Total de visualizações de página

segunda-feira, 27 de abril de 2009

RONALDO, EXEMPLAR

Foram três gravíssimas contusões e cirurgias complicadas acompanhadas de prolongados períodos de recuperação. O último deixou-o com uma protuberância abdominal respeitável.
Um casamento fracassado que não durou um mês. Um ridículo escândalo homosexual e a acusação de uso de drogas. Uma cruel gozação pela imprensa e pela internet que o levou a pedir desculpas públicas.
Ronaldo, o craque de futebol, deixou de existir. O clube italiano rompeu seu contrato e ele – criticado pela imprensa - vagou, humilde, cabeça baixa, pela sua cidade. Era o fim, diziam os “abalizados” comentaristas esportivos.
Desacreditado, iniciou mais um processo de recuperação de sua capacidade física no Flamengo. Até chegou a treinar com bola. O Flamengo estava apenas prestando-lhe um favor e não acreditou que aquele indivíduo gordo e lento pudesse voltar a jogar futebol.
O Corinthians acreditou. Ou melhor, o seu presidente André Sanches acreditou.
Os “abalizados” diziam que era uma jogada de marketing para vender camisas a sua imensa torcida.
Ronaldo custou a ser escalado para jogar e os patrocinadores não apareciam. Os “abalizados” afirmavam que o Corinthians tinha entrado em uma fria.
Então, ele foi escalado. Aí foi que tudo mudou. Jogou 45 minutos, fez um gol e derrubou o alambrado do estádio.
Renasceu das cinzas novamente. Em quase nove jogos completos, fez oito gols. O terceiro final de Ronaldo ainda não foi o último.
Ontem, Ronaldo foi demais. Emocionou o país do futebol. Matou uma bola que veio da estratosfera com o pé direito e emendou com o esquerdo. Gol. Não bastava para ele. Recebeu um lançamento, livrou-se do marcador dando um passe de letra para ele mesmo e colocou por cobertura nas redes de Fábio Costa que se adiantara para tentar contê-lo. Aniquilou o Santos na Vila Belmiro. Até o Pelé se rendeu à arte fenomenal de Ronaldo.
E como comemorou os gols? Nada de bailados, sapateados. Nada de engatinhar, engraxar a chuteira de um companheiro ou fingir que embala um neném. Comemorou com a dignidade de um ser humano magnífico, apenas com um sorriso e braços abertos para a torcida.
Ronaldo é um exemplo de superação. Quantas vezes levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Calou a boca de quem não mais acreditava nele.
Mirem-se todos nesse modelo de pecador penitente e exemplar.

Nenhum comentário: