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sábado, 9 de maio de 2020

O JAIR QUE EXISTE EM NÓS

Há muito tempo não escrevo aqui. Faço comentários no Facebook da minha mulher (Liana Ribeiro). Porém, lendo o face da Cláudia Cesarino, encontrei este texto do Professor Ivan Carlos Lago, sociólogo, mestre e doutor em sociologia política.
Decidi reproduzi-lo aqui porque alguns conseguem superar esse jair que existe em nós todos. E concluo que aquele estúpido Boçalnaro atua para tentar manter o seu estúpido eleitorado.
E está conseguindo.


O JAIR QUE HÁ EM NÓS
O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro. Capitão do Exército expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro. Mas – e esse é o ponto que quero discutir hoje – ele está longe de ser algo surgido do nada ou brotado do chão pisoteado pela negação da política, alimentada nos anos que antecederam as eleições.
Pelo contrário, como pesquisador das relações entre cultura e comportamento político, estou cada vez mais convencido de que Bolsonaro é uma expressão bastante fiel do brasileiro médio, um retrato do modo de pensar o mundo, a sociedade e a política que caracteriza o típico cidadão do nosso país.
Quando me refiro ao “brasileiro médio”, obviamente não estou tratando da imagem romantizada pela mídia e pelo imaginário popular, do brasileiro receptivo, criativo, solidário, divertido e “malandro”. Refiro-me à sua versão mais obscura e, infelizmente, mais realista segundo o que minhas pesquisas e minha experiência têm demonstrado.
No “mundo real” o brasileiro é preconceituoso, violento, analfabeto (nas letras, na política, na ciência... em quase tudo). É racista, machista, autoritário, interesseiro, moralista, cínico, fofoqueiro, desonesto.
Os avanços civilizatórios que o mundo viveu, especialmente a partir da segunda metade do século XX, inevitavelmente chegaram ao país. Se materializaram em legislações, em políticas públicas (de inclusão, de combate ao racismo e ao machismo, de criminalização do preconceito), em diretrizes educacionais para escolas e universidades. Mas, quando se trata de valores arraigados, é preciso muito mais para mudar padrões culturais de comportamento.
O machismo foi tornado crime, o que lhe reduz as manifestações públicas e abertas. Mas ele sobrevive no imaginário da população, no cotidiano da vida privada, nas relações afetivas e nos ambientes de trabalho, nas redes sociais, nos grupos de whatsapp, nas piadas diárias, nos comentários entre os amigos “de confiança”, nos pequenos grupos onde há certa garantia de que ninguém irá denunciá-lo.
O mesmo ocorre com o racismo, com o preconceito em relação aos pobres, aos nordestinos, aos homossexuais. Proibido de se manifestar, ele sobrevive internalizado, reprimido não por convicção decorrente de mudança cultural, mas por medo do flagrante que pode levar a punição. É por isso que o politicamente correto, por aqui, nunca foi expressão de conscientização, mas algo mal visto por “tolher a naturalidade do cotidiano”.
Se houve avanços – e eles são, sim, reais – nas relações de gênero, na inclusão de negros e homossexuais, foi menos por superação cultural do preconceito do que pela pressão exercida pelos instrumentos jurídicos e policiais.
Mas, como sempre ocorre quando um sentimento humano é reprimido, ele é armazenado de algum modo. Ele se acumula, infla e, um dia, encontrará um modo de extravasar. Como aquele desejo do menino piromaníaco que era obcecado pelo fogo e pela ideia de queimar tudo a sua volta, reprimido pelo controle dos pais e da sociedade. Reprimido por anos, um dia ele se manifesta num projeto profissional que faz do homem adulto um bombeiro, permitindo-lhe estar perto do fogo de uma forma socialmente aceitável.
Foi algo parecido que aconteceu com o “brasileiro médio”, com todos os seus preconceitos reprimidos e, a duras penas, escondidos, que viu em um candidato a Presidência da República essa possibilidade de extravasamento. Eis que ele tinha a possibilidade de escolher, como seu representante e líder máximo do país, alguém que podia ser e dizer tudo o que ele também pensa, mas que não pode expressar por ser um “cidadão comum”.
Agora esse “cidadão comum” tem voz. Ele de fato se sente representado pelo Presidente que ofende as mulheres, os homossexuais, os índios, os nordestinos. Ele tem a sensação de estar pessoalmente no poder quando vê o líder máximo da nação usar palavreado vulgar, frases mal formuladas, palavrões e ofensas para atacar quem pensa diferente. Ele se sente importante quando seu “mito” enaltece a ignorância, a falta de conhecimento, o senso comum e a violência verbal para difamar os cientistas, os professores, os artistas, os intelectuais, pois eles representam uma forma de ver o mundo que sua própria ignorância não permite compreender.
Esse cidadão se vê empoderado quando as lideranças políticas que ele elegeu negam os problemas ambientais, pois eles são anunciados por cientistas que ele próprio vê como inúteis e contrários às suas crenças religiosas. Sente um prazer profundo quando seu governante maior faz acusações moralistas contra desafetos, e quando prega a morte de “bandidos” e a destruição de todos os opositores.
Ao assistir o show de horrores diário produzido pelo “mito”, esse cidadão não é tocado pela aversão, pela vergonha alheia ou pela rejeição do que vê. Ao contrário, ele sente aflorar em si mesmo o Jair que vive dentro de cada um, que fala exatamente aquilo que ele próprio gostaria de dizer, que extravasa sua versão reprimida e escondida no submundo do seu eu mais profundo e mais verdadeiro.
O “brasileiro médio” não entende patavinas do sistema democrático e de como ele funciona, da independência e autonomia entre os poderes, da necessidade de isonomia do judiciário, da importância dos partidos políticos e do debate de ideias e projetos que é responsabilidade do Congresso Nacional. É essa ignorância política que lhe faz ter orgasmos quando o Presidente incentiva ataques ao Parlamento e ao STF, instâncias vistas pelo “cidadão comum” como lentas, burocráticas, corrompidas e desnecessárias. Destruí-las, portanto, em sua visão, não é ameaçar todo o sistema democrático, mas condição necessária para fazê-lo funcionar.
Esse brasileiro não vai pra rua para defender um governante lunático e medíocre; ele vai gritar para que sua própria mediocridade seja reconhecida e valorizada, e para sentir-se acolhido por outros lunáticos e medíocres que formam um exército de fantoches cuja força dá sustentação ao governo que o representa.
O “brasileiro médio” gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber que é tão pobre quanto os que condena. Vê a pobreza e o desemprego dos outros como falta de fibra moral, mas percebe a própria miséria e falta de dinheiro como culpa dos outros e falta de oportunidade. Exige do governo benefícios de toda ordem que a lei lhe assegura, mas acha absurdo quando outros, principalmente mais pobres, têm o mesmo benefício.
Poucas vezes na nossa história o povo brasileiro esteve tão bem representado por seus governantes. Por isso não basta perguntar como é possível que um Presidente da República consiga ser tão indigno do cargo e ainda assim manter o apoio incondicional de um terço da população. A questão a ser respondida é como milhões de brasileiros mantêm vivos padrões tão altos de mediocridade, intolerância, preconceito e falta de senso crítico ao ponto de sentirem-se representados por tal governo.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

