Não me lembro porquê. Mas, um dia houve um grave desentendimento entre dois generais que extravazou para a imprensa. Um deles – Amaury Kruel - era o comandante do II Exército, sediado em São Paulo. O outro – Menezes Côrtes – era o Chefe de Polícia do Estado da Guanabara, no governo Carlos Lacerda.
Parte da imprensa ficou do lado de Kruel difamando Côrtes. Outra parte partiu para a defesa de Côrtes e atacou Kruel com extremo rigor. A polêmica criada, naturalmente motivada por interesses escusos, durou uma eternidade. Eram tantas as acusações e ofensas de um lado e de outro que o leitor – coitado – não sabia que partido tomar nem saber qual o general que tinha razão.
Foi, então, que Sérgio Porto declarou em sua coluna na Última Hora – a qual assinava como Stanislaw Ponte Preta – “Nessa pendenga, nem o Kruel foi tão cruel, nem o Côrtes foi tão cortês”. A partir daí, o bate-boca generalício foi se extinguindo e desapareceu da mídia.
Lembrei disso ao ler mais uma publicação – O Foco - que circula em Mangaratiba. Semana passada, li a publicação Reação e comentei sobre ela. Volto, agora, ao tema para compará-la com O Foco.
Reação promove a oposição e leva o leitor a encarar tudo pelo lado negativo, a esperar sempre o pior. Para esta publicação não existe governo em Mangaratiba, o que existe é a supremacia do mal sobre o bem em nosso Município.
Para O Foco, porém - que promove o governo - a situação é maravilhosa. Tudo são flores em Mangaratiba. A ação governamental é exaltada em todas as suas oito páginas. E seus projetos passados, presentes e futuros são sublimados.
Tal como ocorreu com a polêmica dos generais, creio que essa controvérsia jornalística – jornalística??? – deve ser motivada por alguns interesses ocultos que o leitor jamais saberá, embora imagine quais sejam.
Parodiando o grande Sérgio Porto, eu afirmo: o verdadeiro jornalismo não pode ser assim tão cruel nem tão cortês.
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