com a preposição a, há também a junção da preposição a com os pronomes demonstrativos a, aquela, aquele, aquilo e que.
Exemplos: esta pergunta é igual a pergunta que você fez ontem. Para não repetir o substantivo (pergunta), podemos substituí-lo pelo pronome demonstrativo aquela ou que: esta pergunta é igual àquela (a aquela) que você fez ontem ou esta pergunta é igual à que (a a que) você fez ontem. A crase também surge quando o demonstrativo aquele/aquilo substitui o substantivo masculino: esse trabalho é igual àquele/àquilo (a aquele/a aquilo) que você fez ontem.
Para ter certeza da crase em à que, o macete é também trocar o substantivo feminino (pergunta) por um masculino. Se surgir ao que, aos que, pode ter certeza que a crase existe. Exemplo: esta pergunta é igual à que você fez ontem – este trabalho é igual ao que você fez ontem. Portanto, o certo é: esta pergunta é igual à que você fez ontem.
Se adiante do substantivo masculino ocorrer a que, não há crase no feminino. Exemplo: não vi o filme a que você se referiu; não vi a novela a que você se referiu.
Jamais use a crase antes de substantivo masculino (bebê a bordo, o navio foi a pique);
- nem com palavras repetidas (cara a cara, gota a gota, frente a frente, segunda a segunda):
- nem antes dos pronomes pessoais, indefinidos e dos demonstrativos esta e essa (disse a ela toda a verdade, a cada etapa recebia um prêmio, vou lá a qualquer hora, diga a esta/essa mulher que está tudo acabado entre nós);
- nem antes de plural, mesmo que a palavra seja feminina (assistiu a reuniões o dia inteiro, vou a festas de são-joão);
- nem antes da locução a distância se esta não for determinada: eu o segui a distância/eu o segui à distância de 50 metros, a distância todo mundo é normal/à distância de 100 metros todo mundo é normal.
- nem com o casal de…a: trabalho de quarta a sexta; de terça a quinta, fico em casa; de meio-dia as duas, eu descanso; encontro de iniciação a docência.

N.L.: se alguém encontrar algo em desacordo com a norma culta ou quiser contribuir com algo, por favor, peço que me informe para que eu possa corrigir ou incluir no texto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu Gostaria de saber porque a Gaurda Municipal, Tem tanto Carro Zero, sera que o diretor e dono de alguma autorizada de veiculos em Nilopiolis ou em São João de Meriti, e depois querem que agente emplacar o carro no nosso municipio, se a propria Prefeitura não Implacar.
Solicitei o serviço da Defesa Civil de Mangaratiba para fazer uma vistoria numa casa aqui no Bela vista e eles informarão que não tinha carro para atende a ocorrência, e seu prefeito ta feio as coisa.
A Defesa Civil e mas Importante do que aguarda, o senhor não acha.ou vai espera acontecer uma tragedia no nosso municipio para compra um carro pra eles.