LULA LIVRE!

Por apenas um voto - cinco ministros se acovardaram - "prevaleceu no STF o que está inequivocamente escrito na Constituição, e a execução da pena de prisão passa a se dar depois do trânsito em julgado. É o que está, como norma abstrata, no inciso LVII do artigo 5º, que é cláusula pétrea. É o que define o artigo 283 do Código de Processo Penal, cuja constitucionalidade era julgada pelo tribunal", escreve Reynaldo Azevedo.
E Lula será libertado...
Será uma data histórica o dia 8 de novembro como foi o 8 de outubro, que simboliza o MR-8.
E que homenageia outro grande líder revolucionário: Che Guevara.

sábado, 5 de outubro de 2019

RECEITA PRA FICAR SÓ

Junte umas brigas banais,
Uma intriga, outra mais
E alguma desilusão.
Bate bem meia-dúzia de queixumes,
Em seguida, acrescente o ciúme
E uma medida de incompreensão.
Misture bem o volume
E, só então, adicione o tempero:
Lance mão dessa falta mensal de dinheiro,
Leve ao forno da paixão
E o aqueça no calor da emoção.

Pra acompanhar esse prato,
Tudo o que for insensato...
Chore, mas chore de fato,
Jamais dê razão à razão
Presa de um vinho barato,
A tua sobremesa será solidão.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

UMA SELEÇÃO BRASILEIRA

Toda e qualquer partida do Brasileirão tem um jogador que foi do Fluminense em campo ou no banco.
Vejam alguns que escolhi para uma boa seleção brasileira.
Cavalieri (Botafogo)
Bruno (Grêmio), Gum (Chapecoense), Henrique (Corinthians) e Carlinhos (CSA)
Jean (Palmeiras), Gerson (Flamengo) e Gustavo Scarpa (Palmeiras)
Richarlison (Everton), Henrique Dourado (Palmeiras) e Everaldo (Corinthians).
São todos ex-tricolores.
Com esta seleção o Fluminense não perderia de 3x0 para o Goiás.
Agora, vejam os reservas mais jovens desta seleção: Júlio César (Grêmio), Ibañez (Atalanta), Wendel (Sporting), Ayrton Lucas (Spartak), Sornoza (Corinthians), Douglas (PAOK), Kenedy (Chelsea), Marlon (Sassuolo), Fabinho (Liverpool), Maicon (Athletico Mineiro), Rafael (Lyon), Fábio (Nantes), Fernando Henrique (CRB), Luciano (Grêmio), Richard (Vasco), Welington Silva (Internacional).
Também são todos ex-tricolores. E este último ainda é o maior artilheiro tricolor em 2019.
Existem outros ex-tricolores mais velhos e os que não me vêm à lembrança.
É por essas e outras que eu agora sou Flamengo.


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

HOSPITAL BADIM

Se como dizem os fundamentalistas Deus estivesse no controle de tudo, o Hospital Badim não pegava fogo nem morreriam tantos pacientes.
Foi lá que eu fiquei cinco dias internado e contei aqui em janeiro de 2018.
Consternado republico a minha história com o hospital.
Imagem relacionada
Paguei caro pelo meu ingresso neste ano novo. O ano da febre amarela que será deprimente se a Copa do Mundo não salvá-lo da tristeza de ser brasileiro.
Fui levado por familiares para o Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca.  
Passei por uma extensa bateria de exames, fui diagnosticado com pneumonia e foi decretada a minha internação, pois pneumonia após 80 anos mata se não for bem tratada.
Mas, não havia vagas e o próprio hospital me encaminhou de ambulância para o Hospital Badim, no Maracanã. Nunca tinha ouvido falar nele, e isso lá é nome de hospital... 
Contudo, meu livre arbítrio tinha sido cassado e lá cheguei com todos os resultados clínicos obtidos no São Vicente de Paulo.
Pra minha surpresa, cheguei à conclusão que médico não confia em médicos, pois fui logo submetido a todos os exames novamente, perfurado sem dó nem piedade. 
Encaminhado a um quarto particular com acompanhante, passei a ser muito bem tratado por um bando de mulheres bonitas, simpáticas e sorridentes, que não me deixavam dormir com tanto remédio que me davam até de madrugada. 
Nem me deixavam sentir fome. Às seis, café da manhã; às nove, suco e biscoitos; ao meio-dia, almoço; às três, café da tarde; às seis, jantar; e, às nove, merenda.
Logo no primeiro dia, duas delas vieram me dar banho às seis da manhã. Colocaram-me nu em uma cadeira de rodas sem fundo e levaram-me para o chuveiro.
Ouvi quando uma disse pra  outra: “pequeno, não é!”
Entrei no papo e esclareci: “era bem maior, mas usei demais e... gastou”.
O hospital foi ótimo, quatro dias e noites de atendimento perfeito. Deixou-me pronto para encarar a febre amarela e nada me cobraram.
Só não sei o que o Saúde-Caixa fará com o salário da minha mulher no mês que vem. Depois, eu conto.

N.L.: A Caixa nos cobrou apenas uma merreca.

sábado, 7 de setembro de 2019

APOSENTADORIA


Quase todos nós sonhamos com a aposentadoria.
Mesmo aqueles que nunca pegaram no pesado, nem contribuíram com qualquer merreca para a previdência social, sonham com o dia em que farão jus a um salário mensal sem ter que fazer nada em troca.
Entre esses, muitos tentam aplicar um golpe no INSS para realizar o seu sonho. Alguns até conseguem.
Em compensação, meu pai contribuiu a vida inteira, faleceu antes de se aposentar e não pôde nem deixar pensão para ninguém. Assim como milhões de mulheres que contribuíram durante mais de dez anos e sonhavam apenas com o casamento. Casaram, largaram o emprego e a previdência ficou com a grana. Grana que milhares roubaram e, agora, dizem que não têm como pagar aqueles que contribuíram.
Há, porém, alguns que não sonham com a aposentadoria. Pensam que se pararem de trabalhar vão perecer na inutilidade.
Não sabem como é bom ser inútil. Não saber que horas são nem que dia é hoje. Ler, computar, escrever, comer, beber, dormir, sem ter que dar satisfação a ninguém.
É o autêntico livre-arbítrio, afinal. Fazer o que quiser, é como estar no mundo a passeio. E todo mês aquele troco na conta-corrente. E ainda ter direito ao décimo-terceiro.
Eu contribuí, durante muito tempo, sobre 20 salários. Depois, a lei baixou a contribuição máxima e passei a pagar sobre dez. Quando via aquele desconto no meu salário, todos os meses, durante 30 anos, sonhava com o dia em que receberia tudo de volta.
Hoje, 33 anos depois de aposentado, ao contrário de meu pai, vejo que já recebi triplicado tudo que me descontaram. E, dentro da lei, sou mais prejudicial ao INSS do que a grande maioria dos fraudadores.
O meu sonho de aposentadoria se realizou. Sou um inútil e orgulhoso vagabundo. Sou pago para não fazer nada. A não ser trocar lâmpadas, ir ao mercado, cuidar da minha mulher, pegar coisas onde ela não alcança e outras coisinhas sem importância. Quando ela me pede algo mais complicado, deixo para fazer somente nos feriados.
Sábados e domingos, eu tiro para descansar. E continuo vivo.
Como castigo, porém, tenho outros sonhos de aposentadoria. São, na verdade, pesadelos terríveis.
Quase todas as noites, sonho que estou trabalhando. Dou um duro danado a madrugada inteira e nada dá certo no que faço. Às vezes, carrego um carrinho de mão cheio de pedras pra lugar nenhum e nunca chego lá.
Acordo revoltado, cansado e nada nem ninguém consegue me desviar da mais completa inutilidade.

domingo, 25 de agosto de 2019

16 DE AGOSTO DE 2019

Oitenta e dois anos...
Já vou chegando ao fim do meu destino...
É o fim de festa que abomino.
Como fera, ferido como gente,
Qual pantera, sigo em frente.
Nada supera a vida, felizmente,
Que eu vivi à vera, além da medida,
Vindo de outra era, um sonhador,
Refém do amor e da paixão.
Nem me diga que, hoje, eu vivo, em vão,
Ou que, por desalento, vou fugir da briga.
Ainda tento viver assim muito feliz,
Deixei raiz, sigo vencendo até o fim...
Só me arrependo do que não fiz.
Cumpri meus planos como bem quis,
Cometi enganos, colhi os danos.
Hoje, sou uma vela acesa ao vento,
Apago a qualquer momento.
Faço um afago aos meus, vou esperar por lá...
Um abraço e adeus, tchau, good bye, au revoir...

sexta-feira, 17 de maio de 2019

DEZESSETE DE MAIO

Não escrevo desde o Natal. Faltam-me palavras e, agora, aos 80, tenho medo de cometer erros gramaticais. Mas, hoje, 17 de maio, não posso evitar. Faz 55 anos que conheci a minha mulher.
Era o início da ditadura, da tortura, da linha dura. E eu no auge da contracultura em 1964.
Era o auge também do cinema francês com Brigitte Bardot após o filme “E Deus criou a mulher” de 1956, de seu marido cineasta Roger Vadim.
Eu era apaixonado pela mulher dele quando encontrei na rua o clone dela. Uma lourinha linda de 17 anos, uma beleza avassaladora. Foi amor à primeira vista? Ou não? Creio que queria uma Brigitte pra mim e a encontrei.
O melhor de tudo é que, depois, ela me disse que há muitos anos passava por mim quando ia pra escola, me admirava e eu nem ligava pra ela.
Hoje, tanto tempo após, continuo apaixonado e ela, aos 72 anos, continua linda, ao contrário da Bardot que envelheceu feia.

Para comemorar, comemos um ótimo bacalhau à espanhola, prato que ela escolheu.
E ela mesmo pagou.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL!

Hoje, somente existe o bem...
Secam-se as lágrimas,
Brotam os sorrisos,
Há uma profusão de abraços,
O amor floresce em cada coração.
Lembranças, muitas lembranças...
Gestos e palavras são de afeto,
Mensagens de amor e de paz.
Somos todos crianças,
Somos todos iguais...
Sonhos se realizam,
A alegria nos invade,
Festa nos bares,
Brilho nos olhares...
Tudo é só felicidade,
Confraternização cristã...
Hoje é Natal,
Feliz Natal...
Que seja Natal amanhã. 
E também depois de amanhã,
Que seja sempre Natal.

E, por favor, não esqueçam do aniversariante.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

SEGUNDO TURNO 2018

Quem vê o fascista com 55,1% dos votos válidos pensa que a maioria dos eleitores – 147,3 milhões - votaram nele. E ainda afirmam que foi o fim do PT. 
Não!!! Apenas 39,5% votaram nele e mais de 60% (quase 90 milhões) não votaram.
A verdade é que mais de 89 milhões não votaram nele. Votaram no Haddad 47.0 milhões (3l.7%) e 41,6 milhões lavaram as mãos como Pilatos e cuspiram no prato em que comeram. Muitos silenciaram ou votaram nulo. Somados, somos uma imensa maioria que não votou no fascista.
Ainda dá para acreditar na humanidade e que o PT não morreu. 
O PT enfrentou o MPF, o STJ, o STF, a mídia, o PSDB, o PDT, o fascismo, as fakenews, os robôs ingleses e americanos, e ainda elegeu quatro governadores, mais que qualquer outro partido. Com 4 governadores e 5 aliados, PT triunfou em todo o Nordeste pela 1ª vez. 
O PT venceu na maioria dos municípios (em 2.810). E elegeu a maior bancada da Câmara Federal. 
A verdade é que o nazifascista foi eleito presidente da república após campanha 100% alavancada por mentiras, contra o Haddad, Manuela, Lula, membros do partido e o PT, nas redes sociais.
Uma campanha idêntica à que elegeu o Trump. Como os americanos, brasileiros já se arrependem.

domingo, 7 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018


Dois não candidatos decidiram a eleição no primeiro turno: Edir Macedo e Lula. Não há o que discutir. A  facada não deu votos, a campanha ELENÃO da mulherada também não tirou. Só quando o “bispo” que elegeu o Crivella entrou na partida, o fascista corno e misógino disparou.
Não vou discutir o resultado: o fascista e o professor vão jogar a final. Como qualquer eleitor medianamente inteligente e racional, prefiro o professor.
Prefiro também comentar sobre os derrotados. Como a subMarina que me faz lembrar que já vi este filme estrelado pela também ex-senadora do PT Heloísa Helena. Eleita por Alagoas, resolveu enfrentar o Lula em 2006. Perdeu e foi ser vereadora em Maceió.  Depois, tentou voltar ao Senado, perdeu para o Collor e morreu politicamente.
À subMarina, após a terceira derrota para presidente, resta apenas ser vereadora em alguma pequena cidade do Acre e, também, morrer politicamente como a outra. Estamos livre daquela figura deprimente e bizarra com voz esganiçada.
Estamos livres também do Alckmin e, talvez, do PSDB. O “walckmin dead” foi um fenômeno. Com maior tempo na TV, apoiado por vários partidos, milhares de prefeitos, e blindado pela mídia e pela lavajato, foi o maior derrotado nesta eleição. Passou todo o tempo falando sobre a corrupção do PT, esquecendo-se do Aécio, do Azeredo e outros corruptos de seu partido.
O Ciro foi um derrotado que eu gosto e quero ver com Haddad no segundo turno, assim  como o Boulos.
Outro que somente atacou a corrupção (e somente a do PT) foi o Álvaro Dias. Quem sabe da vida desse coitado é a própria filha (procure no Google). Não merece comentário essa candidatura auxiliar do Alckmin.
Dos outros derrotados, somente quem merece a minha atenção é o Cabo Daciolo, um candidato brega e folclórico como o Eymael que sempre gosta de aparecer nas eleições. Gostaria de saber o que ele faz nos outros anos. O que será que diz? Como vive? Do que se alimenta?
Voltando ao Daciolo. Como pode ele ser tão idiota e dizer que o deus dele está no controle de tudo? Se o meu Deus controlasse tudo não estaríamos agora vivendo um momento tão crítico e perturbador no mundo e, principalmente, no meu Rio de Janeiro com o Romário candidato.
Queria saber que doença Romário carrega naquela magreza. Será tuberculose? Ou será AIDS? Ele que circulava pelo Rio com aquele travesti lindo visto acima pode ter pego esta enfermidade.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

FORAGIDOS TRÊS PREFEITOS DE MANGARATIBA

Não podia deixar passar em branco o meu mês de agosto. Esta notícia me faz sair do marasmo e escrever no blog:
"O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos (SUBCDH/MPRJ), e a Polícia Civil deflagraram nesta sexta-feira uma operação para cumprir mandados de prisão contra membros da Câmara Municipal de Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio. A ação tem como alvo Vitor Tenório dos Santos, atual presidente e prefeito interino, além do vereador Edison Ramos e do ex-presidente da Câmara Pedro Bertino Jorge Vaz. Segundo o MPRJ, entre janeiro de 2010 a agosto de 2017, o órgão legislativo gastou cerca de R$ 17 milhões com viagens de vereadores e servidores.
De acordo com o MPRJ, os policiais foram até o endereço dos procurados nesta manhã, porém, como não foram encontrados, são considerados foragidos da justiça. 
O Ministério Público fluminense obteve ainda a suspensão dos vereadores denunciados do exercício das funções públicas, bem como sequestro de bens móveis e imóveis, bloqueio de valores e a interrupção imediata das ordens de empenho e pagamento aos vereadores, servidores e empresas citadas. Os envolvidos vão responder por associação criminosa, desvio de dinheiro público e dispensa indevida de licitação."
Leia, em O Dia, a notícia completa: (https//odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/08/5571028-prefeito-vereador-e-ex-presidente-da-camara-de-mangaratiba-sao-alvos-de-operacao.html#foto=1)
Há muito tempo, desde 2013, tenho escrito sobre isto. Parece que agora, finalmente, haverá punição para a farra dos vereadores.
Leia aqui o que escrevi sobre o assunto:
http://muriqui-lacerda.blogspot.com/2013/04/quero-entrar-nessa-boca.html

segunda-feira, 30 de julho de 2018

NO ME QUITE PAS...


Deixa de lado a tristeza...
Talvez, a razão venha logo dizer:
Pra que esquecer todo o bem
E fazer tanto mal?
Pra que chorar
Se o pranto não vai ajudar?
Amor quando bate de frente,
A gente só tem que aprender a levar.
Nosso adeus outra vez se deu mal,
E o amor já mandou avisar
Que ainda não é o final.
A tempestade, meu bem, já passou
E não apagou a paixão.
Me virei pelo avesso,
Sei bem que mereço a lição...
Estou no bagaço,
Coração em pedaços,
Vim pedir seu perdão...
Dá um sorriso pra mim,
Um abraço, diz que sim,
A vida é breve, é festa, é sonho,
É pra viver, não vamos ceder a vez.
Há um vazio tão carente de nós dois,
Desafio a gente deixa pra depois...
Me abraça, me cobre de beijos,
Faz o que desejo, quero ouvir teus ais
E “no me quite pas...”
Nosso caso é mesmo assim, é sem medida,
É amor que não tem fim, não tem saída.
Essa dor que dói em mim,
Já vieram me dizer: dói demais em você.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

COPA DO MUNDO


“Entre tragédia, drama, farsa e comédia: considerações acerca do futebol no roteiro de “A Falecida”, de Nelson Rodrigues. É o título de um trabalho de Natasha Santos, pesquisadora do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade/UFPR, que acabei de ler (AQUI).

Nelson Rodrigues, meu ídolo, dramaturgo apaixonado por futebol como eu, era ele próprio teatral como suas peças. Viveu o drama, a tragédia, a farsa e a comédia em sua família.

Natasha Santos diz que é praticamente unânime a percepção de que Nelson trata o esporte com uma dramaticidade típica do teatro.

Assim também é a atual Copa do Mundo, digo eu.

Drama viveu a Argentina contra a Nigéria. Foi uma partida dramática em que somente no final o drama argentino virou explosão de alegria.

Tragédia sofreu a Alemanha contra a Coréia do Sul. Perdeu de dois a zero e foi eliminada da Copa. Foi uma nova derrota em solo russo. Agora, no verão, depois daquela no inverno de 1943. A lenda da invencível seleção e exército germânicos caiu por terra. Dessa vez, de forma humilhante para os coreanos.

Farsa nos proporcionou o Neymar com seus tombos – contra a Costa Rica, contei doze – e suas rolagens no gramado como se lhe tivessem quebrado as duas pernas.

A comédia ficou por conta da torcida. Neste quesito, acho que venceram os nigerianos, corpos seminus, todos pintados e em grupo.

Não sei o que leva uma criatura a se comportar como os torcedores de qualquer nacionalidade que tenho visto nesta Copa.

Enquanto eu assisto solitário em minha poltrona, respeitosamente, como se assistisse a uma peça de teatro.


terça-feira, 26 de junho de 2018

PARÓDIAS



“Eva coava o café que Adão tomava...
Mas, um dia, Adão furou o coador
E nunca mais Eva coou.”
Benedito Lacerda e Luiz Vassalo fizeram a marchinha “Eva querida” para o carnaval de1935. A paródia fez sucesso por muitos carnavais seguintes através da paródia acima que eu cantava quando ainda criança.
Houve um tempo em que todos os sucessos musicais –sucessos mesmo, não essas porcarias atuais - viravam paródias. Principalmente as marchinhas carnavalescas, e até os sucessos românticos como “Saudade torrente de paixão, emoção diferente”.Cantávamos assim: “Soldado correndo de calção, mas que coisa indecente”.
A paródia com o “Pirata da perna de pau”, marchinha de 1947 (aqui), quando eu tinha quase dez anos, incrivelmente eu lembro toda:

“Eu sou o Getúlio, já fui ditador,
Eu sou trapaceiro, eu sou gozador...
Meti o papo no trabalhador,
Com o voto dos trouxas, eu sou senador.

Minha galera, com quinze anos de navegação,

Trouxe a miséria, o câmbio negro e a inflação...

Por isso, eu sou pai dos pobres,
Sou mãe dos ricos em compensação.
Pro Borghi eu dei muita roupa,
Roupa de algodão”.
Até o hino da Marinha, o Cisne Branco, virou paródia lá em Bangu: “O Silveirinha, em noite de lua, saiu de casa e foi cagar na rua. Vem cá seu guarda, mete o dedo e cheira, vê se é de hoje ou de sexta-feira”.
Empolgado pelas paródias, eu fiz algumas para o colégio onde estudava o ginásio. Com a melodia de “Torrente de paixão”, eu cantava: “Na MABE a organização é toda diferente, os professores ajudam a gente e ao pau não vai quase ninguém. Nas provas, se cola às pamparras, não há quem reclama, pois o ensino na MABE é bacana, reprovação entre nós não convém”. Também fiz uma paródia da imortal "Ronda" de Paulo Vanzolini.
Quem nunca passou por isso?

De noite, que puta vontade
Me dá de mijar, sem levantar...
Cansado, com sono, com frio,
Sinto um calafrio, não vou aguentar...
Fico na cama contido, durmo apertado, encolhido,
O sonho agonia me dá, nele vou urinar.
Ah! Se eu pudesse e acordasse depressa,
ao banheiro corria... 
Desisto, a corrida é inútil, isso é covardia.
Mas sei que em minha sonolência
Eu não posso urinar, hei de aguentar.
Acordo sentindo a torrente,
Um líquido quente a jorrar sem parar.
Sei que esse dia, então, vai ser o meu dia de cão...
E ela se zanga a gritar "quero um novo colchão".

quinta-feira, 14 de junho de 2018

MINHA 18ª COPA DO MUNDO


Começou hoje com a goleada da Rússia (5 a zero) sobre a Arábia Saudita. Esta até jogou melhor, mas sem qualquer  objetividade como um Fluminense qualquer.

Nenhum craque em campo. Craques somente amanhã. O jogo foi bom, mas o melhor da partida foram as belas russas nas arquibancadas do belo estádio. 
Moscow – agora que o dáblio voltou ao nosso alfabeto, posso escrever assim corretamente – Moscow, repito, tem as mais belas mulheres do planeta. Ganha até do Rio de Janeiro.
Minha neta Maria Cristina está em Moscow. Falei-lhe pra tomar cuidado com o demônio comunista que venceu o nazismo e destruiu a Rússia elevando-a a uma das maiores potências mundiais e que tanto apavora o boçalnato, seus seguidores e os inocentes úteis brasileiros. 

Gostaria de estar lá. Entrar na belíssima e quase quingentésima Catedral de São Basílio. Quem sabe, lá dentro até teria a coragem de ajoelhar e rezar. Do lado de fora, somente ajoelharia para admirar tanta beleza.
E, por falar em mulher, a partida foi narrada por uma na Fox. Narrada mesmo, com pouquíssimos daqueles comentários idiotas. Foi a primeira vez na vida que assisti a uma partida narrada por uma mulher.

Fiquei livre do Galvão e seus asseclas.

Vou assistir toda a minha 18ª Copa do Mundo pela Fox.

Não me importa quem será campeão. Eu amo o futebol bem jogado padrão FIFA, repleto de craques, como já foi o futebol brasileiro que havia por aqui.

Se o campeão for o Brasil, melhor ainda.


N.L.: os nazistas perderam mais uma em território russo, dessa vez para os mexicanos.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

LULA ROUBOU SIM

Ando muito preguiçoso pra escrever, por isso reproduzo aqui um texto do professor Francisco Costa que eu gostaria de ter escrito.
"ME DESCULPE, LULA, MAS VOCÊ ROUBOU SIM
Meu caro Luis Inácio, companheiro de longa jornada, estive fazendo umas continhas aqui e não bateram, infelizmente.
Não estou falando de triplex, sítio de Atibaia, pedalinhos, essas paradas, isso sabemos que não é seu, o negócio é mais gordo e envolve cifras de muitos e muitos milhões de dólares, se não chegar à casa dos bilhões.
Vamos ser francos? Você movimentou muita grana, aqui e no exterior, não há como negar.
Quanto deve estar custando uma palestra do Obama? Pois, para chamar um sujeito de “o Cara”, deve ter cobrado muito mais.
Putin, bicho. Com quanto você deve ter molhado a mão do Putin, por aquela louvação toda? O primeiro Ministro de Portugal, da França, da Inglaterra, todo mundo protestando contra a tua prisão... Quanto pra cada um, Lula? Fala aí, prometo que não posto no Face, sou confiável, pergunte às minhas fontes, nunca deixei vazar nenhuma... Fala aí!
Eu não sou bobo, Lula. Quanto custa uma reportagem de capa nos principais jornais do mundo? Você foi capa no Le Monde, The Economist, The Guardian, New York Times, Washington Post, Corriere della La Sera, Financial Times, El País, Clarín… Todo mundo afirmando que você é preso político, chegaram a dizer que você era preso norte americano, chamando Curitiba de Guantánamo brasileira, isso custa uma grana, meu chapa, quanto você pagou a cada um? Abre aí.
Depois esses juristas, Lula. Pela projeção internacional deles, nenhum se venderia por merreca, e todos eles se posicionaram a seu favor, até o maior constitucionalista do mundo, aquele português, de graça? Conta outra, Lula, pensa que me engana?
Agora esse manifesto com mais de 400 assinaturas dos maiores intelectuais do mundo, denunciando a ditadura brasileira e exigindo a sua liberdade... Quanto pra cada um? Abre o jogo, juro que não comento com ninguém.
Aí me aparece o Esquivel, prêmio Nobel da Paz, e lhe inscreve na Academia sueca, pedindo o prêmio desse ano pra você, logo outros ex nobéis da paz se juntam a ele, todo mundo querendo Lula lá. De graça?
Quanto você pretende pagar à Academia sueca, para te premiarem? Só falta isso. Lá deve ser caríssimo, mas também, quem já comprou a ONU, e todo mundo sabe que sim, ela está investigando a justiça brasileira, achando que é classista, partidária, tendenciosa, injusta e desonesta. Isso custa dinheiro, Lulinha, conta pro tio Chiquinho, quanto?
Depois as fotos: reunião do G-20, tá lá você na posição central, entre Obama e Putin; reunião do G-8, Lulinha entre Obama e Putin; Conferencia Global do Aquecimento do Planeta, Luis Inácio entre Obama e Putin, você deveria ser mais honesto, como o Temer, que só sai lá na ponta da foto, entre o Primeiro Ministro da Pirulitolândia e os garçons, mania de grandeza, a sua, Lula.
Porra cara, e me deculpe o palavrão, só os telespectadores da Globo, porque ela esconde, e os eleitores do Bolsonaro, porque não entendem o que ouvem e vêem, não sabem que você é uma personalidade mundial, já tendo alçado o patamar de um Gandhi ou um Mandela e isso custa dindim, Luis, fala logo, cara, onde você arranjou tanto dinheiro?
Agora vou lhe fazer uma pergunta um tanto quanto delicada, e espero que seja sincero na resposta: onde é que você esconde essa bufunfa, onde está malocada a dinheirama?
É, a Polícia Federal e o Banco Central auditaram todas as suas contas bancárias, as da falecida Dona Marisa, dos seus filhos e noras, cachorros, papagaios, periquitos, pedalinhos... E bateu tudo, não encontraram merda nenhuma errada.
A Polícia Federal brasileira e as de diversos países, mais a Cia, correram os paraísos fiscais, Ilhas Cayman, Seychelles, Trinidad-Tobago, Virgens, Maldivas, Aruba (que os coxinhas confundem com suruba)... E nada.
Encontraram contas e empresas offshore do FHC, Aécio, Serra, Alkimin, Aloysio, Odebrecht, Queiroz Galvão, JBS, Globo, CBF... E ninguém com o sobrenome Lula da Silva.
Foram à Suíça e Globo de novo, artistas da Globo, tudo laranja, Eduardo Cunha, Zolhuda Cunha, Sérgio Cabral... E nenhum Lula da Silva.
Pô, cara. Pelo amor de Deus, depois do Mágico de Oz o Mágico de ÓÓÓÓ?
Te prenderam e a mídia decidiu: não se fala mais no nome Lula, o povo esquece, não esqueceu. E te pergunto: quanto você pagou pra Globo lembrar que você existe?
Depois os institutos de pesquisas omitiram o seu nome, com brancos, abstenções e nulos ganhando de Ciro e Bolsonaro, os seus futuros coadjuvantes nas eleições, infeccionando as burguesas hemorróidas da classe dominante, e botaram o teu nome de volta. Quanto custou?
Lula, estão com a razão esses intelectuais coxinhas, quando postam que você é o cara mais rico do mundo, de outra maneira você não poderia ter comprado tanta gente, tantas instituições, e já com um dinheirinho guardado, para comprar mais de cinqüenta milhões de votos, nas próximas eleições.
Mas nem todo mundo tem preço, Lula, há os honestos, e aqui faço questão de citar Sua Excelência o Sr. Dr. Sérgio Fernando Moro e os Procuradores do Ministério Público de Curitiba, alcunhados os Golden Boys.
Lá não vendem sentenças, Lula. Não há acordo entre os indiciados e a panelinha, para a indicação de determinados advogados, lá não se decreta prisões preventivas como forma de chantagem, para obter delações premiadas, nem se faz chantagens com as famílias dos presos, com a mesma finalidade.
Lá não se adultera e falsifica documentos nem se forja provas.
Lá não se destrói as empresas nacionais, como a Odebrecht e a Petrobrás, que você, criminosamente, levou de décima terceira a segunda petroleira do mundo. Lá não se fabrica desempregados nem há convênio com o Ministério Público e a Justiça norte-americanas, que o diga uma testemunha, que o Dr. Moro e a justiça brasileira não querem ouvir, o Dr. Rodrigo Tacla Durán.
Você pode enganar a todo mundo, Lula, mas a mim, não!
Você vai ser o próximo presidente desta bosta pra colocar nos trilhos de novo."
Francisco Costa

segunda-feira, 4 de junho de 2018

INDECISÃO OU PREGUIÇA?

Ou será o quê?
Eles levam uma boa vida. Trabalham quando querem. Percebem os maiores salários públicos da República. Têm todas as mordomias. Ninguém os pressiona. Quem fala mal deles pode até ser preso.
Como afirmou Luis Nassif: "Depende deles – exclusivamente deles – a liberdade ou a prisão dos réus. E como a decisão de aceitar ou não é eminentemente subjetiva, eles se tornam senhores absolutos do destino dos réus que caem em suas mãos".
Está certo que eles estudaram bastante. Fizeram concursos para assumir seus cargos. E agora fazem parte da elite intelectual do país. Mas, por que são tão indecisos? Ou será que são apenas preguiçosos?
Ou serão o quê? Torpes?
Diz o Aurélio que torpe significa desonesto, impudico, infame, vil, abjeto, ignóbil, repugnante, nojento, asqueroso, ascoso, obsceno, indecente, manchado, enodoado, maculado, sórdido, sujo.
Outro sinônimo? Gilmar Mendes, o laxante do psdb. Como solta merda o evacuador geral da república.

N.L.: "A Justiça brasileira é corrupta e muito corporativista, o reino do jeitinho e do filhotismo, ali as coisas só andam se vc conhecer alguém, se tem relação com os donos do dinheiro ou de mandato. Merecia uma limpeza , mas, como os juízes são sujeitos que não perdoam , todo mundo tem medo de acusá-los mesmo nestes tempos de delações a três por quatro, inclusive os advogados aconselham aos clientes a calar o bico."

(Eliana Calmon, 
jurista e magistrada brasileira, primeira mulher a presidir o Superior Tribunal de Justiça)

sexta-feira, 11 de maio de 2018

MENTIRA


Este poema de Affonso Romano de Sant'Anna foi publicado inicialmente no JB, em 1984, quando ocorreu a explosão da bomba no Riocentro. A bomba era pra explodir dentro do Riocentro onde se concentravam milhares de jovens no show de artistas em comemoração ao dia primeiro de maio.
Felizmente, a bomba explodiu dentro do carro dos militares que levavam o artefato. Explodiu no colo deles, matando o sargento e destruindo os genitais do tenente. A ditadura, em seu melancólico final, mentiu afirmando que os dois foram alvo de um atentado.
Tem tudo a ver com a contrafação que rola na hipócrita, mentirosa e cínica mídia que mente irracionalmente.

Fragmento 1
Mentiram-me. 
Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente. 
Mentem de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente mentem. 
Mentem tão nacional/mente que acham que mentindo 
história afora vão enganar a morte eterna/mente.
Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases falam. 
E desfilam de tal modo nuas que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade pela mentira, 
nem à democracia pela ditadura.


Fragmento 2
Evidente/mente a crer nos que me mentem
uma flor nasceu em Hiroshima 
e em Auschwitz havia um circo permanente.
Mentem. Mentem caricatural-mente.
Mentem como a careca mente ao pente,
mentem como a dentadura mente ao dente,
mentem como a carroça à besta em frente,
mentem como a doença ao doente,
mentem clara/mente 
como o espelho transparente.
Mentem deslavadamente, 
como nenhuma lavadeira mente
ao ver a nódoa sobre o linho. 
Mentem com a cara limpa 
e nas mãos o sangue quente. 
Mentem ardente/mente como um doente
em seus instantes de febre. 
Mentem fabulosa/mente como o caçador 
que quer passar gato por lebre. 
E nessa trilha de mentiras a caça 
é que caça o caçador com a armadilha.
E assim cada qual
mente industrial/mente,
mente partidária/mente,
mente incivil/mente,
mente tropical/mente,
mente incontinente/mente,
mente hereditária/mente,
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava/mente
constroem um país de mentira diária/mente.

Fragmento 3
Mentem no passado. E no presente passam a mentira a limpo. 
E no futuro mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu quem mente
mas o tribunal que o julga herege/mente.
Mentem como se Colombo partindo do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira um continente.
Mentem desde Cabral, em calmaria, viajando pelo avesso, 
iludindo a corrente em curso, transformando a história do país num acidente de percurso.

Fragmento 4
Tanta mentira assim industriada 
me faz partir para o deserto penitente/mente 
ou me exilar com Mozart musical/mente 
em harpas e oboés, como um solista vegetal
que absorve a vida indiferente.
Penso nos animais que nunca mentem.
mesmo se têm um caçador a sua frente.
Penso nos pássaros cuja verdade do canto nos toca
matinalmente.
Penso nas flores cuja verdade das cores escorre no mel
silvestremente.
Penso no sol que morre diariamente
jorrando luz, embora tenha a noite pela frente.

Fragmento 5
Página branca onde escrevo. 
Único espaço de verdade que me resta. 
Onde transcrevo o arroubo, a esperança, 
e onde tarde ou cedo deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo onde o advérbio e o adjetivo 
não mentem ao substantivo
e a rima rebenta a frase numa explosão da verdade.
E a mentira repulsiva se não explode pra fora
pra dentro explode implosiva.

                                                   

“Só não mais terá valor quem mente quando a gente, usar a mente.” (comentou uma ex-blogueira e ex-amiga quando publiquei o poema

pela primeira vez)