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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O FANTÁSTICO EM MANGARATIBA

Esperava muito mais, não apenas denúncias, nada mais que denúncias.
A Globo não quis ir fundo no caso, pegou leve. A tão aguardada reportagem ficou superficial, nada fantástica, decepcionante. Nem apresentou as mazelas que tanto propagam pelas esquinas de Mangaratiba.
Faltou dar nome aos bois, aos componentes da quadrilha, das empresas corruptoras. E deixou tudo por conta de alguns munícipes que foram até reverentes em suas declarações. Faltou desafiar o prefeito numa entrevista.
Em Itaguaí até mostraram a ostentação do prefeito de lá. Aqui, nada sobre enriquecimento ilícito. Será que não houve?
A reportagem insistiu na compra de milhões de sacos plásticos para lixo. Quem vendeu, onde estão, fiquei sem saber. Insistiu também no desvio de 60 milhões de reais. Por que 60 milhões? Não seriam 80, 100, 200 milhões? Como foram desviados, também fiquei sem saber.
Mostraram um lixão como se estivesse próximo às residências. Nada sobre o tão propalado abandono da cidade, do hospital e dos postos de saúde, das escolas e da segurança pública.
Quem mais falou foi o representante do Ministério Público: denúncias, denúncias. Nada de comprovação.
A Globo tem capacidade pra fazer algo melhor. Vamos esperar, pois, dessa forma, o prefeito vai se dar bem novamente.
A reportagem ouviu o jornal O Povo sobre a impressão de páginas inexistentes do jornal com as licitações para cumprir exigências legais. É claro que o jornal negou o batom na cueca.
O Povo – como o seu homônimo - é capaz de tudo, faz qualquer negócio. Até eu já estive na redação – lá no Grajaú – digitando uma página do jornal no computador deles. A edição foi publicada e distribuída nas bancas.
E o interessado na publicação comprou cem mil exemplares para distribuir numa campanha eleitoral.

N.L.: Só queria saber de que torneira saiu aquela água amarela. A caixa d'água do cara deve estar imunda.

3 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Confesso que também esperava mais dessa reportagem, Lacerda. Aguardava que o Fantástico fosse expor um pouco melhor as mazelas na área da saúde tipo o superfaturamento na compra de remédios entre 1.000 e 8.910,2% que havia ajudado a denunciar aqui em seu blogue em pelo menos duas postagens que li. Mas, por outro lado, considerando que o telespectador nacional já se depara a todo instante com inúmeras outras denúncias iguais e até piores pelo país inteiro, talvez a Globo tenha buscado resumir para que um mínimo de coisas recentes coubessem no curto tempo de TV. Espero que agora a população não deixe tudo barato e as coisas não terminem em pizza. Aliás, acabei de ler hoje no Face do vice-prefeito que um ex-sub-secretário municipal andou protocolizando um pedido de impeachment na Câmara de Vereadores da cidade... Vamos ver se nossos edis tomam vergonha na cara e façam o que deve ser feito. É hora do povo ir às ruas!

Paulo Roberto disse...

Deu em nada o superfaturamento de até 8.910,2% na compra de remédios e matérias médicos, odontológicos e hospitalares.
Deu em nada aquela ação do promotor Bruno Lavorato que queria o imediato afastamento e posterior cassação do prefeito.
Dá pra acreditar nesta nova ação do outro promotor?

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Sei não... Como se tem dito por aí, essa compra absurda dos sacos de lixo pode ser apenas uma ponta do iceberg.

O ideal seria se a Câmara Municipal instaurasse logo uma CPI, coisa que depende da iniciativa de um terço dos vereadores conforme previsto no art. 59, § 4º da Lei Orgânica Municipal:


"As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios, das autoridades jurídicas, além de outros previstos no Regime Interno da Casa, serão criadas pela Câmara Municipal mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores."


Como é cediço, processos na Justiça podem levar um bom tempo para surtirem efeito. Tanto pode o magistrado conceder uma liminar determinando o afastamento do prefeito como pode o Judiciário determinar que se aguarde toda a instrução probatória. Mas penso que até em relação à Justiça o clamor público tem como influenciar juízes e desembargadores ainda que os magistrados decidam com base num hipotético livre convencimento.

Vamos fazer a nossa parte e lutar pela ética na política dentro do município onde vivemos.