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quarta-feira, 7 de abril de 2010

A VOZ DO DONO

“Jornalista ouve mais censura dos seus donos do que do governo” – disse Lula no programa Canal Livre da Bandeirantes, no último domingo.
Os cinco tarimbados vestais do jornalismo brasileiro que o entrevistaram ficaram calados, não reagiram.
E Lula foi irônico: “Ô Bóris, um "homem democrata” como você, não pode ter medo do debate democrático. O tempo em que as coisas eram decididas num gabinete por um homem de roupa verde acabou, Bóris”... “eu não tenho mais problema de preconceito”... “eu sou o resultado da liberdade de imprensa”...“só existem três setores que podem controlar a imprensa: na TV, o telespectador; no rádio, o ouvinte; no jornal, o leitor”.
Foi um desempenho surpreendente para quem pensa que o Lula é apenas um operário sem cultura. Os arautos do preconceito tentaram imprensar o presidente com os ataques medíocres veiculados pelo partido da imprensa oposicionista, todos eles enfrentados com galhardia, facilidade e inteligência pelo entrevistado.
Eu digo partido da imprensa oposicionista porque a presidente da Associação Nacional dos Jornais - Maria Judith Brito - também diretora-superintendente da Empresa Folha da Manhã S.A. que edita a Folha de São Paulo, afirmou, segundo o jornal O Globo, que:
“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo”.
Quanta mediocridade, heim! Confessou a parcialidade do jornalismo anti-Lula que é comandado pelos seus donos, agindo como policiais, promotores e juízes, denunciando, julgando e condenando qualquer um.
Os jornalistas e seus donos, porém, acusam o governo de ameaçar a liberdade de uma imprensa que faz questão de se dizer independente, apartidária, plural, neutra, objetiva, isenta, que se limita apenas a apurar e publicar fatos.
É como disse Joseph Pulitzer (1847-1911), aquele que dá o nome ao mais importante prêmio americano de jornalismo: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.
Esse partido da imprensa oposicionista vem panfletando, diuturnamente, há anos, promovendo seu candidato e atacando o adversário com a maior cara de pau. Como partido, agora declarado, deveria ser punido por propaganda eleitoral antecipada. O TSE deveria exigir dele o cumprimento da legislação eleitoral.
O mais importante de tudo é que dessa vez ficou claro: o jornalismo brasileiro é a voz do dono. Com exceção, claro, do jornalismo de Mangaratiba. Aqui não é a voz do dono, é a voz de quem compra espaço no jornal.

N.R.: Esse texto contém algumas “lambidinhas” que dei no Balaio do Kotscho e no blog Cidadania.
Se quiser assistir todo o Canal Livre, clique aqui .

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